Como consequência das crises alimentares recentes a atenção do consumidor está direccionada para a melhoria da qualidade, a segurança e a autenticidade dos alimentos. A rápida identificação dos alimentos, a avaliação da sua qualidade e a detecção de contaminantes são necessárias, mas actualmente este problema urgente continua por resolver. As técnicas analíticas actuais permitem obter informação detalhada sobre a composição e presença de contaminantes nos alimentos. No entanto, a instrumentação é geralmente caro e as análises são morosas, laboriosas e exigem pessoal capacitado. Portanto, o desenvolvimento de instrumentação analítica para a análise de alimentos, que seja simples de usar, rápida e barata é de grande interesse prático. Uma das tecnologias analíticas com potencial para este nicho é a língua electrónica (LE).
O objectivo deste projecto é a evolução de um protótipo de laboratório de uma íngua electrónica (LE) para um instrumento de análise de rotina. A LE é composta por um conjunto de sensores químicos de sensibilidade cruzada, um dispositivo de medição e as ferramentas de tratamento de dados. A LE partilha das vantagens dos sensores químicos, tais como baixo custo, medições rápidas, a possibilidade de uma fácil automatização da análise e instrumentação relativamente simples. Além disso, o conjunto de sensores na LE permite ampliar a gama de aplicações dos mesmos, compensando a insuficiente selectividade de cada um deles isoladamente e ampliando a capacidade a outros tipos de análise, tais como a classificação e o reconhecimento. Vários protótipos de laboratório da LE foram desenvolvidos e testados para uma ampla gama de aplicações a maioria das quais esta relacionada com a análise dos alimentos.
A limitação principal do sistema actual de LE é a ausência de protocolos analíticos que permitam usar o instrumento para análises de rotina. O projecto proposto tem como objectivo preparar a actual LE baseada em sensores potenciométricos para a utilização prática.
