Dia Mundial da Vida Selvagem, 3 de março

No Dia Mundial da Vida Selvagem, este ano sob o tema “recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas”, celebramos a diversidade de animais e plantas selvagens, alertando para a importância de restaurar os habitats e ecossistemas das espécies ameaçadas e para a implementação de soluções para a sua preservação.  

De acordo com a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza, existem mais de 8400 espécies selvagens de fauna e flora ‘Criticamente em Perigo’ e perto de 30000 em ‘Perigo’ ou ‘Vulnerável’. Estima-se que mais de um milhão de espécies estejam ameaçadas de extinção, o que leva muitos cientistas a afirmar que enfrentamos a sexta extinção em massa, mas desta vez por ação humana.

A perda contínua da diversidade de espécies, habitats e ecossistemas ameaça toda a vida, incluindo a do ser humano. A perda de biodiversidade trará consequências nefastas a nível da nossa sobrevivência, designadamente quanto à disponibilidade de alimento e ao aparecimento de doenças e pragas.

Neste dia especial, destacamos o Projeto LIFE WolFlux – Diminuição das barreiras sociais e ecológicas para a conectividade das alcateias de lobo a sul do rio Douro, do qual o CESAM é parceiro.

Este projeto dedica-se ao lobo-ibérico, eternizado nas histórias infantis e no imaginário coletivo como aquele que engana e devora pessoas. Para além das atitudes sociais negativas, existem várias ameaças à conservação do lobo-ibérico, tais como os conflitos com a pecuária, o furtivismo, a escassez de presas silvestres e a perda de habitat. O objetivo deste projeto é promover as condições ecológicas e socioeconómicas necessárias para suportar uma subpopulação de lobo-ibérico estável. Especificamente, o projeto pretende (i) reduzir os conflitos entre a ação do lobo-ibérico e a atividade pecuária, (ii) reduzir o furtivismo e os fogos causados por ação humana, (iii) aumentar o conhecimento sobre as presas do lobo-ibérico e, eventualmente, aplicar medidas tendo em vista o fomento das mesmas, (iv) desenvolver estratégias para a promoção de produtos regionais relacionados com a espécie, e (v) aumentar a tolerância e as atitudes positivas face ao lobo-ibérico.

A subpopulação de lobo-ibérico a sul do Douro encontra-se fragmentada e isolada devido a fatores geográficos, ecológicos e humanos. Nesta área, subsistem nove alcateias que representam, aproximadamente, 14% da população nacional de lobo-ibérico. É fundamental diminuir as barreiras sociais e ecológicas à presença da espécie e promover a conectividade entre alcateias, tendo em vista a conservação desta subpopulação.

Foto: Cria de lobo (Canis lupus signatus)| Credit: Joaquim Pedro Ferreira