No dia 24 de outubro, assinalou-se uma data amplamente reconhecida como Dia de Ação pelo Clima, que sublinhou prioridades claras para Portugal e para o Mundo: adaptação climática, eficiência no uso da água, infraestruturas resilientes e transição energética.
Amadeu Soares, Diretor do CESAM, salientou que no CESAM a ciência é entendida não apenas como satisfação da curiosidade, mas como instrumento de transformação. Estudam-se os impactos nas zonas costeiras, nos ecossistemas terrestres e marinhos, desenvolvem-se soluções baseadas na natureza, modelam-se riscos e eventos climáticos compostos, avaliam-se políticas públicas e cocria-se inovação com municípios, empresas e comunidades. A investigação aprofunda o conhecimento, sustenta decisões informadas, protege a biodiversidade e a saúde pública, reforça a segurança hídrica e impulsiona uma economia de baixo carbono.
Na área da Bioeconomia Sustentável e da Economia Circular, o CESAM promove investigação aplicada em valorização de biomassa e resíduos, biorrefinarias e bioprodutos de origem terrestre e marinha, avaliação do ciclo de vida e métricas de circularidade, bem como modelos de reutilização de água e nutrientes, acelerando a descarbonização e a eficiência no uso de recursos. Em Unidades de I&D e Laboratórios Associados como o CESAM, a investigação colaborativa converte evidência científica robusta em soluções concretas para o território, a economia e as comunidades.
Em 2026, com base nos projetos em curso, o CESAM intensificará a investigação aplicada em adaptação local, com foco em água, solos, incêndios e zonas costeiras; acelerará a transferência de conhecimento para políticas públicas e o tecido económico, com sínteses objetivas e de acesso aberto; e reforçará a formação avançada e a literacia climática, capacitando profissionais e cidadãos para transformar evidência em ação. Serão ainda priorizadas lacunas críticas de conhecimento: downscaling regional de extremos e multirriscos; avaliação custo-benefício de opções de adaptação com justiça social; efeitos de longo prazo da reutilização de água, gestão de aquíferos e restauro de ecossistemas; e interações entre clima, biodiversidade e saúde no contexto mediterrânico. Estes eixos alinham com a prioridade nacional de adaptação e com políticas setoriais recentes, como a Estratégia Água que Une.
Importa também olhar para dentro. Reduzir a pegada ambiental das atividades científicas, monitorizando e divulgando métricas operacionais e alinhando procedimentos com a melhoria contínua da eficiência de recursos, é uma responsabilidade crescente. Este compromisso interno deve refletir o mesmo rigor e transparência exigidos a decisores e parceiros.
Amadeu Soares reforçou ainda que a cooperação multissetorial é essencial: a ciência cumpre a sua função quando chega a quem decide e a quem executa. A comunidade CESAM tem estado e continuará a estar disponível para apoiar autarquias, Governo, setor privado e sociedade civil na transformação de conhecimento em políticas eficazes, mensuráveis e transparentes.