Estudo da fração PM2.5 da matéria particulada atmosférica na Península Ibérica – avaliação de fontes e análise de compostos maioritários (constituintes inorgânicos, carbono elementar e carbono orgânico)

Coordenador

Célia Alves

Programa

Ação Integrada Luso-Espanhola nº E-84/07

Datas

01/01/2007 - 31/12/2008

Financiamento para o CESAM

3000 €

Instituições Participantes

  • Centro de Investigaciones Energeticas, Medioambientales y Tecnologicas (CIEMAT), Madrid

A matéria particulada atmosférica (PM) desempenha um papel importante em diferentes processos que afetam a vida humana. Nos últimos anos, tem-se manisfestado um interesse crescente na PM, sobretudo relacionado com os seus efeitos na saúde e no meio ambiente. A implementação da diretiva 1999/30/CE, que estabelece valores limite diários e anuais para PM10 (PM < 10 µm), promoveu e contribui para o aumento do nº de trabalhos de monitorização dos níveis de PM10 em várias regiões da Europa. O principal objetivo destes trabalhos consistia em avaliar se das excedências dos valores limite se deviam a processos naurais, tais como o transporte de poeiras africanas. 

A investigação mais recente foca sobretudo a fração mais fina das partículas (PM2.5 – partículas com diâmetro < 2.5 µm) devido a efeitos mais nefastos na saúde humana comparativamente com as partículas grosseiras. Este facto levou a Comissão Europeia a financiar estudos focados nas PM2.5 na tentativa de fixar novos limites para esta gama de partículas. Para estabelecer limites razoáveis, é necessário caraterizar as principais propriedades das PM2.5, entre os quais a composição química, níveis e fontes.

O composto mais abundante na fração PM2.5 é o carbono. Resultados recentes indicam que este constituinte pode representar 28% a 68% da massa das partículas finas. Esta variabilidade resulta das diferentes contribuições das emissões antropogénicas, especificidade das condições meteorológicas e transporte de poluição a longa distância. O carbono particulado pode ser subdividido em carbono elementar (EC) e carbono orgânico (OC). O EC é diretamente emitido para a atmosfera durante processos de combustão. O OC pode também ser diretamente emitido por fontes naturais ou antropogénicas, mas pode resultar de processos de conversão gás-partícula na atmosfera. A determinação analítica dos níveis de EC e OC é difícil, pelo que as séries temporais de longo termo com medições destes constituintes carbonáceos publicadas até agora são em nº reduzido. A obtenção destas séries para localidades específicas permitirá avaliar a variabilidade sazonal dos níveis de EC e OC, bem como a influência das diferentes fontes e processos de formação. A determinação destes níveis, em combinação com a composição química das PM2.5, permitirá desenvolver perfis de emissão para a interpretação das várias categorias de fontes emissoras na Península Ibérica.

membros do CESAM no projeto

Casimiro Adrião Pio

Professor Emérito

Célia dos Anjos Alves

Investigadora Coordenadora