Investigadores identificam as principais áreas de risco de captura acidental de aves marinhas em Portugal Continental, designadamente do Ganso-patola e da Pardela-balear, esta última classificada como ‘Criticamente em Perigo’. Esta informação é fundamental para o ordenamento do espaço marítimo e para a gestão sustentável da pesca.

As capturas acidentais na pesca são uma das maiores ameaças às aves marinhas, entre elas o Ganso-patola e a Pardela-balear, espécies que passam parte do seu período de invernada ao largo de Portugal Continental. Um grupo de investigadores, onde se inclui Catarina Eira, concluiu que a mortalidade destas espécies associada às pescas é insustentável e identificou as potenciais áreas de maior risco de captura acidental destas aves marinhas, incluindo em áreas designadas como Zonas de Proteção Especial (ZPE). Os investigadores recomendam a aplicação de medidas de mitigação nas artes de pesca que apresentem um maior risco de captura acidental, como as redes fundeadas e cerco no caso da Pardela-balear e as redes fundeadas e palangre no caso do Ganso-patola, e a aplicação urgente de medidas de conservação nas ZPE.

 

Refª: Araujo H., Rodrigues P.C., Debru P., Ferreira M., Vingada J., Eira C. 2022. Balearic shearwater and northern gannet Bycatch Risk Assessment in Portuguese Continental Waters. Biological Conservation, 267, March 2022, 109463 doi.org/10.1016/j.biocon.2022.109463

Foto: Ganso-patola (Morus bassanus)

De 14 de março a 13 de junho decorre a 4ª Edição do Ciclo de Palestras de Entomologia 2022, via ZOOM

  • 14 de março, às 11h

Entomologia Forense: da teoria à prática – Catarina Prado e Castro, Universidade de Aveiro

  • 21 de março, às 11h

Coleções históricas, sua importância na atualidade – Cristina Rufino, Universidade de Coimbra

  • 28 de março, às 11h

Pragas emergentes e alterações globais: a problemática dos Auchenorrhyncha – Maria Teresa Rebelo, Universidade de Lisboa

  • 4 de abril, às 11h

Taxonomia, corologia, biogeografia e conservação de insetos – Sónia Ferreira, CIBIO-InBIO Universidade do Porto

  • 2 de maio, às 11h

Os insectos aquáticos e as suas funções nos ecossistemas de água doce – Luísa Machado, Universidade de Aveiro

  • 23 de maio, às 11h

Como os insetos podem estimular a transição para uma economia circular na UE? – Ivã Lopes , Entogreen

  • 30 de maio, às 11h

Gestão estratégica para desenvolver e aplicar a Técnica do Inseto Estéril ao controlo do Mosquito Tigre e doenças transmitidas por Aedes  – Hugo Osório, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

  • 6 de junho, às 11h

O uso da Drosophila melanogasternas neurosciências: o caso do estudo do medo – Clara Ferreira, Fundação Champalimaud

  • 13 de junho, às 11h

A importância dos polinizadores e da polinização em sistemas agrícolas – Flower Lab, Universidade de Coimbra

Maria Pavlaki é uma das editoras convidadas para o número especial da Toxics: Bioaccumulation and Toxicokinetics of Organic and Inorganic Compounds in Aquatic and Soil Organisms

Toxics (IF: 4.146) é um jornal internacional, de acesso aberto, com revisão por pares, sobre todos os aspetos relacionados com a toxicidade de produtos químicos e materiais. É publicado trimestralmente online pela MDPI.

Data limite para submissão: 20 de agosto

Mais informação.

No Dia Mundial da Vida Selvagem, este ano sob o tema “recuperar espécies-chave para restaurar os ecossistemas”, celebramos a diversidade de animais e plantas selvagens, alertando para a importância de restaurar os habitats e ecossistemas das espécies ameaçadas e para a implementação de soluções para a sua preservação.  

De acordo com a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, da União Internacional para a Conservação da Natureza, existem mais de 8400 espécies selvagens de fauna e flora ‘Criticamente em Perigo’ e perto de 30000 em ‘Perigo’ ou ‘Vulnerável’. Estima-se que mais de um milhão de espécies estejam ameaçadas de extinção, o que leva muitos cientistas a afirmar que enfrentamos a sexta extinção em massa, mas desta vez por ação humana.

