O perigo de extinção para 16 espécies de aves limícolas aumentou significativamente, de acordo com uma notícia recente publicada pelo jornal Público. Para todas elas, a classificação na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) aumentou. Para algumas espécies saltou duas categorias, como é o caso da Tarambola cinzenta (Pluvialis squatarola) que passou de “Pouco preocupante” a “Vulnerável” devido a declínios muito acentuados na ordem dos 30%, uma espécie (ainda) fácil de observar nas zonas húmidas nacionais. De acordo com José Alves, investigador do CESAM e da Universidade de Aveiro, quatro destas espécies encontram refúgio em território português durante a maior parte do seu ciclo anual e outras só durante o inverno, o que reforça a importância do país na conservação destas aves.
Em declarações ao Público, José Alves reforçou a ideia da importância que “os habitats costeiros portugueses, como a Ria de Aveiro, o Estuário do Tejo e a Ria Formosa, nomeadamente durante a migração” possuem para a conservação destas aves. Estes locais, usados também como áreas de descanso e alimentação, estão sob ameaça devido à poluição, destruição de zonas húmidas e alterações climáticas.
A notícia do Público salienta ainda o papel dos investigadores portugueses em alertar para o impacto global da degradação dos ecossistemas costeiros. José Alves reforçou que o declínio das populações destas aves tem efeitos em cascata nos ecossistemas, sendo urgente a adoção de medidas de conservação, como a proteção das áreas costeiras e a redução da poluição.
O apelo é claro: Portugal, um país com longa linha de costa e um ponto estratégico nas rotas migratórias entre o norte da América e Eurásia e África, deve intensificar esforços para garantir a proteção destas espécies, contribuindo para a biodiversidade global e o equilíbrio ecológico. A perda destas aves representaria um impacto significativo não apenas a nível local, mas também para os ecossistemas costeiros de todo o mundo.