Doutoranda do CESAM/DBIO alerta para os perigos dos químicos eternos no ambiente marinho

Marta Cunha, estudante de doutoramento do CESAM/DBIO, lança o alerta para um tema urgente e ainda pouco conhecido do grande público: a presença de substâncias químicas PFAS no ambiente marinho e o seu potencial impacto na saúde humana.

Conhecidas como “químicos eternos”, as substâncias per e polifluoroalquiladas (PFAS) caracterizam-se por uma extrema persistência no ambiente. Utilizadas numa vasta gama de produtos do quotidiano – desde panelas antiaderentes, roupas impermeáveis, maquilhagem, pensos higiénicos, fraldas, braceletes de smartwatch, embalagens de comida e detergentes, até espumas anti-incêndio, máscaras descartáveis e materiais hospitalares –, estas substâncias são praticamente invisíveis, altamente resistentes e tendem a acumular-se ao longo da cadeia alimentar.

Na costa portuguesa, os PFAS já foram detetados em várias espécies marinhas, incluindo peixes e bivalves consumidos regularmente pela população. Esta realidade levanta preocupações não só ambientais, mas também de saúde pública.

O projeto de doutoramento de Marta Cunha, recentemente aprovado e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tem como missão investigar a presença destes contaminantes no ambiente marinho e avaliar os riscos associados à sua exposição. A investigadora integra ainda a equipa de um projeto mais alargado, também financiado pela FCT e coordenado por Rosa Freitas, investigadora do CESAM e professora do Departamento de Biologia, inteiramente dedicado ao estudo dos PFAS.

“A investigação que estamos a desenvolver é uma oportunidade de sensibilizar o público e valorizar o conhecimento científico que se produz na UA, com potencial para promover mudanças na forma como lidamos com estes contaminantes silenciosos”, sublinha Marta Cunha.

Notícia original em: Notícias UA, 2 Julho 2025