NO RESET – A metamorfose não apaga a história embrionária e larvar. Clarificação do papel do investimento maternal e dos regimes tróficos larvares no desempenho pós-assentamento de invertebrados marinhos costeiros

Coordenador

Ricardo Calado

Programa

PTDC/BIA-BIC/116871/2010

Datas

02/03/2012 - 01/09/2015

Financiamento para o CESAM

158240 €

Financiamento Total

158240 €

Instituições Participantes

  • Institut de Recerca i Tecnologia Agroalimentàries (IRTA) (Spain)
  • Skidaway Institute of Oceanography (SkIO) (USA)
  • University of Wales, Bangor - School of Ocean Sciences (UWB) (UK)
  • Alfred Wegener Institute (Germany)
  • Biology Department, Tufts University (USA)

O que sabemos: A maioriados invertebrados bentónicos marinhos apresenta um ciclo de vida bifásico (fase larvar pelágica e fase pós-assentamento bentónica), o que origina questões complexas referentes à partição da mortalidade. A variabilidade no seu desempenho pós-assentamento pode resultar de diferentes cenários a que os embriões e as larvas são expostos durante o seu desenvolvimento. Tal como afirmado por Pechenik, a metamorfose não é um novo início, pois os efeitos deletérios podem ser propagados ao longo do ciclo de vida destes organismos! Contudo, a verdadeira influência desses efeitos latentes do desenvolvimento embrionário e larvar nas populações de invertebrados costeiros é ainda desconhecida.

 

Principais problemas e objetivos: 1) Qual a variabilidade do regime trófico de adultos e do investimento maternal em reservas embrionárias i) ao longo de gradientes latitudinais e ambientais, ii) durante e em épocas consecutivas de reprodução, iii) entre fêmeas de diferentes tamanhos e iv) dentro da mesma postura? 2) Quais são as consequências da variabilidade embrionária i) no tamanho das larvas recém-eclodidas, ii) na sua plasticidade alimentar, iii) no desenvolvimento larvar até à metamorfose e iv) no desempenho pós-assentamento; 3) Quais são os regimes tróficos naturais das larvas e como é que a sua história trófica e embrionária é refletida i) no tamanho larvar aquando da metamorfose, ii) na sua condição fisiológica e iii) no seu desempenho pós assentamento. Ao responder a estas questões será possível perceber como é que o investimento maternal e a alimentação larvar podem afectar a metamorfose, propagar efeitos deletérios para as fases juvenis e testar algumas das teorias utilizadas em ecologia marinha.

Resultados esperados: Esperamosconfirmar que a variabilidade intra-específica no investimento maternal não depende apenas de variáveis ambientais, mas também do regime alimentar, do tamanho da fêmea e do número e tamanho dos embriões produzidos. Iremos demonstrar que a variabilidade dentro da mesma postura ocorre como consequência de um investimento maternal variável e/ou da disposição espacial dos embriões durante a incubação. Esperamos verificar que as larvas que eclodem de embriões de elevada qualidade superam os seus conspecíficos após o assentamento. Finalmente esperamos demonstrar que nos juvenis a crescer in situ (produzidos a partir de larvas que se desenvolveram antes e durante o afloramento costeiro), os efeitos latentes do seu desenvolvimento embrionário e larvar não são apagados após a metamorfose.

membros do CESAM no projeto

Felisa Rey Eiras

Investigadora Júnior

Henrique José de Barros Brito Queiroga

Professor Associado com Agregação Aposentado

Newton Carlos Marcial Gomes

Investigador Principal com Habilitação

Ricardo Jorge Guerra Calado

Investigador Coordenador