Neste artigo são apresentados registos de aves observadas entre 2015 e 2017 na ilha do Príncipe, abrangendo 16 espécies de passeriformes e aves aquáticas novas ou raras para a ilha. Estas observações incluem registos novos para as ilhas oceânicas do Golfo da Guiné, correspondentes a cinco espécies (Abibe-d’asa-negra-pequeno Vanellus lugubris, Narceja-real Gallinago media, Perdiz-do-mar-cinzenta Glareola cinerea, Fragata-comum Fregata magnificens e Chasco-cinzento Oenanthe oenanthe), um género que requer confirmação da espécie (Felosa-pálida Iduna cf. opaca), e ainda o primeiro registo inteiramente documentado da Felosa-musical Phylloscopus trochilus. São listadas ainda três espécies observadas pela primeira vez na ilha do Príncipe (Pato-orelhudo Nettapus auritus, Tarambola-cinzenta Pluvialis squatarola e Borrelho-grande-de-coleira Charadrius hiaticula).

Este trabalho foi publicado pela Edna Correia (CESAM, Universidade de Lisboa), Berta Correia e Ricardo Lima (CE3C, Universidade de Lisboa), na revista Malimbus http://www.malimbus.org/en/contents/tocm43.html#422

Adicionalmente, os autores publicaram no volume seguinte da mesma revista uma nota com o título: An addition and correction to “Noteworthy bird records from Príncipe Island (São Tomé and Príncipe, Gulf of Guinea)”, no qual foi adicionada uma espécie à anterior lista, a Tarambola-americana Pluvialis dominica, sendo este o primeiro registo confirmado desta espécie para as ilhas do Golfo da Guiné.

Foto: Narceja-real Gallinago media observada na cidade de Santo António (ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe). Este foi o primeiro registo deste migrador de longa distância para as ilhas oceânicas do Golfo da Guiné

Créditos: Berta Correia

O documentário “Migradores de longa distância: entre o Tejo e o Ártico“, que retrata os trabalhos de investigação de uma equipa do CESAM e do DBio/UA, liderada por José Alves, integra a seleção oficial da edição 2021 do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, a realizar em Seia, de 09 a 16 de outubro.

“Migradores de longa distância: entre o Tejo e o Ártico” será exibido a 14 de outubro. 

Leia mais aqui.

De 4 a 7 de outubro, no Centro de Congressos da Madeira, na cidade do Funchal, acontece a Conferência Aquaculture Europe 2021. A Universidade de Aveiro (UA) faz parte da Comissão Organizadora desta conferência e marca a sua presença na componente expositiva no Pavilhão de Portugal que reúne a participação de várias entidades públicas e privadas portuguesas, cujas apostas estratégicas se focam na Economia do Mar, e em particular na Aquacultura, como um dos elementos-chave do crescimento azul e desenvolvimento sustentável do século XXI.

Esta conferência internacional visa fomentar o networking e o debate sobre o setor da Aquacultura, temática relevante para a Universidade de Aveiro, que conta com vários projetos de I&D nacionais e internacionais nesta área, assim como com infraestruturas de teste e demonstração à escala piloto.

A UA está representada pela Área de Cooperação do Mar, pelo Laboratório Associado CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e pela UACOOPERA. Em destaque está o Projeto Depur-D “Sistemas de monitorização e descontaminação para exploração sustentável de bivalves na costa Portuguesa”, coordenado por Amadeu Soares e financiado pelo Programa Operacional Mar 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas. O CESAM também está representado na Comissão Organizadora desta conferência. 

A UA e o CESAM, como parte da sua estratégia de cooperação, consideram a participação neste tipo de certames estratégica, permitindo reforçar a ligação da Academia ao tecido empresarial do setor. Em cada um destes eventos são fomentadas novas parcerias, as quais são, depois, devidamente direcionadas aos investigadores e docentes, procurando promover conjuntamente soluções inovadoras e de valor acrescentado.

