Este é um momento especial para celebrarmos o ano que termina, recordando as conquistas e aprendizagens e, sobretudo, agradecendo aos nossos membros o esforço, dedicação e valiosas contribuições para o contínuo progresso do CESAM.

“A todos os nossos membros, que continuem a explorar os diversos caminhos que conduzem a um mesmo propósito: o fortalecimento da nossa comunidade. Boas festas!” – Professor Amadeu Soares (Coordenador Científico do CESAM)

A investigadora do CESAM/DBIO, Mariana Pinho, foi uma das cinco investigadoras com candidaturas aprovadas no âmbito do concurso do Observatório Social da Fundação “la Caixa” para apoio a projetos de investigação, sobre o impacto social das alterações climáticas em Portugal.

A proposta intitulada “Climate Anxiety: a mechanism for change?” pretende avaliar a prevalência e o impacto da ansiedade climática na sociedade portuguesa, explorar como esta pode ser abordada de forma adequada e influenciar comportamentos pró-ambientais.

O objetivo do concurso do Observatório Social da Fundação “la Caixa” pretende impulsionar a criação de conhecimento sólido que contribua para dar uma nova luz sobre o impacto social das alterações climáticas em Portugal, apoiando projetos de investigação na área das Ciências Sociais.

A equipa responsável pelo Demonstrador Português do projeto A-AAGORA organizou um workshop participativo na região Centro, que se realizou em três momentos, nos dias 6, 13 e 20 de novembro em Aveiro, Peniche e Figueira da Foz, respetivamente. As sessões foram dinamizadas pela Universidade de Aveiro e pela CCDRC, com o apoio da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e da Associação do Porto de Aveiro.

As sessões tiveram um formato semelhante: uma sessão de abertura para apresentação do projeto A-AAGORA e objetivos do workshop; sessões paralelas onde, em pequenos grupos, os participantes discutiram as atividades com impacto nos ecossistemas marinhos e costeiros da região; sessão de apresentação dos resultados de cada grupo a todos os participantes.

Para terminar, numa segunda sessão paralela, cada grupo selecionou dois fatores com maior impacto negativo nos ecossistemas marinhos e costeiros da região, sendo os mais mencionados a poluição, as alterações climáticas e a erosão costeira.

No total, reuniram-se 55 atores chave da região centro, incluindo representantes da administração pública setorial, municípios e juntas de freguesia, indústria e pequenas empresas, organizações não governamentais e autoridade marítima, juntando diferentes perfis, ligados ao desporto, turismo, economia, gestão e engenharia, bem como pescadores, professores, técnicos de museologia, ativistas e residentes.

Estes workshops servem como uma plataforma para interagir com a comunidade local costeira e compreender as suas necessidades, opiniões, preocupações e experiências da região, informação essencial para a prossecução dos objetivos do projeto A-AAGORA.

Para mais informação, consulte os DESTAQUES A-AAGORA

Texto por: Dionísia Laranjeiro

No dia 13 de Dezembro, em Vigo, realizou-se a primeira reunião do projeto “CAPTA – Neutralidade climática: papel do Carbono Azul na Costa de Portugal e Galiza”, coordenado pelo CETMAR-Centro Tecnológico do Mar, de Vigo. Ana Sousa, investigadora do CESAM/DBio e coordenadora do projeto na Universidade de Aveiro, marcou presença na reunião em representação da equipa da Universidade de Aveiro, que integra investigadores do Departamento de Biologia e Departamento de Física.

O consórcio, com 11 parceiros da Galiza e de Portugal, reuniu-se para dar início ao trabalho e contribuir para a avaliação do papel do Carbono Azul na costa de Portugal e da Galiza, em ecossistemas de carbono azul (pradarias marinhas e sapais), de modo a contribuir para a adaptação climática e neutralidade carbónica. O projeto terá a duração de 3 anos e é co-financiado pela União Europeia, no âmbito do programa Interreg Espanha-Portugal (POCTEP).

