A utilização de novas tecnologias para a monitorização da linha de costa aumentou significativamente nos últimos 20 anos (levantamentos topográficos aéreos por lidar, fotogrametria, varrimento laser in situ), mas a sua adoção definitiva depende ainda da relação custo/eficácia. Simultaneamente, trabalhos anteriores mostraram que a teledeteção ótica por satélite de alta resolução (tipo Plêiades) é adequada e relativamente rentável para detetar e monitorizar linhas de costa em vastas zonas arenosas numa escala temporal anual (Lafon et al., 20105,6). Outros sensores de satélite de alta resolução de menor resolução (Sentinel- 1/2) podem também ser relevantes para esta questão, mais provavelmente em zonas costeiras que evoluem muito rapidamente, onde as alterações anuais da linha de costa excedem várias dezenas de metros, como em alguns locais da África Ocidental ou da Guiana Francesa. No entanto, este não é tipicamente o caso da maioria das linhas costeiras europeias.
O programa “Space for Shore” pretende resolver as questões técnicas remanescentes e fornecer a uma grande comunidade europeia de utilizadores finais produtos prototipados, baseados nas missões Sentinel-1 e Sentinel-2 do Copernicus e, em certa medida, em missões de terceiros. Esta prova de conceito é uma fase essencial antes de considerar a possibilidade de lançar um serviço comercial no mercado, baseado em dados de observação da Terra. Até à data, o tema não foi abordado por nenhum dos serviços principais do Copernicus, provavelmente porque, naturalmente, as linhas costeiras estão entre o ambiente terrestre e o ambiente marinho e, por conseguinte, não estão totalmente cobertas pelos serviços terrestres ou marinhos do Copernicus. A este respeito, notamos que o Serviço de Monitorização Terrestre do Copernicus já abordou questões relacionadas com a linha costeira, mas com uma resolução geométrica inadequada. O Serviço de Monitorização Marinha não se centra nas zonas costeiras em si, mas fornece dados de entrada valiosos para estudos de engenharia costeira.
Através deste ITT, a ESA, no âmbito do programa EOEP-5, pretende apoiar actividades de I&D para a criação de protótipos de produtos derivados de satélites e, se for conclusivo, para demonstrações em grande escala em regiões costeiras piloto representativas e dedicadas de, pelo menos, 1000 km de comprimento. A fim de assegurar o sucesso global dos projectos financiados, a ESA solicitou a participação de três organizações de utilizadores finais principais.
