7 de julho | 15.00 – 16.00

Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/81146619944?pwd=QUJiVWszSUppc2xvcHR1eE5nQ21kZz09

 

Sandra Fernadez (Bolseira de pós-doutoramento)

 

Satélites como ferramenta de monitorização da erosão costeira
 
A erosão costeira é um problema que afeta as costas mundiais. No contexto das alterações climáticas e da subida do nível do mar, a questão da erosão costeira será ainda mais relevante no futuro, uma vez que se espera que a frequência e a intensidade das tempestades aumentem, causando danos de milhares de milhões de euros.
Analisar a erosão costeira implica fornecer informações georreferenciadas com precisão sub-métrica sobre as linhas costeiras numa escala de tempo variável (interanual – década). Por esta razão, a abordagem clássica para avaliação da erosão costeira tem sido baseada na análise de ortofotos aéreas históricas (tendências de longo prazo), juntamente com observações de campo GPS (tendências de curto a médio prazo).
Nos últimos 20 anos, o uso de novas tecnologias para a monitorização costeira aumentou significativamente, mas a sua adoção definitiva ainda depende da relação custo-eficácia. Nesse sentido, a deteção remota por satélite mostrou ser adequada e relativamente econômica para a extração de indicadores relevantes de erosão costeira (linha de costa, batimetria próxima à costa,…).
No âmbito do projeto de erosão costeira, “Space For Shore”, pretendeu-se obter indicadores baseados em imagens de satélite (Sentinel, SPOT, Pleiades,…) que apoiem a toma de decisões pelos gestores costeiros de 5 países Europeus.
Esta comunicação apresenta uma panorâmica dos resultados obtidos de acordo com o conjunto de produtos requeridos pelos gestores costeiros de Portugal.

Foi recentemente lançado o Aves & Salinas – Guia de boas práticas, da autoria da SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e de Afonso Rocha

As salinas, além do seu potencial turístico e do seu caráter histórico e cultural, são locais de refúgio, nidificação e alimentos para muitas aves. Magnificamente ilustradas, este guia apresenta as aves mais comuns que podemos encontrar nas salinas.

Aves & Salinas. Guia de boas práticas

Paula Sobra, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, fala-nos do impacto dos microplásticos no meio aquático e marinho.

Os microplásticos são uma ameaça real à vida no planeta, envenenam os animais marinhos que se alimentam deles e, consequentemente, os seres humanos que consumem peixe, marisco e bivalves.

Podcast

Vídeo

Estão 30 países e 300 locais de estudo distribuídos a nível mundial, entre eles a Ria de Aveiro, incluídos num estudo para perceber o processo de decomposição e sequestro de carbono em zonas húmidas e desvendar informação crucial para futuros planos de mitigação de alterações climáticas. O projeto envolve saquinhos de chá. Chá de rooibos e chá verde. 

Leia mais aqui.

Este estudo mostrou que a comunidade de peixes costeiros do Arquipélago dos Bijagós, Guiné-Bissau, é fortemente dominada por espécies das famílias Clupeidae, Haemulidae e Gerreidae. Em particular, a Sardinella maderensis foi a espécie mais numerosa, com uma abundância relativa superior a 70% ao longo das épocas. Esta espécie está classificada como vulnerável (segundo a IUCN), devido à diminuição do seu tamanho populacional nos últimos anos.

O facto da Sardinella maderensis ser tão abundante no Arquipélago dos Bijagós e representar a principal ligação entre o plâncton e predadores marinhos (como aves marinhas e peixes predadores, o que já foi mostrado em estudos anteriores) faz com que esta seja uma espécie chave neste ecossistema.

A gestão correta e conservação de áreas de berçário para espécies como as que se encontram no Arquipélago dos Bijagós deve ser considerada uma prioridade para a manutenção de um ecossistema saudável. O Arquipélago dos Bijagós, por assegurar elevados números de imaturos de Sardinella maderensis, contribui certamente para a manutenção dos seus stocks. Além disso, o facto deste arquipélago sofrer menos pressão de pesca do que os países vizinhos, representa uma zona fulcral para a conservação de Sardinella maderensis.

Este estudo foi realizado por investigadores do CESAM – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do MARE – ISPA Instituto Universitário, membros do IBAP – Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas da Guiné-Bissau e do CIPA – Centro de Investigação Pesqueira Aplicada da Guiné-Bissau, inserido no projeto ‘‘La recherche participative au service de la conservation de la biodiversité du Parc National Marin de João Vieira-Poilão (Archipel des Bijagós)’’ financiado pela MAVA Foundation.

