Rosário Domingues, investigadora do CESAM e docente no Departamento de Química da UA, foi convidada para ser oradora na prestigiada Gordon Research Conferences Glycolipid and Sphingolipid Biology 2024. Esta conferência realizou-se no Grand Galvez em Galveston, Texas, Estados Unidos, de 18 a 23 de fevereiro de 2024.

Rosário Domingues foi convidada como especialista na área da lipidómica. A GRC é uma conferência científica global líder, dedicada a expandir os limites da ciência através da apresentação de investigações inovadoras e inéditas, promovendo o networking e a troca de conhecimentos entre investigadores de todas as fases da carreira. O programa da conferência incluiu uma gama diversificada de oradores de instituições e organizações de todo o mundo.

Crédito de imagem: 90 segundos de ciência

No passado dia 19 de fevereiro, o investigador João Pedro Coelho (CESAM/DBio) esteve no “90 segundos de ciência” para falar sobre a sua investigação na eficácia da reintrodução de ervas marinhas para descontaminar sedimentos na Ria de Aveiro.

No podcast o investigador destacou o histórico de contaminação industrial e os desafios atuais com sedimentos ainda poluídos “há processos erosivos que fazem com que as camadas mais contaminadas de sedimento venham à superfície, o que pode trazer problemas no futuro”. Para tentar solucionar este problema ele e a sua equipa desenvolveram uma solução natural através da reintrodução de ervas marinhas, visando estabilizar sedimentos e promover a biodiversidade.

Ouça o conteúdo completo aqui.

Começou hoje, dia 19 de fevereiro, a reunião de arranque do projeto “CURIOSOIL – Awakening Soil Curiosity to catalyse Soil Literacy” que se estende até dia 21 de fevereiro nas instalações da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Este projeto representa um esforço concertado para enriquecer o conhecimento e a educação sobre o solo, face aos desafios impostos pela crescente pressão antropogénica sobre este recurso indispensável. Sob a liderança de Sónia Rodrigues, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), este projeto financiado pelo Horizonte Europa, congrega um consórcio de 14 parceiros de diferentes partes da Europa.

Entre as iniciativas do projeto destaca-se a criação de um “Kit de curiosidades sobre o solo”, que proporcionará experiências ricas e multissensoriais, e a elaboração conjunta de uma série de recursos educativos, materiais pedagógicos e programas de capacitação docente. Estes recursos serão implementados em vários níveis de ensino por toda a Europa, com o intuito de integrar o estudo da saúde do solo nos programas escolares e de intensificar a compreensão e a sensibilização para uma gestão sustentável do solo.

Financiado em 6,1 milhões de euros através da Missão Solo da União Europeia, integrada no programa Horizonte Europa, o CURIOSOIL tem como missão não só elevar o nível de literacia sobre o solo entre diversos estratos da população – de estudantes e educadores a cidadãos e responsáveis políticos – mas também promover a adoção de práticas sustentáveis e fomentar uma responsabilidade ambiental partilhada.

O arranque do projeto CURIOSOIL foi divulgado nos órgãos de comunicação social SIC Notícias, Observador e Notícias do Centro.

No dia 13 de fevereiro, o investigador Paulo Baganha do CESAM/DGeo e representante do CESAM na rede, esteve presente no Euromarine Open Science Day 2024, onde apresentou uma comunicação intitulada “Global warming and coastal changes: Application of Artificial Intelligence techniques in coastal erosion risk assessment”.

O evento deste ano, organizado pela Euromarine, focou-se no tema “Ciência nos limites: Enfrentando os pontos críticos socioecológicos e climáticos dos ecossistemas marinhos”. A investigação atual sublinha a urgência de abordar os riscos de mudanças ambientais abruptas ou irreversíveis, especialmente diante da transgressão dos limites dos sistemas terrestres. O oceano, como um dos principais reguladores da biosfera, é uma prioridade para a União Europeia.

A Euromarine promove o Open Science Day anualmente, incentivando a comunidade académica a contribuir para os desafios globais dos oceanos. Este ano, o dia 13 foi repleto de sessões de alto nível com especialistas globais e contribuições dos membros da EuroMarine, incluindo jovens investigadores e projetos financiados pela Missão Ocean & Waters da UE.

Hoje, 14 de fevereiro, realiza-se a Assembleia Geral da Euromarine, onde os representantes dos membros da rede se juntam para validar as atividades planeadas para 2024.

Saiba mais sobre este evento aqui: Euromarine Open Science Day and General Assembly 2024 | EuroMarine (euromarinenetwork.eu)

Crédito de imagem: Universidade de Aveiro

Investigadores da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com equipas de outras instituições, descobriram duas novas espécies e oito novas subespécies de planta, neste caso, de calêndula, em várias zonas do norte de África. Os estudos desenrolaram-se ao longo de vários anos e os trabalhos de campo começaram em 2009, na Tunísia.

