A degradação do solo é uma preocupação mundial, uma vez que este sustenta a vida na Terra, prestando serviços ecossistémicos como a produção de biomassa, o sequestro de carbono, a purificação da água, a produção de alimentos, entre outros. Ao longo de décadas, muitas actividades antropogénicas contribuíram para a sua degradação e contaminação, incluindo a carga excessiva de diversos compostos orgânicos sintéticos, metais, agroquímicos, nutrientes e muitos outros. A meio da Década Internacional dos Solos, há várias entidades internacionais que defendem o desenvolvimento e a aplicação de práticas agrícolas mais sustentáveis e de solos saudáveis e apelam à recuperação dos solos contaminados. Estas abordagens de recuperação devem englobar soluções que, por si só, não induzam pressões adicionais nos ecossistemas do solo, sendo sustentáveis e amigas do ambiente. Neste contexto, as comunidades microbianas podem desempenhar um papel preponderante na recuperação de solos contaminados. Neste sentido, o projeto CLEAR tem como objetivo avaliar a eficiência de consórcios microbianos economicamente eficientes e amigos do ambiente em solos contaminados com metais recolhidos na zona de Estarreja. Espera-se que a utilização de consórcios traga um duplo benefício para os solos contaminados com metais: (i) sustentará as plantas/culturas utilizando componentes naturais do próprio solo e (ii) aliviará a carga de metais no solo.
