José Pedro Granadeiro (CESAM/FCUL) integrou ‘Expedição Ilhas Selvagens 50’

A Expedição Selvagens 50, organizada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza da Madeira, decorreu entre os dias 23 de abril e 1 de maio de 2023. A iniciativa enquadrou-se nas celebrações dos 50 anos de criação da Reserva Natural das Ilhas Selvagens.

Esta Expedição reuniu cerca de 40 especialistas de diversas instituições, entre os quais se inclui o investigador do CESAM e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), José Pedro Granadeiro (especialista em aves marinhas).  A deslocação para as ilhas foi assegurada pelo veleiro Santa Maria Manuela, que serviu como base de trabalho para as várias equipas durante toda a expedição. As equipas que trabalharam em terra replicaram os trabalhos de monitorização da biodiversidade vegetal e animal levados a cabo na Selvagem Grande entre os anos 2000 e 2005, e que englobaram o período pré- e imediatamente pós-operação de erradicação de ratinhos e de coelhos.

Em comunicado de imprensa, a Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas da Região Autónoma da Madeira, salienta que nesta expedição “foram efetuadas cerca de 80 horas de mergulho, sendo que em terra, só os trabalhos de inventariação e monitorização da flora e vegetação, moluscos, insetos e repteis ocuparam mais de 700 horas dos investigadores envolvidos. E os dados preliminares, quer no mar quer em terra, apontam para o extraordinário estado de conservação daqueles habitats”.

Este pequeno arquipélago oceânico tem uma enorme importância do ponto de vista natural, sendo considerado o mais importante local de nidificação de aves marinhas em território nacional. De acordo com José Pedro Granadeiro, foi possível dar continuidade a diversos trabalhos com aves marinhas, incluindo uma caracterização detalhada da vegetação dos pontos de monitorização com o auxílio de drone, e a colocação de 30 gps-loggers em Cagarras, que aqui forma a maior colónia conhecida desta espécie, atualmente com cerca de 40,000 casais reprodutores. Foi ainda possível recolher amostras de dieta de gaivotas-de-patas-amarelas, e monitorizar a sua população não só na Selvagem Grande, mas também na Selvagem Pequena e no Ilhéu de Fora.

As Ilhas Selvagens foram classificadas pelo Governo Regional da Região Autónoma da Madeira como Reserva Natural em 1971, e em novembro de 2021 os seus limites foram estendidos até às 12 milhas náuticas em redor das ilhas. São assim, a maior área marinha de proteção total do Atlântico Norte, com 2.677 km2.

Para mais informações sobre esta expedição, consultar aqui

Texto por: CESAM em colaboração com FCUL e José Pedro Granadeiro