José Alves, membro do CESAM & DBio, é um dos organizadores da conferência anual da BOU-Conferência Anual da British Ornithologists’ Union sob o tema “Tracking migration: drivers, challenges and consequences of seasonal movements”. A equipa organizadora é ainda composta por investigadores de outras quatro instituições: Universidade da Islândia, Universidade de Amsterdão, e o Centro de Ecologia e Hidrologia (Reino Unido).

Os recentes avanços nas tecnologias de seguimento animal vieram permitir uma quantificação dos movimentos migratórios ao longo do ciclo anual e de vida com um detalhe até agora impossível de conseguir, originando um interesse renovado nesta área de investigação. Assim, esta conferência pretende reunir ecólogos e biólogos que desenvolvem seguimento de aves migradoras com recurso a várias técnicas para explorar o estado actual do conhecimento da migração das aves: desde pulsos migradores de larga escala e variação individual em termos de fenologia e rotas; às consequências de flexibilidade comportamental para a distribuição e demografia destas espécies (níveis de conectividade); incluindo o desenvolvimento e manutenção de estratégias ao nível individual (ontogenia) e das populações (migração parcial e alterações transgeneracionais).

Está conferencia irá decorrer na Universidade de Warwick no Reino Unido nos dias 26 a 28 de Março de 2018.

 

[Conteúdo apenas disponível em Inglês]

ICEER is being held annually and is now a privileged space to discuss current issues related to Energy and the Environment. This event aims to explore emerging technologies and concepts in a collaborative way, bringing together engineers, researchers and professionals from different areas.

ICEER 2019 will occur from 22-25 July at University of Aveiro and is a joint organization of the Department of Environment and Planning of University of Aveiro (DAO/UA)the School of Engineering (ISEP) of the Polytechnic of Porto (P.Porto) and the SCIEI, and is held at Aveiro, Portugal, with collaboration of the CESAM,CIETI and LEPABE research groups.

You can submit your abstract until 04 Feb 2019 and early bird registration is until 27 May 2019.

More on this event here.

 

A nova área de rede ecológica Natura 2000, primeira área exclusivamente marinha dedicada à conservação de cetáceos, foi aprovada em Conselho de Ministros no dia 23 de janeiro. Esta área foi proposta no âmbito do projeto LIFE+ MarPro, um projeto financiado por Fundos Europeus e coordenado pela investigadora do CESAM & dBio, Catarina Eira. No entanto, a investigadora alerta que a existência destas áres, por si só, serão ineficazes sem a concretização de medidas de conservação. Mais detalhes sobre a área aprovada e as preocupações de Catarina Eira aqui.

O investigador do CESAM & dBio Bruno Nunes esteve na Escola Básica e Secundária de Anadia, no passado dia 10 de janeiro onde fez uma apresentação sobre a “Poluição e Preservação dos Oceanos”, englobada numa série de iniciativas com vista à educação para a cidadania. A iniciativa, a convite do corpo docente da referida escola, nomeadamente da Professora Teresa Carapinha, contou com cerca de 80 alunos do 6º ano com uma média de idades entre os 13 e os 15 anos. Durante cerca de hora e meia foi possível apresentar alguns dos poluentes mais problemáticos que afetam os oceanos e conversar com os alunos sobre formas de reduzir o seu impacto ambiental, no sentido de termos cidadãos mais conscientes e participativos no futuro, em torno de questões ambientais.

5/02/2018

De que forma o tipo de alimentação influencia a formação de novas espécies? Através do estudo da dieta dos morcegos noctilionoídeos da América do Sul, uma equipa de biólogos do CESAM & DBio deu mais um passo na compreensão da ancestral mas pouco compreendida relação entre comida e diversificação das espécies. No caso deste morcego, que se divide em mais de 200 espécies numa diversidade sem paralelo entre os mamíferos, os biólogos garantem que sua dieta variada é mesmo a chave que explica a enorme riqueza genética.

Mais informação: https://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?c=53464&lg=pt

Nuno Gonçalo Ferreira Cordeiro, antigo aluno de doutoramento do CESAM, é o primeiro diplomado do programa doutoral Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar (Do*Mar) por uma das universidades portuguesas do consórcio. Tiveram lugar, em 14 de janeiro de 2019, as provas do programa doutoral internacional em Do*Mar de Nuno Gonçalo Ferreira Cordeiro, sob o tema Numerical and observational processes study of NW Iberian margin circulation, e com orientação do Prof. Jesus Dubert  (Universidade de Aveiro), do Dr. Eric Desmond Barton (Instituto Español de Oceanografia – Vigo) e da Drª Rita Nolasco (Universidade de Aveiro).