A descoberta das novas espécies e subespécies foi feita em momentos distintos. Em alguns casos, os investigadores aperceberam-se que se trataria de novas espécies e subespécies durante os trabalhos de campo, ao visitar as respetivas populações, explica Paulo Silveira, investigador do CESAM e professor do Departamento de Biologia da UA que coordenou os estudos. Noutros casos, acrescenta, foi durante o estudo dos espécimes no herbário depois de visitar as populações das plantas ou, mais raramente, ainda antes dessa visita, porque muitos espécimes colhidos por outros botânicos não continham os frutos necessários para a identificação e caracterização segura destas plantas.

Os trabalhos de campo decorreram na Tunísia, em abril de 2009, em Marrocos (abril de 2010, abril de 2011, junho de 2012, março de 2013) e, na Argélia, em maio de 2014. O trabalho laboratorial foi realizado no Laboratório de Botânica e no Herbário da Universidade de Aveiro. Nas primeiras expedições, Paulo Silveira trabalhou só. A partir de junho 2012, a doutoranda Ana Carla Gonçalves passou a participar no âmbito da revisão taxonómica do género e realizada no âmbito do seu doutoramento sob orientação de Paulo Silveira.

Embora a divulgação mais recente deste longo trabalho seja de 2023, o docente e investigador explica que, normalmente, não se divulga uma espécie nova logo depois de ser descoberta, mas sim, apenas depois de estar devidamente estudada e publicada, sendo ambas tarefas demoradas. Até à publicação dos resultados, há que manter reserva.

A importância do trabalho de campo

Nem todas estas espécies são próprias de montanha, embora a maioria o seja: desde as montanhas Tazekka, no Atlas Médio, passando pelo Rif e Bokoya, em Marrocos, até Djurjura, na Argélia. A Calendula suffruticosa subsp. boccoyana, por exemplo, embora tenha ficado com o nome das montanhas Bokoya, pode surgir a altitudes relativamente baixas, em recifes costeiros. “Foi muito importante contactar com a variabilidade morfológica das plantas do género Calendula no campo, pois há variações que ocorrem dentro de certas populações que não são relevantes taxonomicamente e complicam a análise se o estudo for feito apenas no herbário, em que os espécimes estão fora do contexto da respetiva população de onde foram retirados”, assinala Paulo Silveira. “Na maioria dos casos as diferenças são subtis, sobretudo no caso das novas subespécies”, afirma.

O investigador considera que a principal razão de ainda não terem sido descobertas antes, ou publicadas como novos taxa (novas espécies e subespécies), tem a ver com a dificuldade de perceção, até então, do papel dos aquénios – tipo de fruto normalmente seco, com origem em um ou mais carpelos, que não se abre espontaneamente, contendo, tipicamente, uma semente – na taxonomia do género, havendo muitos espécimes de herbário que não continham esses frutos e, por isso, não eram identificáveis. Paulo Silveira acrescenta ainda que, antes, havia também lacunas de trabalho de campo na região.

Os estudos desenrolaram-se no âmbito dos projetos do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) – FCT/MCTES UIDP/50017/2020+UIDB/50017/2020 através de fundos nacionais -, envolvendo a bolsa de doutoramento da Ana Carla Gonçalves da FCT/UNESCO (SFRH/BD/51464/2011) e com financiamento do programa europeu SYNTHESYS, que tornou possível visitas a herbários em Londres. O trabalho até agora desenvolvido sobre a taxonomia e cariosistemática do género Calendula resultou na publicação de dois capítulos de livros internacionais e seis artigos em revistas indexadas, envolvendo não só um doutoramento (de Ana Carla Gonçalves), como dois mestrados (Sofia Nora e Inês Simão). A cariosistemática é um ramo da sistemática (classificação científica dos seres vivos) que procura determinar relações naturais entre taxa através do estudo de cariótipos (conjunto de cromossomos presentes em um indivíduo).

As parcerias também foram várias, ao longo dos anos e diferentes contextos, mas, no que teve implicações taxonómicas, destacam-se as encetadas com os botânicos dos países visitados, tais como os professores Ahmed Ouhammoud, em Marrocos (Marraquexe), Rachid Amirouche, em Argel (Argélia), e em Portugal: Estrela Figueiredo, presentemente na Universidade Nelson Mandela (Africa do Sul), Leonor Morais  do Instituto Superior Técnico (ISA, Lisboa), Helena Oliveira, também do CESAM/DBio, João Loureiro e Silvia Castro – ambos, antigos alunos da UA, atualmente professores na Universidade de Coimbra – e contou com a colaboração do professor Jorge Paiva, investigador aposentado dessa mesma universidade.

Texto: Adaptado de Notícias UAoline

No final de janeiro de 2024, a Agência Portuguesa do Ambiente tomou a decisão histórica de não prorrogar a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) para o projeto do aeroporto do Montijo, baseando-se em fundamentos científicos sólidos. Essa decisão foi fortemente influenciada por seis estudos científicos focados na avifauna, dos quais quatro foram conduzidos por investigadores do CESAM.

