As crianças passam um terço do seu dia na escola, onde a má qualidade do ar interior (IAQ) pode constituir um sério problema. Tal como na maioria dos países, as escolas em Portugal não estão sujeitas a um acompanhamento regular da QAI e dos seus efeitos na saúde. O STEP tem Estarreja como caso de estudo, e pretende responder às seguintes questões: Quais são as causas da poluição atmosférica dentro e na envolvente das escolas? Quais são os seus efeitos? Quais são as possíveis soluções para combatê-la? Propõe-se uma iniciativa de “ciência cidadã” para avaliar a qualidade do ar dentro e fora das salas de aula do ensino básico e do jardim de infância, envolvendo a monitorização de múltiplos poluentes e a aplicação, pela primeira vez, de novas disciplinas, como toxicologia analítica, genómica microbiana e epidemiologia ocupacional. Além dos poluentes legislados e dos parâmetros de conforto, será feita uma avaliação da poluição microbiológica, incluindo a deteção de fungos toxígenos e genes de resistência a antimicrobianos. As poeiras serão caracterizadas quimicamente e submetidas a uma triagem toxicológica para obter padrões de resposta aos agentes agressores. Será realizado um estudo transversal no qual os alunos serão diagnosticados através do questionário do “International Study of Asthma and Allergies in Childhood” (ISAAC) para estimar os principais fatores de risco para a incidência de doenças do foro respiratório. Serão aplicados modelos multivariados para estabelecer associações entre qualidade do ar, saúde respiratória e absenteísmo. Será utilizado um modelo de dosimetria para avaliação de risco e desenvolvimento de limites de exposição ocupacional para partículas inaladas. Será proposto um conjunto de orientações e de boas práticas para uma gestão eficaz da QAI e para incentivar as mudanças comportamentais conducentes a um ambiente escolar mais saudável.