24 setembro 2021 | 12:30 – 13:30 | Sala 9.1.1 (DEMaC)

Luísa Marques (Estudante de doutoramento)

A 17 de setembro comemora-se o Dia Internacional do Microrganismo. Comemorado pela primeira vez em Portugal, em 2017, por iniciativa da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, Ordem dos Biólogos, Agência Ciência Viva e UNESCO, este dia é atualmente celebrado em todo o mundo. Tem por objetivo dar a conhecer o mundo fascinante dos microrganismos, mostrando a sua relevância no mundo vivo e a enorme importância para a espécie humana, contribuindo também para melhorar a literacia em microbiologia.

Pode parecer estranho celebrar os “micróbios”, mas tal resulta da perceção errada que todos eles são nocivos. A realidade é bem diferente pois a maioria dos microrganismos têm impactos positivos nas nossas vidas. Os microrganismos são cruciais para o bom funcionamento dos ecossistemas e do nosso organismo assim como para outros animais e plantas. São também fundamentais para o desenvolvimento de uma bioeconomia sustentável.

No Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) contribuímos para melhor conhecer e compreender esta maioria invisível que habita o nosso planeta. Os estudos realizados têm contribuído, por exemplo, para revelar a vastíssima biodiversidade microbiana, bem como o seu potencial biotecnológico, compreender o papel de microrganismos enquanto agentes causadores de doenças em plantas de interesse agrícola e florestal, perceber a evolução e disseminação da resistência a antibióticos e o seu papel na saúde humana e desenvolver estratégias inovadoras para inativação de microrganismos.

Junte-se a todos aqueles que hoje celebram o Dia Internacional do Microrganismo e fique a conhecer melhor estes pequenos grandes seres (https://www.internationalmicroorganismday.org).

 

Autores: Artur Alves & Isabel Henriques

As crianças, da iniciativa Piratas da Ria- Ocupação de tempos livres em Bicicleta, pedalaram até à UA/CESAM e foram recebidos pela Rosa Pinho, que lhes mostrou o Herbário e falou de muitas maravilhas botânicas, e pela Inês Domingues, que os colocou na lupa para verem de perto insetos, partes de plantas e embriões de peixe zebra!

A REDE RIESCOS, coordenada por Rosa Freitas, propôs um número especial à Revista Environmental Research intitulado “Environmental occurrence of plastics and toxicity assessment in organisms”.

Submissões de 15 de setembro a 15 de dezembro de 2021

Mais informações aqui.

O CESAM e o GEOBIOTEC, com o apoio da UACOOPERA, reconhecem a importância da Proteção e a Transferência dos resultados de I&D nas Ciências do Mar e do Ambiente, através da organização conjunta de uma sessão de esclarecimentos no dia 22 de setembro, pelas 10h, no anfiteatro do DAO.

A inovação e os resultados de I&D têm um papel crescente na sociedade, cabendo às instituições de I&D criar as condições ótimas para que estes possam cumprir o seu potencial, sendo incorporados pelos agentes de mercado. Outro aspeto de igual importância é a criação de evidências que permitam às Unidades de Investigação revindicarem a criação de novo conhecimento, assumindo este a forma de novos produtos ou tecnologias. Este desafio é ainda maior nas áreas da biotecnologia.

Neste contexto é importante referir que as patentes são uma ferramenta de promoção da transferência do conhecimento para o mercado, permitindo a endogeneização da inovação promovida pela UA. Por outro lado, é ainda de salientar a relevância crescente que as patentes têm merecido como indicador de desempenho científico, na avaliação dos projetos de I&D e também nas respetivas Unidades de Investigação.

Nesta sessão, a UACOOPERA irá abordar alguns conceitos práticos sobre direitos de propriedade industrial e sobre como identificar os resultados suscetíveis de serem protegidos por pedidos de patente, as regras e procedimentos da UA neste domínio. Do ponto de vista da transferência, serão ainda apresentados os apoios e procedimentos inerentes à criação e desenvolvimento de ideias de negócio de base tecnológica.

Esta sessão é destinada aos investigadores do CESAM e do GEOBIOTEC, que se devem inscrever até dia 21 de setembro aqui.

A Ria de Aveiro é uma das plataformas LTsER (Long-Term socio-Ecologic Research) integrado na rede nacional LTER e na E-Infraestrutura Portuguesa de Informação e Investigação em Biodiversidade, tendo por missão recolher, processar e reunir dados de elevada qualidade para responder aos atuais desafios societais.