O projeto Depur-D reúne uma equipa multidisciplinar do DBio, DQui, DGeo, DETI e ISCAA e dá continuidade ao projeto Biodepura, também financiado pelo Programa Operacional Mar 2020, atualmente em fase de conclusão. No projeto Depur-D continua a ser analisado o risco para a saúde pública do consumo de bivalves. A legislação obriga à classificação das zonas de produção e respetiva monitorização regular, de forma a assegurar a salubridade dos bivalves. A classificação destas zonas (A, B, C ou D) baseia-se na contaminação microbiológica fecal (teor de Escherichia coli e na presença ou ausência de Salmonela sp.) e teor em metais tóxicos (designadamente mercúrio, chumbo e cádmio). As zonas mais alarmantes são as de classe C e D: a comercialização de bivalves produzidos ou capturados em zonas C (não destinados a transformação), requerem obrigatoriamente transposição para zonas A (um processo que não é economicamente viável); enquanto que a zona D está interdita à captura de bivalves. No entanto, estes critérios de classificação podem subestimar o risco que os bivalves podem representar para a saúde pública, isto porque a presença de outros contaminantes não é avaliada. Por outro lado, não têm sido desenvolvidos esforços, nem criadas as sinergias necessárias entre os profissionais do setor e centros e unidades de investigação, no sentido de melhorar os processos de depuração existentes, que estão em alguns aspetos obsoletos. Neste sentido, o CESAM tem desenvolvido, com o apoio do Programa Mar2020, projetos que pretendem otimizar a depuração de bivalves. Alguns resultados obtidos recentemente excederam as espectativas, tendo mudado o paradigma da depuração de bivalves, uma vez que foi possível a depuração de bivalves proveniente de zonas de classe C em 24h (projeto Biodepura). Assim, o projeto Depur-D tem como objetivos gerais desenvolver metodologias e otimizar processos que permitam a desintoxicação e depuração de bivalves, investigando a fundo a presença de contaminantes microbiológicos e químicos, persistentes e emergentes, designadamente bivalves de zonas C e D. Adicionalmente, pretende modelar um sistema de inteligência artificial que seja capaz de determinar indicadores fiáveis sobre a qualidade do moluscos bivalves para efeito de consumo humano. Os estudos vão incidir em 2 espécies com valor comercial (Ruditapes decussatus e R. philippinarum) provenientes de diferentes produções em Portugal Continental.

A componente expositiva, no Pavilhão de Portugal organizado pelo Laboratório Colaborativo B2E, do qual o CESAM é membro, arrancou no dia 5 de outubro, e o acesso ao evento é apenas possível para os inscritos na conferência.

A água é um bem essencial para o consumo humano, sendo a sua qualidade igualmente de grande importância para atividades agrícolas, de aquacultura, produção industrial, entre outras. A escassez de água é um problema de escala global, tornando-se necessário o desenvolvimento de estratégias e metodologias para reciclar e reutilizar água.

Vários investigadores do CESAM estão envolvidos no projeto NETA-Novas Estratégias no Tratamento de Águas-Residuais que apresenta uma oportunidade inovadora para o desenvolvimento de um processo, que visa a valorização de águas residuais transformando-as em fonte de nutrientes e recursos hídricos, destinados essencialmente ao sector agroalimentar, mas com a aplicação simultânea de novas soluções industriais. Esta abordagem vai aliar um processo de precipitação química a um processo de bioconversão por insetos, nomeadamente com larvas de mosca soldado negro (Hermetia illucens), e no final contará com vários produtos prontos a utilizar. A reciclagem de água para fins agrícolas, forragem aquapónica e aquacultura, assim como o desenvolvimento de novos produtos derivados de inseto para os setores dos combustíveis, dos bioplásticos e indústria farmacêutica serão os produtos de grande valor que resultarão do projeto NETA (P2020, FEDER, FEEI, SI IDT).

