No dia 24 de maio de 2023, entre as 12:30 e as 13:30, terá lugar mais uma edição da série de seminários “Ocean Break” relacionados com a investigação marinha realizada no CESAM, no anfiteatro 9.1.1 (DEMaC).
Desta vez, Sophie Schoenherr do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro abordará o tema: “Perspetivas Ecológicas da Modelagem Biofísica: Explorando a Dispersão em Águas Profundas Induzida pela Temperatura através da Perspetiva do Coral de Água Fria Lophelia pertusa“.
Os corais de água fria que formam recifes (Ordem: Scleractinia) são verdadeiros oásis de vida nas profundezas marinhas, suportando uma imensa biodiversidade através da sua capacidade de construção de estruturas. No entanto, o nosso conhecimento sobre a biologia e a ecologia destes ecossistemas remotos ainda é bastante limitado. Hoje, mais do que nunca, os recifes de águas profundas estão ameaçados por inúmeras pressões naturais e antropogénicas, incluindo a poluição, a pesca de arrasto de fundo, as alterações climáticas e, mais recentemente, a mineração em águas profundas. Mudanças na física e química dos oceanos representam outros fatores de stress que podem ter impactos severos na saúde e resiliência dos corais. Para proteger os corais de águas frias, é necessário identificar os fatores que influenciam a dinâmica e a conectividade das populações, que, em última análise, determinam se as populações persistem no tempo e no espaço. Modelos biofísicos são ferramentas custo-efetivas que permitem prever a dispersão de larvas combinando o conhecimento existente sobre as características do ciclo de vida dos corais, o comportamento larval e as correntes oceânicas. Neste trabalho, utilizei o coral de água fria mais comum e estudado, Lophelia pertusa, como espécie modelo para estudar a dispersão de larvas de águas profundas no Golfo de Cádis. Uma vez que as colónias adultas de corais são sésseis, o único momento em que L. pertusa pode dispersar-se é durante a fase larval. A duração pelágica larval (DPL), ou seja, o tempo que as larvas passam na coluna de água, depende da temperatura que as larvas experimentam. Consequentemente, a temperatura – através da sua influência na DPL – pode ter um efeito considerável na distância de dispersão e, em última análise, na conectividade das populações. Neste seminário, apresentarei os resultados do modelo de dispersão dependente da temperatura e explorarei as implicações ecológicas das descobertas.