MPBITOX – Microplásticos em bivalves comerciais da costa Portuguesa: identificação das espécies mais sensíveis à presença de microplásticos no ambiente e avaliação da toxicidade dos agregados microplásticos-toxinas marinhas

Coordenador

Maria João Botelho

Investigador Responsável CESAM

Alisa Rudnitskaya

Programa

Programa Operacional Regional do Centro (02/SAICT/2017)

Datas

01/01/2019 - 31/12/2021

Financiamento para o CESAM

18887 €

Financiamento Total

237720 €

Instituição Proponente

Instituto Português do Mar e do Ambiente

A abundância de microplásticos (MP) no Oceano aumentou dramaticamente nas últimas décadas, particularmente nas zonas costeiras com maior população. Estudos recentes provaram a agregação de MP a elementos vestigiais e a poluentes orgânicos persistentes. Outros estudos têm tido como objectivo a clarificação da toxicidade de MP em organismos sentinela e a possibilidade do aumento dessa toxicidade devido à associação com contaminantes químicos. A ligação entre MP e toxinas naturalmente produzidas durante blooms de algas tóxicas não se encontra até agora documentada, de acordo com o nosso conhecimento. A pertinência desta hipótese resulta do facto de actualmente toxinas dissolvidas serem quantificadas através de adsorção a polímeros que são colocados na água do mar.
Esta proposta tem como objectivo geral identificar as espécies de bivalves, capturadas e produzidas em Portugal, mais sensíveis à ingestão de MP. O acesso a amostras de bivalves obtidas no âmbito do Programa Nacional de Monitorização de Bivalves permitirá estudar a influência das condições ambientais, oceanograficas e hidrológicas em espécies-chave de estuários e lagoas costeiras (mexilhão, amêijoa e ostra) e zonas costeiras (mexilhão e ostra). O efeito da ocorrência de cheias na quantidade e tipos de MP ingeridos por bivalves será avaliada, o que contribuirá para a elaboração de cenários de alterações climáticas e de medidas adaptativas.
O segundo objectivo geral consiste na identificação das toxinas naturalmente produzidas durante os blooms de algas tóxicas em Portugal que têm maior afinidade para os MP. Experiências a realizar em laboratório e no campo permitirão testar diferentes tipos, tamanhos, formas, idade e composição química de MP. As respostas bioquímicas de espécies selecionadas serão estudadas após exposição a MP, a agregados de MP-toxinas e a fitoplâncton tóxico. Por fim, a proposta tem como objectivo clarificar se a intensidade da toxicidade de bivalves, ou dos períodos de interdição ao consumo humano, é afectada pela ingestão de agregados de MP-toxinas marinhas. Os resultados serão obtidos através de experiências em campo durante a ocorrência de blooms de algas tóxicas e de experiências em laboratório. De acordo com o conhecimento da equipa, o impacto dos MP na partição e disponibilidade de toxinas durante blooms de algas tóxicas não foi até agora examinado.

membros do CESAM no projeto

Alisa Rudnitskaya

Investigadora Auxiliar