A atual perda de biodiversidade compromete a integridade dos ecossistemas e o bem-estar humano. Objetivos globais foram estabelecidos para reverter este cenário. As populações humanas em países de baixo e médio rendimento são particularmente vulneráveis às mudanças globais, enquanto a conservação da natureza é especialmente vulnerável não apenas às mudanças globais, mas também às limitações humanas na qualidade de vida (QV) e ao financiamento inadequado. Isto coloca sérios desafios ao desenvolvimento, pois a saúde das populações humanas está intimamente associada à sustentabilidade ambiental e à estabilidade socioeconómica. A cooperação internacional, a investigação multidisciplinar e a integração de conhecimento científico e tradicional, dentro de uma abordagem EcoHealth (EH), podem ter um papel na minimização das assimetrias, garantindo meios de subsistência e, assim, a QV.
O projeto CAP-MOZ combina capacitação, investigação colaborativa e transferência de conhecimento para enfrentar esses desafios em três províncias do norte e sul de Moçambique – Niassa, Gaza e Maputo – algumas das quais estão entre as regiões mais pobres do país. Estabelecemos uma parceria que inclui: quatro universidades/centros de investigação ibéricos; a Universidade Pedagógica de Maputo, uma universidade pública de referência em Moçambique; e a WCS Moçambique, uma ONG internacional com vasta experiência em conservação da vida selvagem e trabalho com comunidades locais na região. Os nossos objetivos são: (O1) melhorar a infraestrutura técnica e científica e as competências em Moçambique e, portanto, a investigação, monitorização e vigilância para uma estrutura EH; (O2) capacitar a Universidade Pedagógica de Maputo para liderar programas de monitorização e vigilância e fornecer serviços especializados; (O3) fortalecer e ampliar a cooperação em curso; (O4) gerar informações de base sobre biodiversidade, ecossistemas e interações entre humanos, gado e vida selvagem, a fim de informar estratégias de conservação, gestão e saúde pública; (O5) implementar uma estratégia de sensibilização e consciencialização, envolvendo as comunidades locais, para a mitigação do conflito humano-vida selvagem, e melhorar a tomada de decisões das comunidades. Além do impacto positivo na QV em Moçambique, os resultados do projeto incluirão infraestruturas científicas, disseminação de ciência para audiências especializadas e gerais, workshops, formação avançada, identificação de vulnerabilidades e desafios de desenvolvimento e a produção de documentos estratégicos. Esperamos um impacto positivo mais amplo do CAP-MOZ na QV em África a longo prazo, preparando instituições e comunidades para ameaças emergentes e desafios de desenvolvimento.
