Todos os dias, as pessoas estão expostas a uma mistura complexa de substâncias químicas maioritariamente através da alimentação. Por forma a avaliar a exposição humana a estes contaminantes, é importante efetuar a sua biomonitorização, isto é, detetar a sua presença diretamente em amostras biológicas como sangue, cabelo, urina ou leite materno, ou prever precocemente os seus efeitos no organismo, com vista a reduzir a exposição aos químicos e contribuir para melhorar a saúde pública.
Coordenado pela Agência Federal do Ambiente Alemã, o HBM4EU (European Human Biomonitoring Iniciative) é um consórcio europeu que conta com a participação de 30 países, da Agência Europeia do Ambiente e da Comissão Europeia, financiado ao abrigo do programa europeu Horizonte 2020 e em execução de 2017 a 2021 (https://www.hbm4eu.eu/). Esta iniciativa tem por objetivo utilizar a biomonitorização humana para avaliar a exposição humana a substâncias químicas, com vista a uma melhor compreensão dos impactos associados na saúde e à melhoria da avaliação dos riscos químicos.
Um dos contaminantes químicos estudados neste projeto europeu são as micotoxinas, compostos naturais produzidos por fungos e presentes maioritariamente em alimentos. Neste âmbito foram selecionadas duas micotoxinas: deoxinivalenol (DON), promotor de distúrbios e inflamação intestinal e fumonisina B1 (FB1), possível agente carcinogénico para humanos. O programa de trabalho em curso no HBM4EU nesta área é liderado por Portugal.
Autora: Paula Alvito