No passado dia 30 de março decorreu, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR-Alentejo), a apresentação pública do “Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal”, promovido pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e financiado pelo Fundo Florestal Permanente.
A apresentação deste plano foi feita pela Investigadora Responsável do projeto, Rita Tinoco Torres (CESAM/DBIO), numa sessão que contou com a presença do investigador João Carvalho (CESAM/DBIO), do Presidente do Conselho Executivo do ICNF, Nuno Banza, do Secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, e do Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino.
Este Plano, e os dados nele apresentados, assim como as evidências do crescente impacto do javali nas atividades humanas, levam a investigadora a afirmar que: “o território nacional continental apresenta uma população de javali na generalidade sobreabundante, e que essa sobreabundância poderá ser particularmente relevante em determinados contextos paisagísticos e socioeconómicos”.
Como forma de reverter a tendência de crescimento das populações de javali, e tendo em vista a compatibilização da sua presença com o contexto ecológico, sanitário e socioeconómico envolvente, é sugerida a combinação de diferentes abordagens, desde a limitação temporal do período de cevagem ao aumento da taxa de extração anual, à extração de classes etárias e sexo específicos e aplicação de um maior esforço no primeiro trimestre do período venatório (montarias).
A elaboração do Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal baseou-se na colaboração entre vários grupos, desde a academia, às agências governamentais, aos setores da caça e comunidades locais. O que segundo Rita Tinoco Tores, “deve ser o paradigma necessário para fazer frente aos desafios emergentes em que esta espécie está envolvida”.
Texto por: Rita Tinoco Torres (CESAM/DBIO) em colaboração com CESAM