O colóquio “Proteger a Nossa Abelha”, realizado em Santa Maria da Feira no dia 13 de dezembro, teve como principal objetivo proporcionar conhecimento aos participantes para salvaguardar as suas colmeias, com especial ênfase na ameaça representada pela vespa asiática. A investigadora CESAM/DBio, Olga Ameixa, desempenhou um papel ativo durante o colóquio, através de uma apresentação intitulada “Biologia e Ecologia da Vespa velutina nigrithorax (Hymenoptera: Vespidae)” onde falou sobre o histórico da invasão da espécie na Europa e em Portugal, sobre a ecologia e biologia da espécie e sobre a necessidade de distinguir a Vespa Velutina de outras espécies de vespas e abelhas.

A iniciativa, promovida pela Cooperativa Agrícola da Feira, São João da Madeira, Gaia e Espinho, teve também como intuito divulgar informações sobre os apoios disponíveis para os apicultores no ano de 2024 e assinalou também o estabelecimento da secção apícola da cooperativa, destinada a prestar apoio técnico, auxílio a candidaturas a apoios e abordar outras questões pertinentes para os apicultores locais.

Neste evento estiveram presentes representantes da Proteção Civil de Santa Maria da Feira e da Proteção Civil de São João da Madeira, um representante da FENAPICOLA e a associação Nativa o que realça a importância da colaboração de diversas partes interessadas na proteção das abelhas e no combate à vespa velutina.

O projeto SOLarClean saiu vitorioso na primeira edição do I2D – Igniting Interdisciplinarity, promovido pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde | Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC). Este projeto inovador, liderado pela investigadora CESAM/DQUA Diana Lima, tem como objetivo utilizar a radiação solar para remover antibióticos da água de forma sustentável. Os seus fotocatalisadores magnéticos à base de carbono oferecem uma solução económica e ecológica, alinhada com as metas da ONU para a sustentabilidade da água até 2030.

Parabéns à equipa por trás deste projeto!

Saiba mais aqui.

Ana Lillebø, investigadora Principal do CESAM e Vice-Reitora da Universidade de Aveiro, participou na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28). No dia 9 de dezembro, às 17h30, participou como oradora convidada na sessão sobre “Strategic Ocean Alliance: Fostering Global-Arab Collaborations for Marine Resilience against Climate Change” organizada pela Liga dos Estados Árabes, na zona azul, no Dubai.

Ana Lillebø contribuiu para a sessão com o tema Climate Change Impacts on Coastal Ecosystems and Their Role in Addressing Climate Challenges/ Impactos das Alterações Climáticas nos Ecossistemas Costeiros e o seu papel na resposta aos desafios climáticos, abordando o papel dos Blue Carbon ecosystems / ecossistemas do Carbono Azul e a Coastal Restoration with Nature and People /Restauração Costeira com a Natureza e as Pessoas.

Este evento foi organizado pela Academia Árabe de Ciência, Tecnologia e Transporte Marítimo e decorre sob os auspícios do Prof. Ismail Abdel Ghafar Ismail Farag, Presidente da AASTMT, e de S. Exa. o Sr. Ahmed Aboul Gheit, Secretário-Geral da Liga Árabe.

A COP28, que se realizou no Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, incluiu uma série de sessões técnicas especializadas que abrangem vários tópicos relacionados com a crise climática. Os participantes incluíram líderes empresariais, jovens, cientistas do clima, jornalistas e vários outros peritos e partes interessadas.

As conferências anuais das Nações Unidas sobre as alterações climáticas constituem o principal fórum multilateral de tomada de decisões sobre as alterações climáticas, estando representados quase todos os países do mundo.

Texto por: Dionísia Laranjeiro

No passado dia 5 de dezembro, o Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da Universidade de Aveiro foi palco de um evento comemorativo do Dia Mundial do Solo, organizado pelo CESAM em colaboração com os projetos BESIDE, FoRES, Insectera e ENTOSAFE.

O acolhimento aos convidados e participantes foi realizado pelo Vice-Reitor, Professor Artur Silva, pelo Professor Amadeu Soares (Coordenador do CESAM), e pela Professora Fátima Alves (Diretora do DAO). Todos eles, na sua intervenção, destacaram a importância do solo, sua conservação e valorização para a sociedade, ressaltando que o tema é altamente relevante tanto nas linhas de investigação da Universidade de Aveiro e do CESAM como no trabalho do Departamento de Ambiente e Ordenamento, que já dedica mais de 40 anos de trabalho nesta área.

