RemediGrass – Ervas marinhas como ferramentas na reabilitação de ecossistemas degradados

Coordenador

João Pedro Martins Coelho

Programa

Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização (02/SAICT/2017)

Datas

13/12/2018 - 12/12/2022

Financiamento para o CESAM

141105 €

Financiamento Total

239654 €

Entidade Financiadora

FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional; FNR e OE

Instituição Proponente

Universidade de Aveiro

Instituições Participantes

  • Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR)

Com a implementação da DQA, atualmente os problemas de contaminação de sistemas estuarinos devem-se essencialmente a processos geoquímicos envolvendo os contaminantes armazenados nos sedimentos. Estes processos resultam na perda de biodiversidade e serviços dos ecossistemas, e poderão implicar medidas de reabilitação.
O objetivo central deste projeto é o desenvolvimento de uma metodologia inovadora e viável para reabilitação de zonas estuarinas contaminadas, através da recolonização com pradarias de ervas marinhas, usando-as como uma Infraestrutura Verde. O projeto está assim alinhado com a Meta 2 da Estratégia de Biodiversidade da UE para 2020, que indica a necessidade de “Até 2020, manter e valorizar os ecossistemas e seus serviços, mediante a criação de infraestruturas verdes e da recuperação de, pelo menos, 15% dos ecossistemas degradados”.
O carácter inovador deste projeto passará pela abordagem holística ao nível da comunidade, avaliando a resposta do ecossistema como um todo. Os objetivos específicos passam por: a) determinar as condições mais favoráveis para o crescimento do moliço transplantado através de experiências de crescimento em laboratório; b) realizar uma experiência piloto de transplante de moliço numa zona com contaminação histórica; c) avaliar o efeito do moliço na alteração da geoquímica dos contaminantes e nutrientes, incluindo a sua fixação ou libertação para a coluna de água (fixação de carbono azul); d) avaliar o efeito das pradarias de moliço transplantado na biodiversidade, estrutura das populações residentes e redução dos processos de transferência trófica de contaminantes; e) desenvolver cenários a médio e longo prazo do efeito da transplantação na resiliência do ecossistema, ganho de serviços e custos de reabilitação (razão custo-benefício).
Os resultados esperados neste projeto passam pelo aumento da biodiversidade pelo efeito de proteção e alimento fornecido pelas ervas marinhas para a fauna local, e a fixação de sedimento e aumento das taxas de sedimentação, promovendo um mais rápido aprofundamento das camadas de sedimento historicamente contaminado. Espera- se também uma diminuição da biodisponibilidade e transferência trófica de contaminantes após as medidas de reabilitação.
Estes resultados enquadram-se nos objetivos da Estratégia Nacional para a Especialização Inteligente (nos Domínios Água e Ambiente, Economia do Mar e Turismo). O corolário do projeto será o desenvolvimento de uma “caixa de ferramentas metodológica” (avaliação de locais a intervencionar, metodologias de transplante, ações de contingência, custos) para a recuperação de ecossistemas estuarinos com contaminação histórica, passível de utilização noutros sistemas.

membros do CESAM no projeto