Estudo de investigador CESAM sobre a costa portuguesa presente nos media nacionais 

O estudo do nosso investigador Paulo Baganha (CESAM/DGEO), integrado num consórcio liderado pela Agência Espacial Europeia (ESA), esteve presente nos media nacionais. 
Este é um programa lançado pela ESA para monitorizar a erosão costeira europeia a partir do espaço, e com a Universidade de Aveiro (UA) a coordenar a monitorização em Portugal. 

E como refere Paulo Baganha em comunicado de imprensa, “evidenciam-se tendências de recuo da linha de costa em muitos setores costeiros europeus“. Em Portugal, o areal entre a Lagoa de Óbidos e a praia do Baleal, por exemplo, tem uma tendência de recuo em cerca de 2,1 metros por ano. E na Costa da Caparica, a linha de praia tem recuado cerca de 2,5 metros por ano. Preocupantes são também as taxas de recuo da costa entre Troia e Sines e vários pontos da costa Algarvia. Estes são alguns dos pontos de erosão costeira nacional detetados pelo “Space for Shore”.  

Durante 4 anos, mais de 70 organizações científicas e de gestão costeira dos 6 países membros do programa (França, Alemanha, Portugal, Grécia, Roménia e Noruega) partilharam as suas preocupações e expressaram a necessidade de dados e informações regulares para caracterizar a dinâmica do litoral, para avaliar a evolução do risco de erosão e a vulnerabilidade das zonas costeiras às alterações climáticas. Este trabalho permitiu cobrir 4.500 quilómetros de costa nestes 6 países, desde as costas do Mediterrâneo e do Mar Negro, passando pela costa do Atlântico-Canal da Mancha-Mar do Norte, até ao Ártico (Arquipélago de Svalbard). 

Para cada um dos países europeus que participaram neste estudo, aponta Paula Baganha, “foram produzidos diversos indicadores de erosão costeira, entre os quais a linha de espraio máximo, a linha de base da duna, a posição da base e da crista de arribas rochosas”. Sendo que as alterações climáticas, o aumento da severidade e persistência de temporais e a tendência geral de subida do nível do mar parecem antecipar cenários preocupantes de erosão costeira caso não sejam adotadas políticas concertadas de mitigação. 

No entanto, e “apesar de existir uma tendência erosiva em maior parte da costa portuguesa, verifica-se que, em determinados locais, as medidas tomadas pelos gestores costeiros apresentam resultados positivos como na Nazaré ou nas praias a sul da Costa da Caparica”, aponta Paulo Baganha Baptista. 

O fim do financiamento deste projeto por parte da Agência Espacial Europeia não significa que deixem de ser gerados indicadores de erosão costeira. Paula Baganha lembra que “está em estudo a disponibilização, para a comunidade de utilizadores com interesses na gestão do litoral, de serviços dedicados de geração para a totalidade do território nacional, em tempo quase real, dos vários indicadores de erosão costeira considerados neste projeto, e para os quais foram desenvolvidos algoritmos específicos para o seu cálculo em modo automático”. 

Texto por: CESAM com base em conteúdo da Universidade de Aveiro