Os insectos merecem agora especial destaque por serem excelentes bioindicadores das condições ambientais e pela sua potencial aplicação em biotecnologia.

Alguns dos grupos taxonómicos mais abundantes na vegetação halófita da Ria de Aveiro são as moscas (Diptera) e as cigarrinhas (Hemiptera). No âmbito do projeto SUSHI, foi estudado o potencial biotecnológico de duas espécies de mosca: a Machaerium maritimae[1], como ingrediente para rações de aquacultura devido à sua abundância e composição em ácidos gordos ómega-3, e a Fucellia maritima[2], registada para Portugal pela primeira vez no âmbito deste projeto. Foram ainda registadas, pela primeira vez para Portugal, outras espécies, estando em preparação as respetivas notas taxonómicas, e identificadas potenciais espécies invasoras não nativas, bem como pragas de plantas halófitas, reforçando a importância desta monitorização.



[1] Duarte, P. M., Maciel, E., Pinho, M., Domingues, M. R., Calado, R., Lillebø, A. I., & Ameixa, O.M.C.C. (2021). Omega-3 on the fly: long-legged fly Machaerium maritimae as a potential source of eicosapentaenoic acid for aquafeeds. Journal of Insects as Food and Feed, 1-12.

[2] Lourenço, F., Prado e Castro, C. & Ameixa, O.M.C.C. (2020) First record of Fucellia maritima (Haliday, 1838) (Diptera, Anthomyiidae) populations in Portugal. Norwegian Journal of Entomology, 67:246-248.

Autora: Ana Lillebø

Mais de 120 espécies de mamíferos terrestres são particularmente vulneráveis à mortalidade por atropelamento e várias populações podem-se extinguir em 50 anos se persistirem os níveis de atropelamentos observados, de acordo com uma equipa de investigadores liderada por Clara Grilo do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. A equipa inclui também membros do CIBIO-InBIO/BIOPOLIS em Portugal, e investigadores dos diferentes continentes que participaram na avaliação global do impacto dos atropelamentos nos mamíferos terrestres. Estes resultados foram publicados na prestigiada revista científica Global Ecology and Biogeography.

Analisámos a nível mundial o impacto dos atropelamentos de 71 populações de espécies de mamíferos ameaçados com registos de atropelamentos e ainda de espécies não ameaçadas com as taxas mais elevadas de atropelamento, e verificámos que populações do lobo-guará e gato-do-mato-pequeno no Brasil, a hiena-castanha na África do Sul e o leopardo no Norte da Índia podem extinguir-se localmente caso se mantenham os níveis de atropelamentos observados. Com base nas características biológicas das 71 populações de mamíferos, avaliámos o grau de vulnerabilidade à extinção de 4677 espécies de mamíferos em todo o mundo caso haja uma mortalidade adicional por atropelamento e observámos que em 124 espécies são particularmente vulneráveis à mortalidade adicional por atropelamento, dos quais se incluem o lince Ibérico, o urso pardo, o urso negro, o tigre, o jaguar, macaco-cauda-de-leão com registos regulares de atropelamentos”, destaca Clara Grilo.

Atualmente existem planos de expansão da rede viária para promover o comércio global futuro, especialmente em países emergentes da América Latina, Ásia, África e Europa. Estas novas infraestruturas vão facilitar o fluxo comercial regional e intercontinental através da construção de mais de 25 milhões de quilómetros de novas estradas. A expansão da rede viária corresponde a um aumento de 60% no comprimento total das estradas em relação a 2010 e vai colidir com os objetivos globais de sustentabilidade ambiental uma vez que estas novas estruturas rodoviárias vão cruzar áreas ambientalmente sensíveis onde ocorrem várias espécies ameaçadas.

“Neste trabalho desenvolvemos uma ferramenta que permite avaliar o risco de extinção associado aos registos de atropelamentos observados no atual contexto de densidade de estradas e que pode ir sendo atualizado à medida que se vai obtendo novos dados de taxas de atropelamento das espécies em qualquer região do mundo. O nosso estudo apresenta ainda um ranking de vulnerabilidade das espécies ao risco de extinção devido ao atropelamento, o que permite que agências de infraestruturas rodoviárias, ONGAs e administração pública possam identificar, com base na áreas de distribuição das espécies, os segmentos de estradas que devem ser sujeitos a programas de monitorização de atropelamentos para fornecer informação sobre a proporção da população atropelada e deste modo acionar as medidas mais adequadas para evitar que haja um aumento do risco de extinção local nessas populações”, conclui Clara Grilo.