Na primeira parte do evento, moderada pela Dra. Susana Loureiro (CESAM/DBio), foram apresentadas estratégias e iniciativas relacionadas com a conservação e valorização do solo. Destacou-se a apresentação da Dra. Cláudia Sá da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) sobre a “Rede de explorações de demonstração AGRI-DEM_SOLO”. Em seguida, a Dra. Maria João Fernandes da Agência Nacional de Inovação (ANI) discutiu oportunidades de financiamento e colaboração no âmbito da Missão Solo. Por fim, a Dra. Sónia Rodrigues, do CESAM/DAO, apresentou as principais linhas de investigação incluídas no projeto europeu recentemente aprovado no âmbito da Missão Solo, relacionado com a Literacia do Solo.

Na segunda parte do evento, moderado pela Dra. Sónia Rodrigues, vários especialistas discutiram iniciativas de conservação e valorização do solo numa mesa redonda. Participaram da discussão a Dra. Cláudia Sá (DGADR), a Dra. Maria João Fernandes (ANI), o Prof. João Coutinho (UTAD), a Dra. Ana Quintela (RAIZ), o Dr. Oscar Pelayo (CESAM/DAO), a Dra. Regina Menino (INIAV), e o Dr. Ricardo Ramiro (Colab InnovPlantProtect). O debate foi enriquecido com a apresentação e discussão de estratégias e diferentes visões e fortaleceu oportunidades de networking e colaboração entre instituições em torno desse recurso vital e vulnerável: o solo.

Algumas das imagens captadas durante o evento;

O mais recente número da Nature Cancer destaca uma investigação que contou com a participação dos investigadores do CESAM/DBio Seila Díaz, Ricardo Calado e Fernando Ricardo.
A investigação revelou a capacidade do berbigão, uma espécie comum nas águas da costa portuguesa, de contrair cancros transmissíveis através de células cancerígenas vivas presentes na água do mar. Os resultados não só avançam na compreensão deste fenómeno intrigante, mas também fornecem uma sequência de referência do genoma dos berbigões, contribuindo para estudos mais aprofundados sobre a evolução destes cancros contagiosos.

A escolha da Nature Cancer de realçar esta investigação na capa sublinha a relevância global destas descobertas e reconhece a importância do trabalho realizado.

Esta capa será, brevemente, acrescentada à exposição “Capas CESAM”, patente nas escadas de acesso aos pisos 3 (laboratórios) e 5 (serviços administrativos e sala de reuniões) do edifício 3.

Saiba mais sobre este artigo aqui.

O CESAM foi saber mais sobre o projeto LIFE SeagrassRIAwild, coordenado pelo investigador Pedro Coelho.

Numa entrevista exclusiva, foram discutidas as motivações que levaram à conceção do projeto, o seu potencial impacto na preservação das pradarias marinhas na Ria de Aveiro e a visão para os próximos sete anos.

Acompanhe esta entrevista e saiba mais sobre este projeto.

CESAM: Quais foram os motivos e a inspiração por trás da criação da proposta que deu origem ao projeto LIFE SeagrassRIAwild?

Pedro Coelho: A proposta LIFE SeagrassRIAwild surge no seguimento de vários anos de trabalho da equipa nesta temática (nomeadamente os projetos RemediGrass, ReMoliço BioPradaRia e C-Grass), onde foram abordados diversos aspetos relacionados com a ecologia, o restauro de pradarias marinhas e a sua utilização como uma solução baseada na natureza na reabilitação de ecossistemas, ainda que com foco na espécie dominante na Ria de Aveiro, a Zostera noltei. Em paralelo, foram identificadas recentemente pequenas manchas de Zostera marina no braço de Mira, após décadas em que esta espécie não foi observada no sistema. A presença da Zostera marina sugere que as condições ambientais atuais da Ria de Aveiro serão propicias ao seu restabelecimento, e justificou um primeiro projeto (FITA) com o objetivo de desencadear ações para a sua proteção e recuperação.

