MERCOAST – Impacto do mercúrio na dinâmica de comunidades estuarinas de uma lagoa costeira (Ria de Aveiro, Portugal). Implicações sócio-económicas.

Coordenador

Dra. Patrícia Cardoso

Investigador Responsável CESAM

Maria Eduarda Pereira

Programa

PTDC/MAR/101906/2008

Datas

01/01/2010 - 31/12/2012

Financiamento para o CESAM

34.402 €

Financiamento Total

145.373 €

Instituição Proponente

IMAR - Instituto do Mar

Durante algumas décadas, a Ria de Aveiro, Portugal, tem vindo a sofrer uma forte perturbação ecológica, causada por poluição por mercúrio, proveniente de uma indústria de cloro-álcalis. Como consequência, várias toneladas de mercúrio foram libertadas e depositadas nos sedimentos da Ria. Apesar de já terem sido publicados diversos estudos sobre o impacto do mercúrio a diversos níveis, ainda não foram descritos na literatura estudos sobre o efeito do mercúrio na dinâmica das comunidades macrobentónica e planctónica estuarinas assim como no crescimento de produtores primários (plantas de sapal). De forma a complementar toda a informação obtida no campo serão realizadas algumas experiências em mesocosmo englobando os três níveis tróficos. O projecto incidirá no estudo da diversidade de plantas e sucessão de vegetação devido a modificações alogénicas (ex. actividades antropogénicas), investigação que tem sido conduzida, até agora, essencialmente em zonas húmidas artificiais e poucos em áreas húmidas naturais. Considerando que os estuários são ecossistemas muito produtivos e reconhecidos como áreas de viveiro para muitas espécies estuarinas/marinhas, a maioria das quais com elevado interesse económico (ex. amêijoa – Scrobicularia plana, berbigão – Cerastoderma edule, peixes e crustáceos), será imperativo avaliar o impacto do mercúrio na dinâmica (estrutura da comunidade, taxa de crescimento, período de reprodução, tempo de vida da espécie) dessas espécies. Durante as suas fases larvares, todas as espécies de peixe consomem zooplâncton e alguns indivíduos adultos continuam a ser parcialmente planctívoros. Por outro lado, estima-se que o meroplâncton (espécies que fazem parte da comunidade pelágica durante uma parte do seu ciclo de vida), incluindo larvas de decápodes, bivalves, gastrópodes possam ser afectados pela poluição de mercúrio, comprometendo o sucesso das suas formas adultas. Assim, torna-se também relevante estudar o efeito da contaminação por mercúrio na estrutura e diversidade da comunidade zooplanctónica e avaliar as suas implicações sócio-económicas.

membros do CESAM no projeto

João Pedro Martins Coelho

Investigador Auxiliar