O 24º Congresso Internacional de Biologia Subterrânea (24th International Conference on Subterranean Biology) decorrerá na Universidade de Aveiro, entre os dias 20 e 24 de agosto de 2018.
No seguimento da edição anterior, que decorreu em 2016 na Universidade do Arkansas (EUA), o congresso decorrerá sob os auspícios da International Society for Subterranean Biology e terá, desta vez, a Universidade de Aveiro como instituição organizadora. O principal objetivo é reunir os especialistas mundiais em biologia de espaços subterrâneos (grutas, algares, poços, aquíferos), para discussão teórica e aplicada das principais descobertas científicas dos últimos anos. Neste aspeto, e apesar do número reduzido de investigadores, Portugal salienta-se pela enorme atividade científica nesta área, com a descrição de cerca de 50 novas espécies para a Ciência, nos últimos dez anos, e pela publicação de cerca de 80 artigos científicos. Devido a esta muito recente visibilidade, Portugal foi considerado um hot spot de biodiversidade subterrânea [em Inglês].
As espécies adaptadas ao meio subterrâneo são constituídas por um pequeno número de indivíduos que são muito vulneráveis à extinção. As mesmas apresentam características únicas e uma grande percentagem é o registo vivo de condições climáticas que outrora existiram à superfície e que, deste modo, permitem compreender a história da vida na Terra. Numa época em que as alterações climáticas modelam novas realidades, o estudo da biologia subterrânea adquire um interesse crescente, quer na contínua descoberta de biodiversidade, quer no impacto ambiental de novas condições. O desenvolvimento de bioindicadores, e consequente regulamentação destes espaços subterrâneos, torna-se urgente na preservação de um património único e pouco conhecido. Por outro lado, devido às características únicas destes ambientes subterrâneos, a descoberta de novos bioprodutos abre perspetivas muito interessantes para a investigação científica.
O 24º Congresso Internacional em Biologia Subterrânea conta com a participação de mais de 100 cientistas, oriundos de 25 países, com 120 comunicações distribuídas por quatro dias, em várias sessões. Para além de cinco workshops pré-congresso, abordando diferentes temáticas, o evento conta com uma visita à mais emblemática gruta portuguesa (Algar do Pena).