A perda contínua da diversidade de espécies, habitats e ecossistemas ameaça toda a vida, incluindo a do ser humano. A perda de biodiversidade trará consequências nefastas a nível da nossa sobrevivência, designadamente quanto à disponibilidade de alimento e ao aparecimento de doenças e pragas.

Neste dia especial, destacamos o Projeto LIFE WolFlux – Diminuição das barreiras sociais e ecológicas para a conectividade das alcateias de lobo a sul do rio Douro, do qual o CESAM é parceiro.

Este projeto dedica-se ao lobo-ibérico, eternizado nas histórias infantis e no imaginário coletivo como aquele que engana e devora pessoas. Para além das atitudes sociais negativas, existem várias ameaças à conservação do lobo-ibérico, tais como os conflitos com a pecuária, o furtivismo, a escassez de presas silvestres e a perda de habitat. O objetivo deste projeto é promover as condições ecológicas e socioeconómicas necessárias para suportar uma subpopulação de lobo-ibérico estável. Especificamente, o projeto pretende (i) reduzir os conflitos entre a ação do lobo-ibérico e a atividade pecuária, (ii) reduzir o furtivismo e os fogos causados por ação humana, (iii) aumentar o conhecimento sobre as presas do lobo-ibérico e, eventualmente, aplicar medidas tendo em vista o fomento das mesmas, (iv) desenvolver estratégias para a promoção de produtos regionais relacionados com a espécie, e (v) aumentar a tolerância e as atitudes positivas face ao lobo-ibérico.

A subpopulação de lobo-ibérico a sul do Douro encontra-se fragmentada e isolada devido a fatores geográficos, ecológicos e humanos. Nesta área, subsistem nove alcateias que representam, aproximadamente, 14% da população nacional de lobo-ibérico. É fundamental diminuir as barreiras sociais e ecológicas à presença da espécie e promover a conectividade entre alcateias, tendo em vista a conservação desta subpopulação.

Foto: Cria de lobo (Canis lupus signatus)| Credit: Joaquim Pedro Ferreira

Em entrevista à UA Notícias, Nuno Vaz fala sobre as causas e as consequências da seca em Portugal. Para o docente e investigador, é difícil prever a alteração da situação atual, dada a dificuldade em fazer previsões meteorológicas com prazos mais alargados. Para minimizar as consequências poupar água não é o suficiente. É preciso mudar hábitos. Leia a entrevista na íntegra em: https://bit.ly/3sYJy6C

Decorreu no passado dia 28 de janeiro o Kick-off meeting do projeto COASTAL – MiCrofluidic sensOrs for rApid detection of marine toxins in SusTainable AquacuLture, financiado pela EEAGRANTS.

O projeto COASTAL reúne uma equipa multidisciplinar de especialistas na área de sensores biológicos e químicos, micro e nanofabricação, eletroquímica e química analítica, que trabalhará em conjunto no desenvolvimento de novas abordagens para a deteção de PST (Toxinas marinhas paralisantes). O promotor do projeto é a Universidade de Aveiro (UA) tendo como parceiro em Portugal o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Os parceiros noruegueses no consórcio são o SINTEF MiNaLab e a Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU). O consórcio proporcionará uma abordagem multidisciplinar das temáticas envolvidas, das competências e infraestruturas necessárias para o sucesso do projeto COASTAL.

O projeto COASTAL irá contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento de tecnologia inovadora, proposta para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, em particular, abordando os resultados do Objetivo 14: Vida Aquática: Gestão sustentável dos ecossistemas marinhos e costeiros para alcançar oceanos produtivos e aumentar o conhecimento científico, desenvolver a capacidade de pesquisa e transferir tecnologia marinha para melhorar a saúde dos oceanos, sendo esta temática de extrema importância para a aquacultura e apanha de moluscos bivalves.

O episódio da UAU- Ciência sem Limites de hoje, transmitido na RTP3, às 17h30, é dedicado à Água e Saneamento, e conta com a participação de investigadores do CESAM.

Este episódio será ainda emitido noutros horários e disponibilizado na RTP Play.

