A espécie maçarico-de-bico-fino (Numenius tenuirostris) foi oficialmente considerada extinta após a sua inclusão na categoria “Extinta” da Lista Vermelha da IUCN, cuja atualização foi divulgada a 10 de outubro de 2025, em Abu Dhabi, no Congresso Mundial de Conservação da IUCN. Esta é apenas a terceira ave do Paleártico Ocidental a ser declarada extinta desde 1500. O alerta para o declínio do maçarico-de-bico-fino era dado já em 1912, admitindo-se desde 1940 a possibilidade de extinção.
No artigo publicado pelo Público, José Alves, investigador do CESAM/DBio, reconhece que a decisão não foi uma surpresa, mas sim a oficialização de uma perda devastadora. Sublinha, contudo, que o caso deve “servir de lição”: apesar de os sinais de alerta existirem há décadas, a ação de conservação chegou tarde demais. “Demorou-se mais de 40 anos até a espécie ser declarada ameaçada e outros 16 até ser considerada criticamente em perigo. Quando as ações começaram, já era tarde demais”, lamenta.
José Alves alerta que muitas outras aves, sobretudo limícolas e migratórias, enfrentam hoje um processo de declínio semelhante. O investigador reforça a necessidade de atuar mais cedo, encurtando o tempo entre a evidência científica e a intervenção no terreno. Sublinha também a importância de uma coordenação eficaz entre Estados, para garantir a proteção de espécies migratórias que dependem de vários territórios em diferentes partes do mundo.
Atualmente, a Lista Vermelha da IUCN inclui 172.620 espécies, das quais 48.646 estão ameaçadas de extinção. Entre as aves, o cenário é particularmente grave: 61% das espécies apresentam populações em declínio, um aumento significativo face a 2016 (44%).
Leia a notícia completa aqui: https://www.publico.pt/2025/10/15/azul/noticia/acabou-esperanca-macaricodebicofino-ave-declarada-extinta-2150945
Imagem © Jamie Harron/Papilio/Corbis