A série da RTP1, “Guerreiras pela Natureza,” retratou um grupo de mulheres que têm uma carreira de excelência dedicada à Conservação da Natureza em Portugal. O seu trabalho contribui para garantir o futuro de espécies ameaçadas e de habitats protegidos no nosso país.
Neste programa, emitido entre setembro e outubro deste ano foram partilhados em seis episódios documentais, as histórias de várias mulheres portuguesas.
Três dessas mulheres são investigadoras do CESAM e por isso, fomos saber mais sobre a sua participação neste programa de televisão.
Acompanhe a nossa entrevista!
CESAM: Antes de mais, obrigada por se disponibilizarem a compartilhar connosco esta experiência.
CESAM: Começo por vos perguntar o que sentiram ao partilhar a vossa vida pessoal e profissional na televisão?
Isabel Lopes: Eu sou uma pessoa reservada, por isso estava apreensiva com a partilha da minha vida pessoal. No entanto, após ver o episódio, senti que a contextualização dos elementos da nossa vida pessoal foi muito bem integrada com o percurso profissional, trazendo fluidez e naturalidade a este percurso. Senti-me confortável com a partilha.
Milene Matos: Considero que as partilhas não se focaram tanto em aspetos da vida privada, mas sim na ideia de que a ciência, como forma de gerar um impacto positivo no ambiente e na comunidade, é desenvolvida por pessoas comuns. A série mostrou carreiras acessíveis e inspiradoras, especialmente para os jovens estudantes.
Susana Loureiro: A nossa vida pessoal e profissional está sempre interligada, e as escolhas que fazemos em termos pessoais refletem-se na nossa vida profissional. Como crianças ou jovens, o modo como vemos o mundo influencia as questões que levantamos e as escolhas que fazemos.
CESAM: Após a transmissão dos vários episódios pela RTP, certamente receberam contatos de familiares, amigos e conhecidos sobre a vossa participação na série. Qual é o feedback que têm tido?
Isabel Lopes: Recebi um feedback muito positivo em relação à série, desde a estrutura, às imagens, aos conteúdos de informação. Um comentário interessante foi o de que a apresentação da informação pessoal “torna o cientista mais humano e próximo da sociedade em geral.”
Milene Matos: O feedback tem sido muito positivo, com inúmeras partilhas e relatos de surpresa em relação ao nosso trabalho.
Susana Loureiro: Tenho recebido um feedback positivo, tanto de pessoas próximas, como familiares e colegas de trabalho. No entanto, com as redes sociais, o feedback é mais rápido e efêmero.
CESAM: Esta série foi vista por mais de meio milhão de pessoas apenas em Portugal e alcançou o top 10 dos programas mais vistos do dia na RTP1. Estes números dizem respeito exclusivamente aos espetadores que acompanharam o programa ao vivo. Sem dúvida, houve muito mais visualizações através da RTP Play. Além disso, as “Guerreiras pela Natureza” está a ser transmitido pela RTP África, RTP Internacional Ásia e RTP Internacional América anda esta semana.
CESAM: De que forma consideram que a vossa participação numa série com este alcance contribuiu para dar a conhecer o vosso trabalho?
Isabel Lopes: Os canais comuns que utilizamos para divulgar o conhecimento científico estão mais direcionados para a comunidade académico-científica. A participação numa série televisiva deste género permite-nos comunicar com um público muito mais amplo e diverso, transmitindo-lhe o conhecimento científico que desenvolvemos em Portugal e a sua importância para o ambiente e a sociedade em geral.
Milene Matos: No meu caso particular, a série revelou a um público mais alargado o trabalho transformador que pode ser concretizado a nível local/municipal, contrariando o mito de que a implementação de ações de sustentabilidade leva décadas.
Susana Loureiro: A participação na série pode mostrar à sociedade a ligação da ciência e da investigação a problemas atuais, com o intuito de resolvê-los a curto e a longo prazo. Podemos compartilhar exemplos de sucesso que foram mostrados nos vários episódios. Espero que isso reacenda a esperança em muitos jovens, especialmente meninas, raparigas e mulheres, que consideram carreiras ligadas à ciência.
CESAM: Muito obrigado por partilharem as vossas experiências e reflexões.
Tal como vocês, esperamos que este programa possa inspirar os mais jovens a seguir carreiras na ciência e a fazer importantes contribuições para o ambiente.