Investigadores do CESAM/DBIO organizaram um seminário sobre abordagens transdisciplinares inspiradas na natureza

O seminário “Abordagens Transdisciplinares Inspiradas na Natureza”, organizado por Cláudia Mieiro e Mário Pacheco , investigadores do CESAM/DBIO, reuniu sete palestras e debates para mostrar como a natureza inspira soluções inovadoras aplicáveis de forma transdisciplinar.

Durante o encontro, Alexandra Aragão (Universidade de Coimbra) destacou o direito como instrumento essencial para a proteção ambiental, capaz de equilibrar as necessidades humanas e servir de ponte entre sociedade e poder político, sublinhando ainda o papel ativo dos cidadãos na defesa de um ambiente saudável para as gerações futuras. Pedro Coelho e Ana Sousa (CESAM/DBIO) apresentaram projetos de restauro ecológico e recuperação de ecossistemas, que promovem biodiversidade, resiliência costeira e armazenamento de carbono azul, como estratégias sustentáveis de valorização económica. A arquiteta Teresa Tellechea alertou para o impacto da arquitetura contemporânea na poluição, defendendo o uso de materiais locais e sustentáveis que valorizem o ambiente e as comunidades.

Ricardo Leitão (Universidade de Coimbra) evidenciou a colaboração entre a academia e produtores locais na adoção de práticas agrícolas sustentáveis, conciliando conhecimento científico com tradições seguras. André Lopes (CECOLAB/CICECO) destacou o potencial da biomassa e da química verde no desenvolvimento de compostos naturais e produtos mais sustentáveis. Cláudia Lopes (CICECO) apresentou soluções baseadas em materiais naturais de baixo custo para recuperar elementos de elevado valor económico, reduzindo a extração e a poluição ambiental. Por fim, Roberto Martins (CESAM/DBIO) mostrou materiais bioinspirados para combater a bioincrustação marítima de forma mais ecológica e menos tóxica, reforçando a importância da ligação entre a investigação e o setor empresarial.

O seminário evidenciou como diferentes disciplinas se interconectam e mostrou que a natureza oferece soluções eficazes, exigindo apenas um (re)posicionamento epistemológico adequado. Reforçou-se ainda o papel da Ciência, do saber popular e do Direito na proteção ambiental e na construção de um futuro sustentável.

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