Veja o trailer: “Água e Saneamento

De 3 a 8 de julho, decorre em Aveiro o 2nd SIBECOL meeting/XXI AIL Conference.

Datas importantes:

Submissão de poster e apresentações: 31 março

Registo: a partir de 1 de março.

Mais informação aqui.

 

Apesar da ecologia ser uma das áreas científicas que agrega mais mulheres, o estudo conduzido sobre a representatividade das mulheres no I Congresso da Sociedade Ibérica de Ecologia (SIBECOL) conclui que as mulheres estão sub-representadas em lugares académicos superiores e de prestígio, participam menos durante o tempo para perguntas e respostas, e que a maioria dos participantes não percebeu a existência de desigualdade de género.

Um grupo de investigadores, onde se encontra incluída uma antiga investigadora do CESAM, Ana Genua-Olmedo, analisou o papel e a visibilidade das mulheres no 1º Encontro da Sociedade Ibérica de Ecologia (SIBECOL), recorrendo a uma abordagem multidimensional: representação, comportamento e perceção pessoal. Este encontro teve lugar em Barcelona em 2019 e o estudo foi publicado na Plos One.

O estudo conclui que, embora em termos de participação, autoria e apresentações a conferência tenha sido equilibrada em termos de género, a maioria das apresentações foram feitas por homens (67%) e as mulheres foram menos representadas em posições de prestígio (33%). E ainda, as mulheres surgem em minoria (menos de 40%) na organização ou comités científicos.

No tempo para perguntas e respostas, os homens foram mais participativos (68% das perguntas). Mulheres e homens fizeram um número semelhante de perguntas quando o orador/moderador era uma mulher, enquanto os homens faziam mais perguntas quando o orador/moderador era um homem.  No entanto, o número de perguntas feitas pelas mulheres aumentou quando a oradora ou a moderadora era uma mulher.

A maioria dos participantes deste estudo não percebeu a existência de desigualdade de género, consideram que tiveram uma boa experiência e não perceberam o contexto como ameaçador para as mulheres. A minoria que detetou desigualdade de género era sobretudo constituída por mulheres, que percebeu mais estereótipos sexistas e sentiu-se mais excluída que os homens.

“Esta abordagem multidimensional é fundamental para fornecer uma avaliação abrangente da situação das mulheres na ciência e para desenvolver uma política baseada na evidência para promover conferências científicas mais inclusivas”, explica Anna Lupon, primeira autora do estudo.

Os autores sugerem o aumento de liderança científica, visibilidade e interação das mulheres em conferências científicas.

Referência: Lupon A, Rodríguez-Lozano P, Bartrons M, Anadon-Rosell A, Batalla M, Bernal S, et al. (2021) Towards women-inclusive ecology: Representation, behavior, and perception of women at an international conference. PLoS ONE 16(12): e0260163. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0260163

A 11 de fevereiro comemora-se o Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, este ano subordinado ao tema: Equidade, Diversidade e Inclusão: a Água une-nos. O CESAM assinala esta data com um vídeo contendo o testemunho de investigadoras das várias áreas de investigação do CESAM.

No Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, instituído pela ONU,relembramos a importância de continuar a promover o acesso pleno e igualitário das mulheres e raparigas à educação, formação e atividade de investigação científica, tecnológica, de engenharia e de matemática.

A ciência e a igualdade de género são fundamentais para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável. No entanto, as mulheres e as raparigas continuam a ser excluídas da participação na ciência. De acordo com informação da ONU, um estudo conduzido em 14 países concluiu que a probabilidade de as mulheres obterem o grau de licenciatura, mestrado e doutoramento em áreas relacionadas com a ciência é de 18%, 8% e 2%, respetivamente; enquanto as percentagens masculinas são de 37%, 18% e 6%.

As mulheres são agentes de mudança! Conseguimos imaginar o mundo sem o contributo para a ciência da Marie Curie ou da Jane Goodall? Para inspirar novas gerações a optar por percursos académicos e profissionais em ciências, o CESAM realizou um vídeo com o testemunho de investigadoras nas várias áreas e etapas profissionais, que pode ser visto aqui.

É com orgulho que o CESAM contribui ativamente para a equidade entre géneros. Juntos, a cuidar do futuro.