Ações de restauro de “habitats”, no âmbito do projeto A-AAGORA, promovem biodiversidade na Ria de Aveiro

A-AAGORA instala Biohuts no porto de aveiro para melhorar a biodiversidade da Ria

Estruturas subaquáticas disponibilizadas pela STRIX, ‘Biohuts’, aumentam a biodiversidade e melhoram a conservação ambiental

O Demonstrador Português do projeto A-AAGORA deu um importante passo para a conservação ambiental ao instalar ‘Biohuts’, estruturas subaquáticas inovadoras, nos pontões do Porto de Aveiro. Esta iniciativa visa melhorar a biodiversidade e a biomassa aquática na Ria de Aveiro.

Os ‘Biohuts’ funcionam como viveiros de peixes, recriando habitats naturais que atraem espécies marinhas juvenis, promovendo um ecossistema mais rico e diversificado.

A instalação destas estruturas ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto, envolvendo a Strix, responsável pelo desenvolvimento dos Biohuts, o Porto de Aveiro e a Universidade de Aveiro, entre os parceiros da DEMO-PT. A APARA – Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro também participou na iniciativa, como importante parte interessada na ação. No dia 13 de agosto, foi realizada uma apresentação pública na sede da APARA, onde foram apresentados os objetivos e benefícios dos ‘Biohuts‘ a stakeholders regionais.

Nos próximos dois anos, a eficácia dos ‘Biohuts’ será monitorizada regularmente, com verificações mensais e recolha de dados para avaliar o impacto positivo na biodiversidade local.

A-AAGORA promove Ações de Restauro na Ria de Aveiro para a Recuperação da Zostera Noltei

A Ria de Aveiro foi palco de uma série de ações de restauro focadas na recuperação da Zostera noltei, uma erva marinha essencial para a saúde dos ecossistemas costeiros. As atividades ocorreram ao longo de seis dias, entre julho e agosto de 2024, envolvendo 41 participantes, incluindo académicos, voluntários e profissionais de várias áreas.

A Importância da Zostera Noltei

Conhecida localmente como sirgo, a Zostera noltei desempenha um papel vital na Ria de Aveiro, cobrindo uma área superior a 230 hectares. Esta planta não só fornece habitat e proteção para diversas espécies marinhas, como também contribui para a retenção de sedimentos e melhoria da qualidade da água. Devido à sua capacidade de sobreviver em condições hidrodinâmicas e em águas turvas, o sirgo é uma solução natural eficaz na recuperação de ecossistemas.

Metodologia e locais de Restauro

As ações de restauro seguiram um protocolo específico que envolveu a recolha e transplante de sods — unidades intactas de sedimento com raízes, rizomas e folhas da Zostera noltei. Este método, além de ser economicamente eficiente, permite que as áreas dadoras se regenerem em menos de 12 meses, garantindo assim a sustentabilidade do ecossistema a longo prazo.

As atividades foram realizadas em três zonas distintas da Ria de Aveiro: Laranjo, Antuã e Aveiro, áreas previamente identificadas como adequadas para a sobrevivência da Zostera noltei.

Participação

O sucesso dessas ações deve-se ao esforço conjunto de 41 participantes, incluindo 19 voluntários, que trabalharam em condições desafiadoras, utilizando barcos e até mesmo uma prancha improvisada como trenó para transportar os sods.

Resultados e Impacto

Estas ações são um exemplo do compromisso contínuo com o restauro de ecossistemas, alinhando-se com a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas (2021-2030) e a nova Lei da UE sobre o Restauro da Natureza. Além de contribuir para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas e perda de biodiversidade, as ações na Ria de Aveiro ajudam a reforçar a segurança alimentar e a qualidade ambiental da região.