Investigador responsável no CESAM – Susana Loureiro

Existe a perceção geral de que os cloroplastos e a fotossíntese são exclusivos de plantas e algas. No entanto, algumas lesmas-do-mar são capazes de incorporar cloroplastos funcionais das algas que lhes servem de alimento. Ao conseguirem lidar com os riscos de incorporar cloroplastos, locais de produção de espécies reativas de oxigénio (https://www.ua.pt/pt/noticias/0/59547), beneficiam dos compostos orgânicos resultantes da fotossíntese para superarem períodos de escassez de alimento (https://www.ua.pt/en/noticias/0/51709). Um estudo publicado esta semana na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, liderado por investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia (DBio) da UA, demonstra que estas lesmas marinhas utilizam também compostos resultante da fotossíntese para potenciar o seu investimento reprodutor (https://doi.org/10.1098/rspb.2021.1779).

Utilizando carbono e azoto inorgânico marcado, os autores localizam produtos da fotossíntese nos órgãos reprodutores das lesmas e em ácido gordos polinsaturados com funções na reprodução. O estudo mostra ainda que a fecundidade dos animais é menor quando a fotossíntese é inibida. Este trabalho confirma a relevância desta associação improvável entre um animal e um organelo vegetal para o sucesso evolutivo destas lesmas marinhas e teve destaque na seção Highlights da revista Nature (https://www.nature.com/articles/d41586-021-02631-2).

O trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto KleptoSlug: Kleptoplasty – The sea slug that got away with stolen chloroplasts, liderado pela investigadora Sónia Cruz e financiado pelo European Research Council (https://www.ua.pt/pt/noticias/16/64194).

Foto: Lesma-do-mar da espécie Elysia timida. A coloração verde deve-se à presença de cloroplastos roubados à alga Acetabularia acetabulum. Credits: Paulo Cartaxana.

No âmbito do projeto de investigação AMBIEnCE (https://projectambience.wordpress.com/) realizar-se-á o seguinte Webinar: 

“Impact of coastal pollution on atmospheric chemistry and marine ecosystems”

no dia 20 de Outubro, 14:00-16:30, online – via Zoom. 

As regiões costeiras são áreas dinâmicas, de interface entre o oceano, a terra e a biosfera, e que vivem sob pressão constante. O desenvolvimento excessivo junto às regiões costeiras condiciona não só a capacidade de resposta dos ecossistemas, mas tem igualmente impacto na qualidade do ar. Este Webinar pretende ser uma plataforma de comunicação e discussão acerca do impacto de fontes de poluição junto a zonas costeiras, na química da atmosfera, qualidade do ar e em ecossistemas marinhos. O Webinar irá contar com a participação de Investigadores das mais diversas áreas, incluindo Química da Atmosfera, Química Analítica e Ambiental, Proteómica Ambiental, e Biologia (para mais informações, consultar, por favor, o Programa em anexo).

Convidam-se todos os membros do CESAM a assistir e participar ativamente neste Webinar. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição (inclui Certificado de Participação, para os que o solicitarem). Convidam-se todos a efetuar a sua inscrição até dia 15 de Outubro, através do formulário disponível aqui (o acesso à sessão Zoom será disponibilizado apenas aos participantes inscritos).

 Poster

Esta declaração foi apresentada e aprovada durante a 12th European Conference on Ecological Restoration organizada pelo European Chapter of the Society for Ecological Restoration,7-10/09/2021.

Declaração

O segundo vídeo da série “Gentes da Ria”, desenvolvido no âmbito do projeto PERICLES, já está disponível!

Esta série dá a conhecer a herança cultural costeira e marítima da região da Ria de Aveiro, abordando temas como a produção de sal, a pesca artesanal na Ria de Aveiro, a indústria de conservas de enguias, a arte xávega, as embarcações tradicionais e a pesca do bacalhau.

Gentes da Ria: a safra do sal

Alisa Rudnitskaya é uma das editoras de um tópico de investigação da Frontiers: Sensors and Sensor Systems for Detection of Emerging Environmental Contaminants

A Frontiers é uma prestigiada editora de acesso aberto e uma plataforma de ciência aberta.

Data de submissão: 15 de março de 2022

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Alisa Rudnitskaya é uma das editoras convidadas de um número especial da Chemosensors

“Chemometrics for Multisensor Systems and Artificial Senses”

Chemosensors (IF: 3.398) é um jornal internacional, de acesso aberto, com revisão por pares. É publicado mensalmente online pela MDPI.

Data limite para submissão: 1 de março 2022

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