CESAM: Prémio L’Oréal impulsiona estudo em agricultura sustentável

Sara Peixoto, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia (DBIO) da Universidade de Aveiro (UA), desenvolveu um estudo pioneiro sobre a compatibilidade entre bioestimulantes naturais e pesticidas, com o objetivo de tornar a agricultura mais sustentável. Este trabalho surge no âmbito do projeto MicroStimulus, financiado Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência – 19.ª edição, com o apoio da UNESCO e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O estudo, publicado e mencionado na capa da edição n.º 51 da revista AGROTEC, é da autoria dos investigadores Sara Peixoto, Rui G. Morgado, Marija Prodana e da docente Susana Loureiro, todos do CESAM e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. A investigação centrou-se na avaliação da compatibilidade entre um bioestimulante microbiano comercial, composto por duas estirpes de bactérias benéficas para o solo, e diferentes pesticidas de cobre, substâncias amplamente utilizadas na proteção de culturas agrícolas.

Para perceber se estas bactérias, que ajudam no crescimento das plantas e na melhoria da qualidade do solo, conseguem sobreviver em ambientes agrícolas onde se aplicam pesticidas, a equipa recorreu a dois tipos de testes: ensaios laboratoriais e ensaios em vasos com solo, mais próximos da realidade do campo. Os resultados revelaram que algumas formulações de pesticidas, especialmente as mais modernas, com óxido de cobre nanoparticulado, são menos agressivas para os microrganismos e, por isso, mais compatíveis com uma agricultura sustentável.

Este trabalho de investigação reflete a missão do Cluster de Investigação RC2 do CESAM, que visa compreender os processos do solo e as interações nos sistemas agrícolas, florestais e ambientais, promovendo soluções inovadoras, práticas de gestão sustentáveis, resiliência dos ecossistemas e redução de riscos ambientais.

Além disso, alinha-se com a abordagem ‘Uma Só Saúde’, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, evidenciando como práticas agrícolas responsáveis podem ter impactos positivos em múltiplas dimensões da vida no planeta.