17 Junho – Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca

A desertificação é uma preocupação crescente em Portugal, considerando as atuais previsões da diminuição anual da precipitação, acompanhada pela ocorrência pontual de precipitação intensa (particularmente no inverno), e o aumento da evapotranspiração. O SOILCOMBAT visa otimizar a função de esponja dos solos das pastagens Portuguesas, através do uso de biocarvão (i.e. produto da degradação térmica da biomassa vegetal) produzido ‘à medida’, numa colaboração entre a UA, o IST-DT, o ISA e a Terraprima. Isto passa por maximizar a quantidade de água que o solo consegue absorver para posteriormente libertar, aumentando a sua disponibilidade para as plantas, como estratégia de adaptação às alterações climáticas e de combate à desertificação. Neste contexto, a produção de biocarvão ‘à medida’ refere-se à identificação do tipo e quantidade do mesmo, que permitem a melhoria da função de esponja, sem comprometer outras funções do solo (ex. associadas à germinação de sementes, crescimento de plantas e funções da biota). Atingir este balanço entre a maximização dos benefícios e a minimização dos potenciais riscos para a qualidade do solo, representa um dos aspetos mais inovadores e desafiantes do SOILCOMBAT, com vista à sustentabilidade. Para tal, desenvolveu-se uma abordagem integrada, que combina experiências a diversas escalas (laboratório, lisímetros e campo), com meta-análises quantitativas, avaliação das pegadas de carbono e da água, e estudos participatórios com stakeholders.

Foto: Campo experimental do SOILCOMBAT na Quinta da França – Terraprima.

Autora: Ana Catarina Bastos