Respostas fisiológicas/bioquímicas e genotóxicas das espécies animais aquáticas a xenobióticos contaminantes do ambiente aquático

Coordenador

<a href=index.php?menu=82&submenu=0&language=pt&tabela=pessoaldetail&user=74>Maria Ana Monteiro Santos</a>

Programa

POCI/MAR/61195/2004

Datas

01/09/2005 - 31/08/2008

Financiamento para o CESAM

59400 €

Financiamento Total

89100 €

Considera-se que uma célula ou um organismo está em estado de “stress oxidativo”, sempre que o equilíbrio entre oxidantes e enzimas ou substratos antioxidantes é perturbado em favor dos primeiros. Nestas condições as espécies reactivas intermédias de oxigénio poderão danificar o DNA e os lípidos membranares e afectar também as funções das proteínas celulares. A integridade e função da membrana perde-se devido à peroxidação lipídica por radicais livres. As lesões oxidativas do DNA poderão alterar a sua transcrição e replicação normal e induzir mutações. Os radicais livres e o stress oxidativo estão implicados numa variedade de condições normais e patológicas. Recentemente, muitos investigadores focaram os seus estudos sobre os mecanismos moleculares através dos quais os radicais livres contribuiem para o desenvolvimento e progressão de diversos estados patológicos. As espécies reactivas de oxigénio (ROS) formam-se em grandes quantidades como sub-produtos do metabolismo celular normal. O DNA nuclear e mitocondrial acumula em elevadas concentrações de 8-hidroxi- 2’- deoxiguanosina, um produto muito estável de lesão proveniente da hidroxilação da guanina no carbono 8. A 8- hidroxiguanosina (8-OH) induz a transversão do G para T, o que é potencialmente mutagénico. A via de reparação excisão da base (BER) é o mecanismo de protecção celular de maior importância como resposta às lesões oxidativas do ADN, removendo bases alteradas do ADN antes de serem incorporadas no ADN durante a replicação. Os enzimas homólogos MutT (MutT/MTH) no processo BER são as DNA glicosilases, as quais removem diferentes bases danificadas, protegem a célula de efeitos mutagénicos da 8-oxoG. A 8-hidroxiguanosina (8-OHG) tem sido utilizada como um marcador de stress oxidativo. A contaminação aquática por misturas complexas de efluentes de origem urbana e industrial, foram recentemente transferidos dos rios e estuários para as zonas costeiras através de exutores submarinos após tratamento primário e secundário realizado por intermédio de arejamento, correcção do pH seguida de tratamento por lamas activadas. Apesar dessas boas intenções, pelo menos 50 anos de intensa contaminação foram deixadas para trás, na Ria de Aveiro, mais específicamente ao nível dos sedimentos, não considerando o facto de apenas um terço de todos os efluentes estarem a ser convenientemente tratados. Diversos estudos laboratoriais e de campo têm sido levados a cabo pelo nosso grupo de investigação no que respeita às respostas fisiológicas/bioquímicas/genotóxicas das espécies animais aquáticas a esses contaminantes isolados ou em misturas complexas. De acordo com as afirmações anteriores, serão levados a cabo estudos laboratoriais e de campo no que respeita à quantificação da contaminação da água/sedimento, assim como no que respeita à sua capacidade de induzir biotransformação e stress oxidativo relacionado com lesões do DNA em diversos orgãos de vertebrados e invertebrados aquáticos marinhos.