CARDIOSENSOR – Desenvolvimento de um Nanosensor para Detecção de Risco de Doenças Cardiovasculares

Investigador Responsável CESAM

Teresa Rocha Santos

Programa

PTDC/SAU-BEB/099042/2008

Datas

01/04/2010 - 31/03/2013

Financiamento para o CESAM

37200 €

Financiamento Total

170000 €

Instituição Proponente

Instituto Piaget

Instituições Participantes

  • Hospital de São João, Porto

Em Portugal as doenças cardiovasculares nomeadamente as doenças cerebrovasculares e a doença isquémica cardíaca são a principal causa de morte, e a terceira e quarta causas de paralisia (Plano  Nacional de Saúde) [1]. O Programa Português de Prevenção e Control de Doenças Cardiovasculares [2] definiu estratégias e identificou a necessidade de criar instrumentos para avaliar e combater os principais factores de risco destas doenças, identificando e controlando os respectivos portadores. O risco de doenças cardiovasculares pode ser avaliado testando os níveis de proteína C-reactiva (CRP) no sangue [3-7]. A proteína C-reactiva é uma das proteínas da fase aguda que aumentam durante uma inflamação e elevados níveis de CRP sinalizam eventos coronários recorrentes em pacientes portadores de angina instável e que já tiveram ataques cardíacos. Os níveis elevados de CRP também têm sido associados a reduzidas taxas de sobrevivência dos doentes [8-11] e permite estabelecer os seguintes cenários para o doente [7]:i) se o nível hs-CRP for menor que 1,0 mg/L, a pessoa tem um baixo risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares;ii) se hs-CRP estiver entre 1,0 e 3,0 mg/L, a pessoa tem um risco médio e, iii) se hs-CRP for mais elevado que 3,0 mg/L, a pessoa tem um risco elevado. Diversos estudos [8-11] examinaram se a CRP pode prever as doenças cardivasculares e a morte associada a estas doenças. Até hoje, para detectar uma inflamação a CRP é medida no sangue usando imunoturbidimetria, ensaios imunoelectroforéticos, ELISA ou ensaios imunofluorescentes [12]. Contudo, estes ensaios são técnicas invasivas de avaliação de risco de doenças cardiovasculares. Este projecto desenvolverá um novo nanosensor para diagnóstico do risco de doenças cardiovasculares. Este novo sensor será sensível e selectivo à proteína C-reactiva, aliará o reduzido tempo de análise à não necessidade de pré-tratamento das amostras fornecendo resultados in-situ e contribuirá para aumentar a qualidade dos diagnósticos médicos. Num primeiro passo, o biosensor será montado experimentalmente e optimizado utilizando soluções padrão. O nanosensor será constituído por um transdutor feito com nanotubos de carbono e colocado em cima de um substrato semicondutor de óxido de silício. Efectuar-se-à a deposição de nanopartículas de ouro e do antigene da proteína C reactiva para aumentar a sensibilidade e selectividade do sensor. O nanosensor será aplicado à análise da proteína C-reactiva em amostras sintéticas e os resultados comparados com os obtidos pela técnica de ELISA. Num segundo passo o nanosensor será aplicado à análise de amostras clínicas (sangue humano e saliva) efectuando-se a validação dos resultados com o teste ELISA. O sangue e a saliva serão recolhidos de pacientes saudáveis e de pacientes que sofrem de diferentes doenças que afectem a proteína C reactiva. Os resultados obtidos para as amostras de saliva serão avaliados quanto à utilidade para prevenir o risco de doenças cardiovasculares comparando os resultados com os obtidos para o sangue. Num terceiro passo, será construído um protótipo e testado com amostras clínicas. Este projecto será desenvolvido por uma equipa de investigação com experiência na área do desenvolvimento de sensores químicos para aplicações ambientais e alimentares e mais recentemente para aplicação ao diagnóstico clínico. A aplicação do projecto a amostras recolhidas de doentes será acompanhada pelos membrosda equipa de investigação que são médicos.

membros do CESAM no projeto

Armando da Costa Duarte

Professor Catedrático Aposentado

Teresa Alexandra Peixoto Rocha-Santos

Investigadora Principal com Agregação