O colóquio “Proteger a Nossa Abelha”, realizado em Santa Maria da Feira no dia 13 de dezembro, teve como principal objetivo proporcionar conhecimento aos participantes para salvaguardar as suas colmeias, com especial ênfase na ameaça representada pela vespa asiática. A investigadora CESAM/DBio, Olga Ameixa, desempenhou um papel ativo durante o colóquio, através de uma apresentação intitulada “Biologia e Ecologia da Vespa velutina nigrithorax (Hymenoptera: Vespidae)” onde falou sobre o histórico da invasão da espécie na Europa e em Portugal, sobre a ecologia e biologia da espécie e sobre a necessidade de distinguir a Vespa Velutina de outras espécies de vespas e abelhas.

A iniciativa, promovida pela Cooperativa Agrícola da Feira, São João da Madeira, Gaia e Espinho, teve também como intuito divulgar informações sobre os apoios disponíveis para os apicultores no ano de 2024 e assinalou também o estabelecimento da secção apícola da cooperativa, destinada a prestar apoio técnico, auxílio a candidaturas a apoios e abordar outras questões pertinentes para os apicultores locais.

Neste evento estiveram presentes representantes da Proteção Civil de Santa Maria da Feira e da Proteção Civil de São João da Madeira, um representante da FENAPICOLA e a associação Nativa o que realça a importância da colaboração de diversas partes interessadas na proteção das abelhas e no combate à vespa velutina.

O projeto SOLarClean saiu vitorioso na primeira edição do I2D – Igniting Interdisciplinarity, promovido pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde | Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC). Este projeto inovador, liderado pela investigadora CESAM/DQUA Diana Lima, tem como objetivo utilizar a radiação solar para remover antibióticos da água de forma sustentável. Os seus fotocatalisadores magnéticos à base de carbono oferecem uma solução económica e ecológica, alinhada com as metas da ONU para a sustentabilidade da água até 2030.

Parabéns à equipa por trás deste projeto!

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Ana Lillebø, investigadora Principal do CESAM e Vice-Reitora da Universidade de Aveiro, participou na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28). No dia 9 de dezembro, às 17h30, participou como oradora convidada na sessão sobre “Strategic Ocean Alliance: Fostering Global-Arab Collaborations for Marine Resilience against Climate Change” organizada pela Liga dos Estados Árabes, na zona azul, no Dubai.

Ana Lillebø contribuiu para a sessão com o tema Climate Change Impacts on Coastal Ecosystems and Their Role in Addressing Climate Challenges/ Impactos das Alterações Climáticas nos Ecossistemas Costeiros e o seu papel na resposta aos desafios climáticos, abordando o papel dos Blue Carbon ecosystems / ecossistemas do Carbono Azul e a Coastal Restoration with Nature and People /Restauração Costeira com a Natureza e as Pessoas.

Este evento foi organizado pela Academia Árabe de Ciência, Tecnologia e Transporte Marítimo e decorre sob os auspícios do Prof. Ismail Abdel Ghafar Ismail Farag, Presidente da AASTMT, e de S. Exa. o Sr. Ahmed Aboul Gheit, Secretário-Geral da Liga Árabe.

A COP28, que se realizou no Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, incluiu uma série de sessões técnicas especializadas que abrangem vários tópicos relacionados com a crise climática. Os participantes incluíram líderes empresariais, jovens, cientistas do clima, jornalistas e vários outros peritos e partes interessadas.

As conferências anuais das Nações Unidas sobre as alterações climáticas constituem o principal fórum multilateral de tomada de decisões sobre as alterações climáticas, estando representados quase todos os países do mundo.

Texto por: Dionísia Laranjeiro

No passado dia 5 de dezembro, o Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da Universidade de Aveiro foi palco de um evento comemorativo do Dia Mundial do Solo, organizado pelo CESAM em colaboração com os projetos BESIDE, FoRES, Insectera e ENTOSAFE.