O resultado principal deste doutoramento foi o desenvolvimento de configurações realistas de um modelo numérico que pode ser utilizado para avançar a compreensão dos mecanismos físicos da circulação costeira na região NO da Peninsula Ibérica. Esta ferramenta pode ser aplicada no estudo de questões societais de grande relevância nesta região, tais como as alterações climáticas e os ciclos biogeoquímicos, a dispersão de algas tóxicas, a ecologia da fase larvar de espécies de grande interesse comercial, ou o aperfeiçoamento dos sistemas operacionais de oceanografia (já existentes na UA).

O Do*Mar conta atualmente com mais de 250 alunos inscritos de mais de 20 nacionalidades dos quais 46 estão inscritos em universidades portuguesas. São membros do consórcio Do*Mar as seguintes universidades e institutos de investigação portugueses e espanhóis: Universidades de Aveiro, Porto, Minho, Trás os- Montes e Alto Douro, Vigo, Coruña e Santiago de Compostela, o Instituto Español de Oceanografia e o Consejo Superior de Investigaciones Cientficas. Neste consórcio participam ainda, como membros associados, a School of Biology of the University of St. Andrews (Escócia), a Station Biologique de Roscoff (França) e o Instituto Oceanográfico da Universidade de S. Paulo (Brasil). Este programa doutoral teve início em 2012-2013 em Espanha e em 2013-2014 em Portugal.

O Do*Mar é um programa doutoral da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia de caráter internacional, beneficiando de um financiamento de 24 bolsas de doutoramento mistas atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, das quais 21 já foram atribuídas, e está em negociação a extensão do financiamento com mais 6 bolsas mistas. As bolsas FCT ainda por atribuir no âmbito deste ciclo de financiamento deverão ter início durante o ano letivo de 2019-2020. Em Espanha, o Do*Mar beneficia de um programa de apoio atribuído pela Xunta de Galicia que inclui cerca de 30 bolsas de doutoramento em cada ano.

A Universidade de Aveiro publicou o balanço do ano de 2018 aqui. O CESAM teve um importante papel ao longo do ano, e foi destacado pela UA nos meses de fevereiro, abril, junho, julho, agosto, novembro e dezembro.

Para além disso, na edição deste ano da revista Research@UA, muita investigação do CESAM foi realçada, nomeadamente os projetos SmartBioR, AgroForWealth e SusPhotoSolutions como projetos estratégicos, o projeto SmartGreenHomes, e os trabalhos dos membros Ana I. Miranda e equipa, Rosa Freitas e equipa, Juan Bueno-Pardo e equipa. Esta publicação foca-se nos destaques de investigação da UA do ano anterior (2017) e pode ser consultada aqui.

A subespécie Islandesa de Maçarico-galego (Numenius phaeopus islandicus), ave limícola migradora de longa distância e foco de estudo do doutoramento de Camilo Carneiro desde 2015, foi selecionada para ilustrar a capa do número de Janeiro de 2019 da revista científica Journal of Avian Biology, destacando o artigo intitulado “Faster migration in autumn than in spring: seasonal migration patterns and non?breeding distribution of Icelandic whimbrels Numenius phaeopus islandicus”. Esta revista, publicada pela Sociedade Nórdica Oikos, divulga investigação ornitológica e está classificada em segundo lugar na área (Ornitologia; factor de impacto = 2.49).

Foi mostrado previamente, num artigo liderado pelo Dr. José A. Alves (membro do CESAM & dBio) publicado na revista científica Scientific Reports, que os Maçaricos-galegos da Islândia são capazes de voar sem parar entre a Islândia e o Oeste Africano no outono, mas na primavera as aves embarcam noutro voo sem paragens para os locais de reprodução ou fazem a migração em dois voos com uma paragem de alguns dias entre eles, geralmente no Reino Unido ou Irlanda. Nesta nova publicação esse conhecimento é consolidado, as rotas migratórias, locais de invernada e de paragem durante a migração são mapeados, as diferenças sazonais de duração e velocidade de migração são avaliadas e as potenciais causas desses padrões são discutidas. A data de chegada das aves aos locais de reprodução pode influenciar o sucesso reprodutor subsequente, particularmente a latitudes elevadas, como na Islândia. Por essa razão, a maioria das aves migradoras sazonais migram mais rápido na primavera (antes da reprodução) do que no outono (depois da reprodução). No entanto, no caso dos Maçaricos-galegos da Islândia o padrão é o inverso, em que os indivíduos migram mais rápido no outono do que na primavera. A variação sazonal na prevalência dos ventos pode explicar as diferenças observadas neste estudo e a paragem durante a migração primaveril pode permitir aos indivíduos avaliar as condições atmosféricas mais próximo dos locais de reprodução e/ou aumentar a sua condição corporal de forma a chegar a essas áreas com reservas de energia.

