Estudo: Áreas costeiras de uma área marinha protegida do Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau, suportam comunidades de peixes juvenis com importância económica e ecológica

Este estudo mostrou que a comunidade de peixes costeiros do Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau, é fortemente dominada por espécies das famílias Clupeidae, Haemulidae e Gerreidae. Em particular, a Sardinella maderensis foi a espécie mais numerosa, com uma abundância relativa superior a 70% ao longo das épocas. Esta espécie está classificada como vulnerável (segundo a IUCN), devido à diminuição do seu tamanho populacional nos últimos anos.

O facto da Sardinella maderensis ser tão abundante no Arquipélago dos Bijagós e representar a principal ligação entre o plâncton e predadores marinhos (como aves marinhas e peixes predadores, o que já foi mostrado em estudos anteriores) faz com que esta seja uma espécie chave neste ecossistema.

A gestão correta e conservação de áreas de berçário para espécies como as que se encontram no Arquipélago dos Bijagós deve ser considerada uma prioridade para a manutenção de um ecossistema saudável. O Arquipélago dos Bijagós, por assegurar elevados números de imaturos de Sardinella maderensis, contribui certamente para a manutenção dos seus stocks. Além disso, o facto deste arquipélago sofrer menos pressão de pesca do que os países vizinhos, representa uma zona fulcral para a conservação de Sardinella maderensis.

Este estudo foi realizado por investigadores do CESAM – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do MARE – ISPA Instituto Universitário, membros do IBAP – Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau e do CIPA – Centro de Investigação Pesqueira Aplicada da Guiné-Bissau, inserido no projeto ‘‘La recherche participative au service de la conservation de la biodiversité du Parc National Marin de João Vieira-Poilão (Archipel des Bijagós)’’ financiado pela MAVA Foundation.

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