Mónica Amorim e Susana Gomes, investigadoras do DBio/CESAM, UA, pertencentes ao grupo de investigação de ecologia e ecotoxicologia aplicada – applEE, coordenado pelo Prof. Amadeu Soares, são coautoras de um artigo de revisão publicado na prestigiada revista Nano Today (IF: 20.7): “Alternative test methods for (nano)materials hazards assessment: challenges and recommendations for regulatory preparedness”.
Os riscos associados a novos produtos são avaliados antes da sua entrada no mercado. O trabalho exaustivo desenvolvido por organizações mundiais como a OCDE (Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Económico) para a padronização de protocolos para avaliação de perigo no ambiente está patente, não só no elevado número atualmente disponível mas também na cobertura alargada, desde organismos aquáticos a terrestres. No entanto, os novos materiais representam um constante desafio a estas normas técnicas, que foram desenvolvidas para avaliar o perigo de substâncias química “convencionais” e não estão adaptadas a materiais avançados (p.e. materiais cujo comportamento altera deliberadamente). Existem atualmente várias alternativas “Novas Abordagens Metodológicas (NAMs)”, p.e. novas -omicas, testes in vitro e in silico, incluindo modelação, e que possuem os critérios necessários à sua implementação, com elevada qualidade e relevância, e que deveriam ser adotadas. Enquanto que a padronização via OCDE é um processo que requer um tempo alargado desde submissão até à fase de implementação, as agências legisladoras têm promovido e apoiado o desenvolvimento de NAMs que possuam os critérios de qualidade ao nível da legislação.
Esta revisão reúne não só a literatura disponível de NAMs para avaliar os perigos de NMs, com foco no ambiente terrestre, mas também discute de forma crítica as vantagens, desafios e lacunas. É o que mostra um estudo recente e em publicação na revista de reconhecido prestígio, Nano Today.
“O objetivo é oferecer um guia para as melhores práticas e desenhos experimentais, tendo em conta as especificidades dos NMs, delineando recomendações e o trajeto futuro.” dizem as investigadoras Mónica Amorim e Susana Gomes, entre os responsáveis pelo estudo.
As investigadoras desenvolvem investigação na área das NAMs, em particular em omicas (transcriptomica) de elevado varrimento (microarray de elevada densidade), contribuindo consideravelmente para este aspeto da investigação dos mecanismos subjacentes aos efeitos fenotípicos observados. A Universidade de Aveiro tem sido pioneira neste tipo de estudos, principalmente no que diz respeito à vertente ambiental, cuja lacuna é evidente em comparação com a saúde humana.
Leia o artigo aqui.