Desvendar efeitos de carry-over e trade-offs no ciclo anual dos Maçaricos-galegos da subespécie islandesa num cenário de alterações globais é um foco da tese de doutoramento do Camilo, aluno no programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais na Universidade de Aveiro (CESAM/DBIO).

O artigo completo aqui: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/jav.01938

Mónica Amorim, investigadora do CESAM & dBio, é a investigadora principal da equipa portuguesa de dois Projetos Europeus recentemente aprovados no âmbito do Horizonte 2020. Ambos os projetos vão desenvolver-se na área da nanotecnologia (NMBP-13-2018: “Risk Governance of nanotechnology” e NMBP-14-2018: Nanoinformatics: from materials models to predictive toxicology and Ecotoxicology”).

O projeto “NANORIGO – Establishing a Nanotechnology Risk Governance Framework” conta com um financiamento global de 4.748.740 € e é coordenado pela Universidade de Aarhus, Dinamarca. Envolve 29 parceiros de 15 países Europeus, além da Coreia e EUA.

O projeto “NanoinformaTIX – Development and Implementation of a Sustainable Modelling Platform for NanoInformatics” conta com um financiamento global de 6.783.556 € e é coordenado pela Agencia Estatal Consejo Superior De Investigaciones Cientificas (CSIC), de Madrid, Espanha. Envolve 36 parceiros de 20 países europeus, além da China e EUA.

A equipa portuguesa é responsável pelas atividades relacionadas com a avaliação de perigo e risco no ambiente. A avaliação do impacto ambiental utilizando novas ferramentas ómicas irá ser um dos pontos chave a explorar, tanto na avaliação de efeitos como na implementação em regulamentação.

A investigadora Mónica Amorim é também a responsável do projeto H2020-NMBP-12: “BIORIMA – BIOmaterial RIsk Management”, que teve inicio em 2017, tendo assim a Universidade de Aveiro continuado a investigação na área das nanotecnologias e seus impactos ambientais via financiamento internacional (H2020-NMBP-12-13-14), garantindo a participação em grandes redes de cientistas e industria internacional.

Isabel Lopes e Cátia Venâncio, investigadoras do Laboratório Associado CESAM e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro são autoras de um dos 23 artigos publicados no volume da Philosophical Transactions B dedicado ao tema “Salt in freshwaters: causes, ecological consequences and future prospects”.

A salinização dos ecossistemas dulçaquícolas é uma ameaça crescente e global. Dentro do cenário das alterações climáticas, a subida do nível médio das águas do mar será o grande impulsionador do aumento da salinidade em ecossistemas costeiros de baixa altitude. O aumento da salinidade pode causar uma redução severa na biodiversidade aquática, levando à ruptura dos processos do ecossistema e comprometendo os bens e serviços que os ecossistemas dulçaquícolas fornecem.

Neste contexto, o trabalho, intitulado “Sensitivity of freshwater species under single and multigenerational exposure to seawater intrusion”, avaliou os efeitos do aumento da salinidade em várias espécies dulçaquícolas representativas de diferentes níveis tróficos (algas, plantas aquáticas, crustáceos, insectos, caracóis). Os resultados obtidos revelaram que níveis de salinidade dez vezes inferiores à salinidade da água do mar podem influenciar a resiliência de várias espécies nestes ecossistemas costeiros, nomeadamente de microcrustáceos dulçaquícolas. Estes microcrustáceos são importantes fontes de alimento para pequenos peixes e impedem a proliferação de microalgas. Isto poderá significar que mesmo pequenos aumentos da salinidade poderão, através de efeitos indiretos, influenciar a resiliência de espécies mais tolerantes. Esta situação é ainda mais preocupante se se tomar em atenção que a maioria das espécies estudadas continuaram a mostrar pouca tolerância ao aumento da salinidade mesmo quando expostas durante várias gerações . Esta conclusão do presente estudo reforça a questão da vulnerabilidade do biota aquático ao aumento da salinidade.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projecto SALTFREEPrediction of salinization effects on coastal freshwater and soil ecosystems due to climate changes, financiado pela FCT. O trabalho teve como co-autores Bruno Branco Castro (Departamento de Biologia, Universidade do Minho), Rui Ribeiro (Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra), Sara Antunes (Departamento de Biologia, Universidade do Porto), Nelson Abrantes (Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro), Amadeu M.V.M. Soares (Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro). O artigo pode ser lido aqui.