Investigadores do CESAM lideram projeto inovador para restaurar recifes de ostras em Portugal com apoio do Mar2030

O CESAM lidera o projeto RePor – Restauração dos Recifes de Ostras de Portugal, com o objetivo de desenvolver uma estratégia inovadora para restaurar e reforçar a resiliência dos recifes de ostras nas zonas costeiras portuguesas.

Coordenado pelo investigador Daniel Cleary do CESAM/DBIO, com colaboração do investigador Newton Gomes do CESAM/DBIO, o RePor (ref: MAR-016.9.1-FEAMPA-00004) é apoiado pelo programa Mar2030, cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), no âmbito da ação de Apoio à Proteção e Restauração da Biodiversidade e dos Ecossistemas Marinhos.

O projeto obteve parecer favorável da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), por estar alinhado com a Diretiva Quadro Estratégia Marinha e contribuir para a implementação da Estratégia Ambiental do Atlântico Nordeste da Convenção OSPAR. A OSPAR é uma convenção marinha cujo objetivo é a proteção do meio marinho do Atlântico Nordeste.

Este projeto propõe uma abordagem inovadora para restaurar os recifes de ostras que têm vindo a sofrer um acentuado declínio devido à exploração excessiva e poluição, de forma a recuperar e rentabilizar os benefícios ecológicos, económicos e sociais destes ecossistemas importantes.

Serão desenvolvidas e aplicadas técnicas inovadoras para aumentar a resiliência das ostras juvenis (Ostrea edulis), incluindo o pré-condicionamento a choques térmicos e de salinidade, aliado à modulação do microbioma. O projeto baseia-se numa plataforma tecnológica recentemente criada, composta por malhas poliméricas porosas e biodegradáveis, que permitem a libertação controlada demoduladores microbianos. Esta tecnologia foi desenvolvida pela mesma equipa no âmbito dos projetos AquaHeal (MAR-02.01.01-FEAMP-0031, MAR2020) e BlueComposite (CENTRO-01-0145 FEDER-181223, Portugal 2020), e encontra-se protegida pelo pedido de patente EP23188811.6.

Após a fase de testes em condições laboratoriais, as ostras tratadas serão transplantadas para áreas da Ria de Aveiro, onde serão monitorizados indicadores como saúde, crescimento, composição microbiana e taxa de sobrevivência.

Assim, com este trabalho espera-se contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes e sustentáveis no restauro de habitats marinhos degradados, com base em soluções biotecnológicas e adaptadas às crescentes pressões ambientais sobre os ecossistemas costeiros.