Para mais informação contactar:

 

Clara Grilo

CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar,

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, C2, 2.3.03

1749-016 Lisboa

Portugal

Email – clarabentesgrilo@gmail.com

 

Referencia do artigo: Grilo C, Borda-de-Água L, Beja P, Goolsby E, Soanes K, le Roux A, Koroleva E, Ferreira FZ, Gagné SA, Wang Y, González-Suaréz M (2021). Conservation threats from roadkill in the global road network. Global Ecology and Biogeography.

Cria de urso-pardo (Ursus arctos) a atravessar uma estrada no Canada

Cria de urso-pardo (Ursus arctos) a atravessar uma estrada no Canadá. Créditos: Jillian Cooper

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) no Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) no Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Créditos: Marcel Huijser

Um lince Ibérico sub-adulto (Lynx pardinus) captado em armadilhagem fotográfica na Serra de Andujar (Espanha)

Um lince Ibérico sub-adulto (Lynx pardinus) captado em armadilhagem fotográfica na Serra de Andujar (Espanha). Creditos: Joaquim Pedro Ferreira.

No âmbito das comemorações do Dia da Ecologia, a SIBECOL – Sociedade Ibérica de Ecologia encontra-se a organizar uma Webtalk no dia 14 de setembro, entre as 17h e as 19h.

Esta iniciativa pretende analisar e discutir a importância de preservar a biodiversidade e recuperar os ecossistemas como formas de promover a saúde e sustentabilidade do planeta.

Este evento conta com a presença da investigadora Ana Sousa.

Público-alvo: Grande público (cidadãos interessados, técnicos, NGOs, investigadores)

Inscrições (Gratuitas): https://forms.gle/ZdFsE5BAxobMj1gH7

Cartaz

Mónica Amorim e Susana Gomes, investigadoras do DBio/CESAM, UA, pertencentes ao grupo de investigação de ecologia e ecotoxicologia aplicada – applEE, coordenado pelo Prof. Amadeu Soares, são coautoras de um artigo de revisão publicado na prestigiada revista Nano Today (IF: 20.7): “Alternative test methods for (nano)materials hazards assessment: challenges and recommendations for regulatory preparedness”.

Os riscos associados a novos produtos são avaliados antes da sua entrada no mercado. O trabalho exaustivo desenvolvido por organizações mundiais como a OCDE (Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Económico) para a padronização de protocolos para avaliação de perigo no ambiente está patente, não só no elevado número atualmente disponível mas também na cobertura alargada, desde organismos aquáticos a terrestres. No entanto, os novos materiais representam um constante desafio a estas normas técnicas, que foram desenvolvidas para avaliar o perigo de substâncias química “convencionais” e não estão adaptadas a materiais avançados (p.e. materiais cujo comportamento altera deliberadamente). Existem atualmente várias alternativas “Novas Abordagens Metodológicas (NAMs)”, p.e. novas -omicas, testes in vitro e in silico, incluindo modelação, e que possuem os critérios necessários à sua implementação, com elevada qualidade e relevância, e que deveriam ser adotadas. Enquanto que a padronização via OCDE é um processo que requer um tempo alargado desde submissão até à fase de implementação, as agências legisladoras têm promovido e apoiado o desenvolvimento de NAMs que possuam os critérios de qualidade ao nível da legislação.

Esta revisão reúne não só a literatura disponível de NAMs para avaliar os perigos de NMs, com foco no ambiente terrestre, mas também discute de forma crítica as vantagens, desafios e lacunas. É o que mostra um estudo recente e em publicação na revista de reconhecido prestígio, Nano Today. 

“O objetivo é oferecer um guia para as melhores práticas e desenhos experimentais, tendo em conta as especificidades dos NMs, delineando recomendações e o trajeto futuro.” dizem as investigadoras Mónica Amorim e Susana Gomes, entre os responsáveis pelo estudo.

As investigadoras desenvolvem investigação na área das NAMs, em particular em omicas (transcriptomica) de elevado varrimento (microarray de elevada densidade), contribuindo consideravelmente para este aspeto da investigação dos mecanismos subjacentes aos efeitos fenotípicos observados. A Universidade de Aveiro tem sido pioneira neste tipo de estudos, principalmente no que diz respeito à vertente ambiental, cuja lacuna é evidente em comparação com a saúde humana. 

Leia o artigo aqui.

Ana Grenha, investigadora do CCMAR – Centro de Ciências do Mar, fala-nos do potencial da alfarroba no combate à tuberculose.

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