O acolhimento aos convidados e participantes foi realizado pelo Vice-Reitor, Professor Artur Silva, pelo Professor Amadeu Soares (Coordenador do CESAM), e pela Professora Fátima Alves (Diretora do DAO). Todos eles, na sua intervenção, destacaram a importância do solo, sua conservação e valorização para a sociedade, ressaltando que o tema é altamente relevante tanto nas linhas de investigação da Universidade de Aveiro e do CESAM como no trabalho do Departamento de Ambiente e Ordenamento, que já dedica mais de 40 anos de trabalho nesta área.

Na primeira parte do evento, moderada pela Dra. Susana Loureiro (CESAM/DBio), foram apresentadas estratégias e iniciativas relacionadas com a conservação e valorização do solo. Destacou-se a apresentação da Dra. Cláudia Sá da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) sobre a “Rede de explorações de demonstração AGRI-DEM_SOLO”. Em seguida, a Dra. Maria João Fernandes da Agência Nacional de Inovação (ANI) discutiu oportunidades de financiamento e colaboração no âmbito da Missão Solo. Por fim, a Dra. Sónia Rodrigues, do CESAM/DAO, apresentou as principais linhas de investigação incluídas no projeto europeu recentemente aprovado no âmbito da Missão Solo, relacionado com a Literacia do Solo.

Na segunda parte do evento, moderado pela Dra. Sónia Rodrigues, vários especialistas discutiram iniciativas de conservação e valorização do solo numa mesa redonda. Participaram da discussão a Dra. Cláudia Sá (DGADR), a Dra. Maria João Fernandes (ANI), o Prof. João Coutinho (UTAD), a Dra. Ana Quintela (RAIZ), o Dr. Oscar Pelayo (CESAM/DAO), a Dra. Regina Menino (INIAV), e o Dr. Ricardo Ramiro (Colab InnovPlantProtect). O debate foi enriquecido com a apresentação e discussão de estratégias e diferentes visões e fortaleceu oportunidades de networking e colaboração entre instituições em torno desse recurso vital e vulnerável: o solo.

Algumas das imagens captadas durante o evento;

O mais recente número da Nature Cancer destaca uma investigação que contou com a participação dos investigadores do CESAM/DBio Seila Díaz, Ricardo Calado e Fernando Ricardo.
A investigação revelou a capacidade do berbigão, uma espécie comum nas águas da costa portuguesa, de contrair cancros transmissíveis através de células cancerígenas vivas presentes na água do mar. Os resultados não só avançam na compreensão deste fenómeno intrigante, mas também fornecem uma sequência de referência do genoma dos berbigões, contribuindo para estudos mais aprofundados sobre a evolução destes cancros contagiosos.

A escolha da Nature Cancer de realçar esta investigação na capa sublinha a relevância global destas descobertas e reconhece a importância do trabalho realizado.

Esta capa será, brevemente, acrescentada à exposição “Capas CESAM”, patente nas escadas de acesso aos pisos 3 (laboratórios) e 5 (serviços administrativos e sala de reuniões) do edifício 3.

Saiba mais sobre este artigo aqui.

O CESAM foi saber mais sobre o projeto LIFE SeagrassRIAwild, coordenado pelo investigador Pedro Coelho.

Numa entrevista exclusiva, foram discutidas as motivações que levaram à conceção do projeto, o seu potencial impacto na preservação das pradarias marinhas na Ria de Aveiro e a visão para os próximos sete anos.

Acompanhe esta entrevista e saiba mais sobre este projeto.

CESAM: Quais foram os motivos e a inspiração por trás da criação da proposta que deu origem ao projeto LIFE SeagrassRIAwild?

