A Ria de Aveiro é uma das plataformas LTsER (Long-Term socio-Ecologic Research) integrado na rede nacional LTER e na E-Infraestrutura Portuguesa de Informação e Investigação em Biodiversidade, tendo por missão recolher, processar e reunir dados de elevada qualidade para responder aos atuais desafios societais.
Os insectos merecem agora especial destaque por serem excelentes bioindicadores das condições ambientais e pela sua potencial aplicação em biotecnologia.
Alguns dos grupos taxonómicos mais abundantes na vegetação halófita da Ria de Aveiro são as moscas (Diptera) e as cigarrinhas (Hemiptera). No âmbito do projeto SUSHI, foi estudado o potencial biotecnológico de duas espécies de mosca: a Machaerium maritimae[1], como ingrediente para rações de aquacultura devido à sua abundância e composição em ácidos gordos ómega-3, e a Fucellia maritima[2], registada para Portugal pela primeira vez no âmbito deste projeto. Foram ainda registadas, pela primeira vez para Portugal, outras espécies, estando em preparação as respetivas notas taxonómicas, e identificadas potenciais espécies invasoras não nativas, bem como pragas de plantas halófitas, reforçando a importância desta monitorização.
[1] Duarte, P. M., Maciel, E., Pinho, M., Domingues, M. R., Calado, R., Lillebø, A. I., & Ameixa, O.M.C.C. (2021). Omega-3 on the fly: long-legged fly Machaerium maritimae as a potential source of eicosapentaenoic acid for aquafeeds. Journal of Insects as Food and Feed, 1-12.
[2] Lourenço, F., Prado e Castro, C. & Ameixa, O.M.C.C. (2020) First record of Fucellia maritima (Haliday, 1838) (Diptera, Anthomyiidae) populations in Portugal. Norwegian Journal of Entomology, 67:246-248.
Autora: Ana Lillebø