Em Portugal, todos os anos, especialmente nos meses de verão, os incêndios florestais tendem a ser numerosos. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, são uma fonte de perigo para a população e respetivos bens. Investigadores do CESAM desenvolveram um estudo que levou à descoberta de que o musgo não só previne a erosão dos solos, em áreas ardidas, como retém a humidade e conserva a fertilidade da terra. Com o estudo, realizado no âmbito do projeto RECARE, os investigadores do CESAM monitorizaram, durante o período de um ano, uma encosta de uma plantação florestal ardida, na qual ocorreu uma colonização espontânea de musgos nas primeiras semanas após o incêndio florestal. Pela metodologia selecionada para o estudo, foi possível apurar que o desenvolvimento de uma cobertura média anual de uma área ardida ao longo do primeiro ano após o incêndio, com 67% de musgo, permitiu reduzir a erosão anual em 65%. Para esta análise, os cientistas escolheram uma encosta com plantação de eucaliptos, que tinha ardido na região Centro de Portugal. Diana Vieira, Flávio Silva e Jacob Keizer, investigadores do CESAM e, Els van der Spek, da Universidade de Wageningen, na Holanda, garantem que “os musgos podem ser encarados como engenheiros de ecossistemas naturais que constituem o primeiro passo para a preservação da fertilidade dos solos, proporcionando todas as condições para o desenvolvimento da biodiversidade subsequente”.
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