Pedro Coelho: A proposta LIFE SeagrassRIAwild surge no seguimento de vários anos de trabalho da equipa nesta temática (nomeadamente os projetos RemediGrass, ReMoliço BioPradaRia e C-Grass), onde foram abordados diversos aspetos relacionados com a ecologia, o restauro de pradarias marinhas e a sua utilização como uma solução baseada na natureza na reabilitação de ecossistemas, ainda que com foco na espécie dominante na Ria de Aveiro, a Zostera noltei. Em paralelo, foram identificadas recentemente pequenas manchas de Zostera marina no braço de Mira, após décadas em que esta espécie não foi observada no sistema. A presença da Zostera marina sugere que as condições ambientais atuais da Ria de Aveiro serão propicias ao seu restabelecimento, e justificou um primeiro projeto (FITA) com o objetivo de desencadear ações para a sua proteção e recuperação.

Simultaneamente, a importância do restauro ecológico de ecossistemas tem ganho realce a nível internacional, quer a nível europeu (O European Green Deal, a estratégia para a Biodiversidade 2030 e a estratégia de adaptação às alterações climáticas, bem como a futura Lei Europeia de Restauro Ecológico) quer a nível mundial (Década das Nações Unidas para o Restauro Ecológico), originando mais oportunidades de financiamento.

Tendo em consideração a atual recetividade política, o ressurgimento natural da espécie no sistema e a sua importância histórica e ecológica para a Ria de Aveiro, considerámos que esta era a altura certa para avançar com um projeto de restauro deste habitat a larga escala no sistema.

CESAM: Qual é a magnitude do contributo que esperam que este projeto tenha na recuperação e conservação das pradarias marinhas na Ria de Aveiro?

Pedro Coelho: O projeto LIFE SeagrassRIAwild propõe uma mudança de paradigma para o restauro ecológico das pradarias de ervas marinhas, não só na Ria de Aveiro mas a nível global, pela utilização do conceito de maricultura (cultivo em condições controladas, em antigas marinhas de sal da Universidade de Aveiro que serão reconvertidas para o efeito), que servirá como fonte de biomassa e sementes necessárias para a implementação de programas de recolonização em larga escala, sem provocar impactos em planícies dadoras.

Iremos promover o envolvimento da academia, autoridades locais, agências ambientais nacionais, ONG’s, associações de utilizadores e cidadãos no processo de cocriação e implementação das soluções e ações de restauro, para incrementar a aceitação, envolvimento e investimento de todos os atores locais no projeto. O objetivo é que o processo de recuperação das pradarias marinhas da Ria de Aveiro não seja apenas um projeto científico da academia, mas um projeto e movimento de toda a região, com uma grande base de ciência cidadã.

Por último, o projeto pretende contribuir não apenas para o restauro ecológico das pradarias marinhas, mas potencialmente colocar estas comunidades ao serviço da população, ao explorar soluções baseadas na natureza inovadoras para a gestão da navegabilidade dos canais de acesso a cais e marinas que, se eficazes, terão potencial para integrar os processos de rotina de portos, marinas e autoridades de gestão e potencialmente minimizar as necessidades de dragagem que se verificam atualmente. 

CESAM: Daqui a 7 anos, qual é o cenário que esperam ter alcançado como resultado deste projeto, em termos de impacto e mudanças nas áreas de pradarias marinhas?

Pedro Coelho: Os objetivos a que nos propusemos são ambiciosos, mas baseados na qualidade e experiência do consórcio. Estimamos conseguir colonizar uma área de 12 hectares com Zostera marina, divididos em 8 Ha no interior das marinhas e 4 Ha nos diversos canais da Ria. O objetivo será a expansão destas áreas após os 7 anos do projeto com base no legado do projeto, nomeadamente a infraestrutura da maricultura e a rede de voluntariado estabelecida.

Em paralelo, estimamos um impacto positivo das ações do projeto a diversos níveis. Em primeiro lugar na biodiversidade local, com especial foco em espécies ameaçadas como os cavalos-marinhos ou a enguia, intimamente associadas às pradarias marinhas. Por outro lado, tendo em consideração o papel relevante das pradarias marinhas na fixação de carbono, estimamos que a área transplantada poderá fixar até cerca de 30 toneladas de CO2 por ano, uma significativa contribuição para a redução da emissão de gases de efeito de estufa. Por último, prevemos que a presença de corredores verdes de ervas marinhas ao longo das margens de canais de navegação sirva como um filtro de partículas e reduza as taxas de assoreamento destes canais, minimizando a necessidade de dragagens e efeitos negativos associados.

