
O projeto ODESSA visa responder aos riscos para a saúde pública associados à poluição do ar, que agrava doenças não transmissíveis (DNT), como doenças cardiovasculares, diabetes, cancro e doenças respiratórias crónicas, especialmente em contextos urbanos. A pandemia de COVID-19 evidenciou a necessidade de sistemas preditivos para gerir a procura hospitalar e aumentar a eficiência dos cuidados de saúde.
O principal objetivo do projeto é desenvolver uma plataforma WebGIS de código aberto para previsão de admissões hospitalares associadas a DNT resultantes da exposição à poluição atmosférica. Através da aplicação de técnicas avançadas de ciência de dados e algoritmos de aprendizagem automática, o ODESSA pretende apoiar uma resposta mais proativa em saúde pública e impulsionar a investigação sobre os efeitos da poluição do ar. Paralelamente, visa fomentar o envolvimento cívico e promover políticas públicas que integrem preocupações ambientais e de saúde.
O ODESSA utilizará dados de admissões hospitalares de urgência no Serviço Nacional de Saúde (SNS), dados meteorológicos, dados da rede nacional de monitorização da qualidade do ar, sensores privados colaborativos e simulações de modelação da qualidade do ar. Será desenvolvido, testado, validado e disponibilizado um conjunto de rotinas de código para a comunidade científica. Apesar de estar centrado na Área Metropolitana de Lisboa, o projeto foi concebido para ter aplicabilidade alargada a outras regiões.
A iniciativa integra uma forte componente científica e social. Os dados produzidos serão partilhados na plataforma Zenodo, promovendo a transparência e a reutilização. Uma abordagem participativa envolverá os cidadãos no desenvolvimento da plataforma, contribuindo para o aumento da literacia científica e da consciencialização ambiental.
O ODESSA contribuirá para o cumprimento de dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas, ODS 3 (Saúde de Qualidade) e ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis). Está igualmente alinhado com o Pacto Ecológico Europeu e com a Agenda Temática de Investigação e Inovação para a Ciência Urbana e as Cidades do Futuro da FCT, que sublinham a necessidade urgente de ligar os problemas ambientais à saúde humana e de desenvolver sistemas de monitorização mais eficazes.
