Alexandra Monteiro, investigadora do DAO/CESAM, escreve sobre poluição do ar por partículas

25/1/2017

Pode um dia de frio soalheiro ser um risco para a saúde?

Alexandra Monteiro, investigadora do DAO e CESAM da UA, explica como a conjugação das atuais condições atmosféricas e do tão comum hábito de acender a lareira em casa para resistir ao frio, pode gerar situações de risco para todos.

Estes dias frios de inverno (cheios de sol e com pouco vento) estão geralmente associados a condições meteorológicas caracterizadas por uma grande estabilidade atmosférica que favorecem a fraca dispersão dos poluentes e a sua acumulação. Se juntarmos a estas condições grandes emissões de poluentes para a atmosfera teremos a receita ideal para um problema grave de má qualidade do ar com riscos para a saúde humana.

Foram várias as estações de qualidade do ar espalhadas pelo país que mediram ao longo dos últimos dias concentrações de partículas bastante superiores aos valores limite estipulados pela legislação para a proteção da saúde humana. Os picos de partículas registados durante o período noturno sugerem-nos que a causa e a fonte emissora provém da combustão residencial, nomeadamente das nossas acolhedoras lareiras. Este valor tão elevado é explicado pelas condições pouco ideais e não certificadas em que se dá esta queima (combustão incompleta; combustível com impurezas; etc).

Há várias medidas que podemos tomar sem comprometermos o nosso conforto. A primeira pode começar na escolha da biomassa usada na queima, existindo opções no mercado, como pellets, que possibilitam a redução acentuada da emissão de partículas. A substituição ou adaptação da lareira convencional por uma instalação certificada é outra. E, ainda, a escolha dos dias mais indicados para a acender também estará sempre ao alcance da nossa decisão (e da previsão meteorológica).

Mais informação em: http://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?c=49186&lg=pt