CESAM: Muito obrigada pela sua participação nesta entrevista e por partilhar esta informação sobre o LIFE SeagrassRIAwild. Esperamos, no futuro, partilhar algumas iniciativas e resultados no âmbito deste projeto.

Após o evento Jornadas Remédios d(n)o Mar, Bruno Nunes, investigador do CESAM/DBio, partilhou na Rádio Regional do Centro os resultados da sua investigação, abordando várias questões essenciais relacionadas com o impacto ambiental dos medicamentos. Durante a entrevista, explorou temas como a entrada de medicamentos no ambiente, a eficácia dos sistemas de tratamento de resíduos, a segurança ambiental dos medicamentos diários, os cuidados necessários com os medicamentos não utilizados em casa e as opções disponíveis para os cidadãos que desejam contribuir para a preservação ambiental.

A entrevista oferece uma visão esclarecedora e prática sobre como cada indivíduo pode desempenhar um papel ativo na proteção do ambiente.

Ouça a entrevista completa aqui.

Dário Hipólio, estudante de doutoramento do CESAM dedica-se ao estudo dos lobos na Península Ibérica e na Croácia. O seu trabalho visa promover a coexistência harmoniosa entre humanos e lobos em ambos os locais.

No podcast The Wolf Connection, Dario partilhou a sua jornada na investigação sobre lobos na Europa, destacando como envolve comunidades rurais em discussões sobre coexistência com estes animais e discutindo os desafios específicos enfrentados pelos lobos em Portugal.

Ouça o episódio completo aqui.

O Programa FCT Tenure destina-se à contratação, sem termo, de investigadores atualmente vinculados a termo, visando contribuir para a redução da precariedade. Em 15 de novembro, o CESAM conta com 118 investigadores, como Membros Integrados, contratados a termo (CEEC, IF, NT, projetos) ou com bolsas de pós-doutoramento. 

No âmbito do envolvimento da comunidade CESAM para a definição da estratégia a adotar na candidatura FCT Tenure, realizou-se ontem uma reunião, bastante participada, com o propósito de esclarecer o âmbito e os contornos da candidatura, bem como recolher opiniões sobre as opções e prioridades que o CESAM deve adotar neste programa. Nessa reunião, também foram divulgados os resultados da auscultação interna realizada com todos os Membros Integrados do CESAM sobre as suas preferências diante de três cenários possíveis em relação ao grau de comprometimento do futuro orçamento do CESAM para cofinanciar as contratações a serem efetuadas através do FCT Tenure. Participaram nessa auscultação 145 membros integrados, correspondendo a uma taxa de participação de 66%.

Ontem, dia 27 de novembro, uma comitiva da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) visitou o CESAM-ECOMARE para a apresentação do progresso das atividades do projeto UNTIE – UNravelling the role of emerging parasitic diseases in the structure and function of coastal communiTIEs and ecosystems, coordenado pela Doutora Luísa Magalhães, vencedora do prémio Science Award Atlantic 2022.

A visita contou com a presença da Prof. Elsa Henriques (Conselho Executivo da FLAD) e de membros do júri do prémio, nomeadamente o Prof. Miguel Miranda. O apoio institucional foi assegurado pelo Prof. Artur Silva (Vice-Reitor da UA), o Doutor Ricardo Calado (Diretor do CEPAM-ECOMARE) e o Prof. Amadeu Soares (coordenador do CESAM).

Saiba mais sobre este projeto aqui: UNTIE – UNravelling the role of emerging parasitic diseases in the structure and function of coastal communiTIEs and ecosystems (ua.pt)