Os trabalhos do CESAM destacam os significativos impactos ambientais que o projeto poderia acarretar na zona protegida do estuário do Tejo, uma área de crucial importância para aves e seus habitats. José Alves, investigador CESAM/DBio, juntamente com a sua equipa, contribuiu com três desses estudos, que apontam para conclusões alarmantes: o projeto do aeroporto ameaçaria a biodiversidade na área protegida, afetaria negativamente as aves migratórias – muitas das quais já enfrentam declínios acentuados -, e teria impactes que ultrapassam os limites da área designada para conservação.

As descobertas destes estudos chamaram a atenção de diversos meios de comunicação, com destaque para reportagens no Diário de Notícias e no Jornal da Noite da SIC, ampliando o debate público sobre o assunto.

José Alves, que desde 2019 vem apontando as falhas no processo de Avaliação de Impacte Ambiental e os riscos de não conformidade com a legislação, vê na decisão da APA um reflexo da importância da ciência na tomada de decisões governamentais relacionadas à conservação da biodiversidade. Esta posição, caso se mantenha firme após o período de contestação, poderá servir como um marco exemplar da interação entre a investigação científica e a gestão pública, reforçando o papel vital da ciência na proteção ambiental e na sustentabilidade futura.

No dia 11 de feveiro, prestamos homenagem a todas as mulheres que integram a comunidade CESAM, reconhecendo as suas contribuições valiosas, talento, dedicação e o espírito pioneiro de cada uma.

Feliz Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência de 2024!

Para assinalar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência de 2024, a Universidade de Aveiro destacou no seu site as trajetórias e conquistas de 20 investigadoras. Entre estas notáveis mulheres encontra-se a investigadora Ana Cristina Esteves.

Em entrevista à UA a investigadora partilhou o foco da sua investigação “Atualmente estudo o potencial que os fungos marinhos têm como produtores de moléculas que possamos aplicar no nosso dia a dia. Tenho-me focado na identificação de fungos de origem marinha que sejam capazes de produzir moléculas que inibam bactérias (antibióticos) ou outros fungos (antimicóticos e fungicidas), mas também fungos que produzam enzimas que possam ser aplicadas na indústria. Para encontrar estas moléculas, utilizo técnicas como a proteómica (identificando todas as proteínas de um organismo), a metabolómica (identificando todas as moléculas pequenas de um organismo) ou a lipidómica (identificando todos os lípidos de um organismo) e também a genómica (em que se sequencia e analisa o genoma destes organismos)”.

Leia o conteúdo completo aqui: Universidade de Aveiro (ua.pt)

O EpiLipidNET é um consórcio internacional liderado pela investigadora do CESAM Rosário Domingues que conta, atualmente, com um total de 450 investigadores, clínicos, sociedades científicas e empresas de 47 países. Esta Ação COST CA19105 está a iniciar o quarto ano e alcançou resultados notáveis na investigação e inovação na área de lípidos e lipidómica e, também, na educação e formação e na sensibilização do público em geral e stakeholders. Os seus esforços não só deixaram um impacto duradouro, mas também resultaram em avanços científicos significativos e na disseminação de conhecimento para além dos círculos académicos.

Ao longo da sua jornada, a EpiLipidNET alcançou numerosas descobertas científicas, evidenciadas através de mais de 50 publicações científicas, contribuindo com valiosas perspetivas para o complexo mundo dos lípidos. Através de esforços colaborativos num ambiente de ciência aberta, esta comunidade tem sido pioneira em tecnologias inovadoras, ultrapassando os desafios da análise e exploração de lípidos e lípidos modificados em sistemas biológicos.

Leia o artigo completo aqui.

No dia 7 de fevereiro, realizou-se a primeira reunião do projeto “Soil@INT – Solos do interior: monitorizar para mitigar os efeitos das alterações climáticas”. Este projeto, coordenado pela investigadora do CESAM Rita Torres, propõe o desenvolvimento de uma rede de monitorização da saúde do solo, assente na integração de dados de deteção remota e indicadores ecológicos in situ, que terá como objetivo a produção de modelos que facilitem a criação de rotinas de monitorização do solo a diferentes escalas espácio-temporais. A sua resolução e potencial de replicabilidade permitirá alavancar programas de gestão de solos nos territórios do interior.
Estiveram presentes na reunião a Universidade de Aveiro, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, a Associação Transumância e Natureza, a Palombar e o Município de Figueira de Castelo Rodrigo. Através do envolvimento da academia, associações locais e poder autárquico Soil@INT pretende contribuir para a formação de atores locais que vejam na valorização dos recursos naturais endógenos uma oportunidade de aumentar a competitividade regional, bem como a resiliência das paisagens do interior.