Simultaneamente, a importância do restauro ecológico de ecossistemas tem ganho realce a nível internacional, quer a nível europeu (O European Green Deal, a estratégia para a Biodiversidade 2030 e a estratégia de adaptação às alterações climáticas, bem como a futura Lei Europeia de Restauro Ecológico) quer a nível mundial (Década das Nações Unidas para o Restauro Ecológico), originando mais oportunidades de financiamento.

Tendo em consideração a atual recetividade política, o ressurgimento natural da espécie no sistema e a sua importância histórica e ecológica para a Ria de Aveiro, considerámos que esta era a altura certa para avançar com um projeto de restauro deste habitat a larga escala no sistema.

CESAM: Qual é a magnitude do contributo que esperam que este projeto tenha na recuperação e conservação das pradarias marinhas na Ria de Aveiro?

Pedro Coelho: O projeto LIFE SeagrassRIAwild propõe uma mudança de paradigma para o restauro ecológico das pradarias de ervas marinhas, não só na Ria de Aveiro mas a nível global, pela utilização do conceito de maricultura (cultivo em condições controladas, em antigas marinhas de sal da Universidade de Aveiro que serão reconvertidas para o efeito), que servirá como fonte de biomassa e sementes necessárias para a implementação de programas de recolonização em larga escala, sem provocar impactos em planícies dadoras.

Iremos promover o envolvimento da academia, autoridades locais, agências ambientais nacionais, ONG’s, associações de utilizadores e cidadãos no processo de cocriação e implementação das soluções e ações de restauro, para incrementar a aceitação, envolvimento e investimento de todos os atores locais no projeto. O objetivo é que o processo de recuperação das pradarias marinhas da Ria de Aveiro não seja apenas um projeto científico da academia, mas um projeto e movimento de toda a região, com uma grande base de ciência cidadã.

Por último, o projeto pretende contribuir não apenas para o restauro ecológico das pradarias marinhas, mas potencialmente colocar estas comunidades ao serviço da população, ao explorar soluções baseadas na natureza inovadoras para a gestão da navegabilidade dos canais de acesso a cais e marinas que, se eficazes, terão potencial para integrar os processos de rotina de portos, marinas e autoridades de gestão e potencialmente minimizar as necessidades de dragagem que se verificam atualmente. 

CESAM: Daqui a 7 anos, qual é o cenário que esperam ter alcançado como resultado deste projeto, em termos de impacto e mudanças nas áreas de pradarias marinhas?

Pedro Coelho: Os objetivos a que nos propusemos são ambiciosos, mas baseados na qualidade e experiência do consórcio. Estimamos conseguir colonizar uma área de 12 hectares com Zostera marina, divididos em 8 Ha no interior das marinhas e 4 Ha nos diversos canais da Ria. O objetivo será a expansão destas áreas após os 7 anos do projeto com base no legado do projeto, nomeadamente a infraestrutura da maricultura e a rede de voluntariado estabelecida.

Em paralelo, estimamos um impacto positivo das ações do projeto a diversos níveis. Em primeiro lugar na biodiversidade local, com especial foco em espécies ameaçadas como os cavalos-marinhos ou a enguia, intimamente associadas às pradarias marinhas. Por outro lado, tendo em consideração o papel relevante das pradarias marinhas na fixação de carbono, estimamos que a área transplantada poderá fixar até cerca de 30 toneladas de CO2 por ano, uma significativa contribuição para a redução da emissão de gases de efeito de estufa. Por último, prevemos que a presença de corredores verdes de ervas marinhas ao longo das margens de canais de navegação sirva como um filtro de partículas e reduza as taxas de assoreamento destes canais, minimizando a necessidade de dragagens e efeitos negativos associados.

CESAM: Muito obrigada pela sua participação nesta entrevista e por partilhar esta informação sobre o LIFE SeagrassRIAwild. Esperamos, no futuro, partilhar algumas iniciativas e resultados no âmbito deste projeto.