Esforços de rewilding no Grande Vale do Côa promovem o regresso dos corços e a coexistência com o lobo-ibérico

Um estudo levado a cabo por investigadores do CESAM revelou que os esforços de rewilding no Grande Vale do Côa, em Portugal, estão a facilitar o retorno do corço (Capreolus capreolus) à região, benéfico para o lobo-ibérico e os produtores locais. A equipa da Rewilding Portugal tem trabalhado para apoiar a recuperação da população de lobo-ibérico (Canis lupus signatus) ao sul do rio Douro, onde a falta de presas naturais tem causado conflitos com os produtores locais. O programa inclui medidas para promover o retorno dos corços, o que pode ajudar a reduzir a predação do gado pelos lobos. A investigação mostra um aumento na população de corços em áreas onde medidas de rewilding foram implementadas. A criação de charcos, recuperação de áreas incendiadas e limpeza de arbustos são algumas das medidas tomadas para restaurar o habitat dos corços.

O estudo indica que os corços estão a migrar para o norte e oeste do Grande Vale do Côa, e esforços futuros devem focar-se na expansão da espécie para oeste. A reintrodução de outras espécies de presas selvagens, como veados e cabras-monteses, também está a ser considerada para reduzir a predação do gado pelos lobos.

Futuramente, as equipas do CESAM e da Rewilding Portugal continuarão a monitorizar o corço nas áreas de rewilding distribuídas pela paisagem do Grande Vale do Côa. Esta monitorização fará também parte integrante do projeto LIFE LUPI LYNX, coordenado pela investigadora Rita Torres, do CESAM/DBIO, que será lançado para apoiar a recuperação das populações de lince-ibérico e lobo-ibérico ao sul do rio Douro em Portugal e Espanha.

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(Texto por: Tânia Barros; Imagem: Staffan Widstrand, Rewilding Europe)