FIRE-C-BUDs – Efeitos indiretos de incêndios florestais nos fluxos e no balanço de carbono

Coordenador

Jan Jacob Keizer

Programa

Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico - 2014 (PTDC/AGR-FOR/4143/2014)

Datas

01/07/2016 - 30/06/2020

Financiamento para o CESAM

199998 €

Financiamento Total

199998 €

Instituições Participantes

  • Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA), Universidade de Aveiro

Em muitas regiões Mediterrâneas, os regimes dos fogos florestais tem-se intensificado nas últimas décadas. Em Portugal, os incêndios florestais têm afectado, em média, 100.000 ha por ano. Uma preocupação social chave relativamente aos incêndios florestais é os seus impactos nos serviços dos ecossistemas florestais e, em particular, no sequestro de carbono. Os incêndios florestais afectam as reservas de carbono directamente, bem como e indirectamente. Estes impactos indirectos aparentam ser importantes, tal como sugerido pelo resultado de modelos em que as perdas de carbono após incêndio são mais ou menos equivalentes às emissões durantes o incêndio. Além disso, tem sido observado que povoamentos florestais agem como sequestrador de carbono por 10 ou mais anos após o incêndio florestal.  Os efeitos dos incêndios florestais na dinâmica de carbono florestal foram abordados principalmente por meio de pesquisas biométricas das reservas de carbono. Estudos que medem os fluxos de respiração do solo têm sido menos frequentes e estudos que medem os fluxos de vórtice turbulentos ainda menos. As bem estabelecidas vantagens dos estudos de vórtice turbulento são compensadas sobretudo por elevados custos de seus equipamentos- A combinação destas 3 metodologias – conforme proposto aqui – tem sido defendida para refinar os modelos baseados em processos utilizados para avaliar os efeitos de maior escala sobre o ciclo do carbono. Apenas 1 dos estudos de vórtice turbulentos anteriores parece ter abordado as condições imediatamente após incêndio florestal e, em seguida, apenas por um curto período (nove dias), apesar se espera que as perdas de carbono após incêndio florestal sejam durante o início da janela de perturbação. Além disso, só 1 estudo de vórtice turbulento relacionado com incêndios florestais foi realizado na Europa, focando-se nos efeitos de corte de material lenhoso 4 anos após incêndio.

O objectivo primordial é resolver a actual lacuna no conhecimento nos fluxos de carbono florestal e balanços imediatamente após incêndio florestal, combinando 5 metodologias complementares e acrescentando 2 novas componentes em comparação com estudos anteriores (ao nível de fotossíntese da planta e exportações de carbono por escorrência superficial do solo). Com base na revisão da literatura e em trabalho anterior da presente equipa em áreas recentemente ardidas, 6 hipóteses foram definidas para guiar a investigação proposta. Em resumo, elas abordam os 3 seguintes temas: (i) efeitos directos e indirectos de 2 severidades de incêndio (baixa vs alta) na vegetação, cinzas, manta morta e reservas de carbono no solo; (ii) efeitos indirectos da severidade do incêndio na exportação de carbono por escorrência superficial e nas taxas instantâneas de respiração do solo, na fotossíntese, e a sua evolução ao longo do tempo após o incêndio; (iii) a evolução, no local da alta severidade (pior cenário), da troca líquida e respiração total do ecossistema ao longo do tempo após o incêndio e a sua ligação com os padrões temporais de efluxos no solo e taxas de assimilação de carbono líquido.

membros do CESAM no projeto

Ana Catarina Bastos

Investigadora Doutorada

Casimiro Pio

Professor Emérito

Mário M. A. Cerqueira

Professor Auxiliar

Isabel Maria Alves Natividade Campos

Investigadora Doutorada (Nível 2)

Oscar Gonzalez Pelayo

Investigador Doutorado

Valdemar Esteves

Professor Auxiliar Aposentado

Frank G.A. Verheijen

Investigador Auxiliar