GoBig – Alterações globais e Invasões Biológicas: Potamopyrgus antipodarum como caso de estudo

Coordenador

Ana Luísa Machado

Programa

OE- Fundos Nacionais

Datas

01/02/2021 - 31/12/2024

Financiamento para o CESAM

249957,44 €

Financiamento Total

249957,44 €

Entidade Financiadora

FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia

Instituição Proponente

Universidade de Aveiro

Instituições Participantes

  • Universidade do Iowa
  • Direção Regional do Ambiente da Região Autónoma dos Açores
  • Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas da Madeira

DOI

10.54499/PTDC/CTA-AMB/3702/2020

As espécies exóticas invasoras constituem uma ameaça à biodiversidade e aos serviços de ecossistemas; o seu número continua a aumentar devido à crescente globalização do comércio e dos transportes, que continuam a quebrar as barreiras biogeográficas. As mudanças climáticas, a degradação e fragmentação dos habitats e a contaminação antropogénica aumentam ainda mais o sucesso com que as espécies exóticas se estabelecem, dado que, muitas vezes, são mais tolerantes que as espécies nativas. Ecossistemas isolados, como por exemplo as ilhas, que albergam uma biodiversidade única, são particularmente vulneráveis às espécies invasoras. A rigorosa avaliação do impacto ecológico das invasões biológicas requer, não só, a monitorização da ocorrência de espécies invasoras, mas também a quantificação da sua tolerância fisiológica a fatores de stress naturais e antropogénicos. Esta informação pode ajudar a prever a probabilidade de sucesso da invasão e os resultados da competição com outras espécies, previsões essas que são particularmente importantes num cenário de alterações globais. A combinação de modelos de distribuição das espécies com os seus limiares fisiológicos pode proporcionar uma melhor compreensão do nicho fundamental das espécies invasoras, resultando em previsões mais robustas e consistentes dos padrões de invasão.
No último século, o gastrópode de água-doce Potamopyrgus antipodarum, nativo da Nova Zelândia, invadiu ecossistemas aquáticos no mundo inteiro. Este invasor pode ser encontrado em elevadas densidades em todos os tipos de sistemas aquáticos, devido à sua elevada capacidade reprodutiva e ampla tolerância a fatores ambientais. Apesar desta espécie se encontrar em Portugal, não existe ainda informação acerca da sua distribuição, abundância e possíveis impactos nos ecossistemas de água-doce. O principal objetivo deste projeto é colmatar esta lacuna do conhecimento relativamente ao status da invasão de P. antipodarum em Portugal. Foi reunida uma equipa multidisciplinar nas áreas da ecologia, ecotoxicologia e biologia evolutiva para integrar este projeto que através de uma abordagem integrada, incluirá a monitorização, caracterização genética de populações
de P. antipodarum, bem como a avaliação dos níveis de tolerância fisiológica da espécie. Os dados obtidos através da abordagem experimental serão então usados para produzir modelos de distribuição para P. antipodarum, que permitirão prever o risco de invasão em cenário de mudanças climáticas esperadas para os ecossistemas de água-doce de Portugal continental, Madeira e Açores.
O objetivo deste projeto será usar a informação gerada para propor medidas a incluir nos planos regionais e nacionais de gestão, de forma a impedir ou retardar a propagação de P. antipodarum a novas áreas. Serão igualmente desenvolvidas estratégias para capitalizar a participação dos cidadãos na deteção e vigilância das populações de P. antipodarum, visando sempre uma gestão mais sustentável dos Recursos Hídricos em Portugal.

 

 

 

membros do CESAM no projeto