O artigo pode ser lido aqui.

Ana Hilário participa no Ridge Seminar Series com a comunicação “Challenger 150 – A Decade to study deep-sea life”, hoje, 29 de junho, às 16h00.

Mais informação e inscrição aqui.

O International Institute for Environment and Development  (IIED) acaba de publicar o primeiro infográfico focado em aumentar a visibilidade da pequena pesca e aquacultura artesanal em antecipação do UN International Year Artisanal Fisheries and Aquaculture (IYAFA 2022).

Este projeto é liderado por Cristina Pita.

Saiba mais:

The contribution of small-scale artisanal fisheries and aquaculture to food systems 

Impact of COVID-19 on Portuguese fisheries

Alunos de doutoramento apresentam pósteres no Encontro Ciência’21, de 28 a 30 de junho.

O CESAM participa ainda com a demonstração: Nova geração de aditivos sustentáveis de base nanotecnológica para revestimentos anti-corrosivos marítimos: uma abordagem multidisciplinar no espaço Atlântico.

Mais informação aqui.

Clara Grilo, Investigadora do CESAM, Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, fala-nos do impacto negativo das estradas na vida selvagem. 

Podcast

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As áreas intertidais são especialmente importantes para populações de aves costeiras durante a migração e fora do período de reprodução quando muitas espécies se alimentam extensivamente de macroinvertebrados bentónicos no período da maré-vazia. Estas áreas intertidais podem muitas vezes parecer um habitat homogéneo, mas a sua estrutura pode variar bastante no espaço em termos de fatores bióticos e abióticos que influenciam a distribuição dos macroinvertebrados. Normalmente estas variações são subtis, no entanto alguns organismos conseguem criar descontinuidades dramáticas nos gradientes de condições, como é o caso dos caranguejos-violinista. Estes caranguejos formam grandes manchas nas áreas intertidais do arquipélago dos Bijagós, um dos locais de invernada mais importante para as aves costeiras que migram ao longo da rota migratória do Atlântico Leste. No entanto, as diferenças nas comunidades de aves costeiras e das suas presas, os macroinvertebrados, entre áreas com e sem caranguejo violinista ainda não tinham sido estudadas.

Neste estudo, nós investigámos as diferenças entre áreas habitadas versus não habitadas por caranguejos-violinista no arquipélago dos Bijagós no que diz respeito à estrutura das comunidades de macroinvertebrados bentónicos e aves costeiras. Para isto nós comparámos (1) a composição taxonómica, abundância, biomassa total e biomassa disponível da comunidade de macroinvertebrados e (2) a composição específica e abundância da comunidade de aves costeiras em áreas com densidade baixa ou elevada de caranguejos-violinista.

Nós encontrámos diferenças marcadas na comunidade de aves costeiras e macroinvertebrados (as suas presas) entre áreas intertidais com baixa e com elevada densidade de caranguejos. Estas últimas caracterizam-se por terem uma comunidade de invertebrados menos rica e menos abundante e por serem dominadas por aves que se alimentam de caranguejo como o Maçarico-galego, Maçarico-real, Maçarico-das-rochas, Perna-vermelha e Ibis-sagrada. Já as áreas com baixa densidade de caranguejo possuem uma comunidade de invertebrados mais rica, nomeadamente em poliquetas, bivalves e gastrópodes, e são dominadas por aves que se alimentam destes animais, como o Pilrito-de-bico-comprido, Seixoeira, Borrelho-grande-de-coleira e Pilrito-das-praias.

Os nossos resultados sugerem que os mosaicos de caranguejo-violinista devem ser tidos em conta quando se pretende avaliar a distribuição e abundância de macroinvertebrados e aves costeiras em áreas intertidais. Uma vez que áreas com baixa ou elevada densidade de caranguejo diferem bastante em termos de capacidade de carga de aves costeiras, monitorizar as variações na extensão destes mosaicos será crucial para interpretar tendências populacionais presentes e passadas.

Autores: João Paulino, José Pedro Granadeiro, Mohamed Henriques, João Belo & Teresa Catry

Paulino, J., Granadeiro, J.P., Henriques, M. et al. Composition and abundance of shorebird and macroinvertebrate communities differ according to densities of burrowing fiddler crabs in tropical intertidal flats. Hydrobiologia (2021). https://doi.org/10.1007/s10750-021-04601-1 

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