No dia 30 de outubro, 65 alunos do 6º ano do Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe realizaram uma visita ao ECOMARE, um centro de investigação e preservação dos ecossistemas marinhos da Universidade de Aveiro. A atividade fez parte do demonstrador português (DEMO-PT) do projeto A-AAGORA, para promover a literacia do oceano e contribuir para a solução de redução do lixo marinho.

Durante a visita, os estudantes participaram de uma oficina de arte com o artista Bruno Costa, que cria obras utilizando lixo recolhido nas praias. Sob a sua orientação, os alunos produziram peças artísticas com resíduos marinhos, enquanto aprendiam sobre o impacto do lixo nos ecossistemas e a importância da reciclagem e redução do plástico no consumo.

Além disso, os alunos visitaram as instalações do ECOMARE, onde conheceram a investigação realizada com diversas espécies e ouviram histórias de animais resgatados e em recuperação. A visita e as atividades interativas permitiram que os estudantes desenvolvessem uma compreensão mais profunda dos problemas ambientais e do papel de cada um na preservação dos mares.

No dia 25 de novembro, às 21h, a Biblioteca Municipal de Estarreja será o palco da sessão pública de apresentação do “Guia de Anfíbios e Répteis do BioRia”. Este evento contará com a presença dos autores Ivo Santos, Alexandre Azevedo, Fernando Correia e Victor Bandeira (CESAM/DBIO).

O guia, editado pelo BioRia em colaboração com a Câmara Municipal de Estarreja e o CESAM/DBIO da Universidade de Aveiro, destaca os anfíbios e répteis que habitam a região e representa a terceira publicação do BioRia, após os guias de campo dos Mamíferos e da Flora do Baixo Vouga Lagunar.

Com o objetivo de facilitar a identificação de anfíbios e répteis e desfazer mitos negativos associados a esses animais, o guia abrange diversas espécies, incluindo a rã-ibérica, o tritão-de-ventre-laranja e a salamandra-lusitânica, todas ameaçadas e endémicas da Península Ibérica.

Além de informações sobre características e habitats, o guia inclui fotografias, ilustrações e mapas de distribuição, contribuindo assim para o conhecimento científico e para a conservação do património natural da região.

Para mais informações: Câmara Municipal de Estarreja.

O perigo de extinção para 16 espécies de aves limícolas aumentou significativamente, de acordo com uma notícia recente publicada pelo jornal Público. Para todas elas, a classificação na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) aumentou. Para algumas espécies saltou duas categorias, como é o caso da Tarambola cinzenta (Pluvialis squatarola) que passou de “Pouco preocupante” a “Vulnerável” devido a declínios muito acentuados na ordem dos 30%, uma espécie (ainda) fácil de observar nas zonas húmidas nacionais. De acordo com José Alves, investigador do CESAM e da Universidade de Aveiro, quatro destas espécies encontram refúgio em território português durante a maior parte do seu ciclo anual e outras só durante o inverno, o que reforça a importância do país na conservação destas aves.

Em declarações ao Público, José Alves reforçou a ideia da importância que “os habitats costeiros portugueses, como a Ria de Aveiro, o Estuário do Tejo e a Ria Formosa, nomeadamente durante a migração” possuem para a conservação destas aves. Estes locais, usados também como áreas de descanso e alimentação, estão sob ameaça devido à poluição, destruição de zonas húmidas e alterações climáticas.

A notícia do Público salienta ainda o papel dos investigadores portugueses em alertar para o impacto global da degradação dos ecossistemas costeiros. José Alves reforçou que o declínio das populações destas aves tem efeitos em cascata nos ecossistemas, sendo urgente a adoção de medidas de conservação, como a proteção das áreas costeiras e a redução da poluição.

O apelo é claro: Portugal, um país com longa linha de costa e um ponto estratégico nas rotas migratórias entre o norte da América e Eurásia e África, deve intensificar esforços para garantir a proteção destas espécies, contribuindo para a biodiversidade global e o equilíbrio ecológico. A perda destas aves representaria um impacto significativo não apenas a nível local, mas também para os ecossistemas costeiros de todo o mundo.

A Universidade de Aveiro, através do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), vai acolher a Conferência Alternet 2025, de 13 a 16 de maio de 2025.

Com o tema “Alcançar uma Mudança Transformadora para a Biodiversidade”, o evento reunirá especialistas para discutir a investigação e as políticas que promovem a conservação da biodiversidade e práticas ambientais sustentáveis.

A conferência é promovida pela Alternet, uma rede europeia sediada em Bruxelas, que liga ciência e políticas públicas. Este encontro visa explorar temas de relevância global, como monitorização da biodiversidade, soluções baseadas na natureza e resiliência climática, com o objetivo de promover mudanças sistémicas para restaurar ecossistemas e enfrentar os desafios das alterações climáticas.

Destaques do Evento

  • Interface ciência-política: A Alternet reafirma o compromisso em apoiar projetos em toda a Europa que abordem os desafios relacionados à biodiversidade.
  • Diálogo interdisciplinar: A conferência encoraja investigadores e decisores políticos a apresentarem propostas de sessões que fomentem debates sobre transformação ambiental e soluções sustentáveis.
  • Colaboração europeia: Como uma rede de instituições de investigação de referência, a Alternet trabalha para integrar ciência interdisciplinar nas decisões políticas, reforçando a resiliência de paisagens naturais.

A Conferência Alternet 2025 é uma oportunidade para unir esforços no combate às várias crises ambientais, promovendo soluções práticas para um futuro sustentável.

Informações adicionais

Informações sobre a conferência: Conferência Alternet 2025
Propostas de Sessões:
para além das 7 sessões temáticas já definidas, até 22 de novembro ainda podem ser propostas mais sessões

Organizado pela Native Scientists, a 4ª edição do programa Cientista Regressa à Escola começou oficialmente no dia 31 de outubro, em Vila Franca do Campo, na Ilha de São Miguel, Açores. A edição deste ano foi conduzida por Ana Cristina Esteves, Professora Auxiliar do CESAM/DBIO da Universidade de Aveiro, que preparou atividades dinâmicas e interativas, introduzindo a ciência na aprendizagem, tornando o dia ainda mais especial para as crianças participantes.

A edição deste ano foi marcante, pois, pela primeira vez, o programa esteve presente em todas as ilhas dos Açores, ampliando o alcance e o impacto educativo em todo o arquipélago. O objetivo para o ano letivo de 2024/2025 é que todas as ilhas possam ter esta experiência única, e que na edição deste ano contou com o apoio do Governo dos Açores, do Grupo Bensaude, da Embaixada dos EUA e da Fundação Luso-Americana.

Este esforço coletivo visa despertar o interesse das novas gerações pela ciência, promovendo o conhecimento de forma lúdica e prática, enquanto fortalece os laços entre cientistas e a comunidade escolar açoriana.

O evento foi destacado na RTP Açores, no programa “Açores Hoje”. Pode ver a reportagem (15:03 até 23:30min) aqui.

Ana Hilário, investigadora do CESAM/DBIO e da Universidade de Aveiro, esteve em destaque na comunicação social pelo seu papel na expedição ao Monte Gorringe. Como especialista em ecossistemas de mar profundo, Ana Hilário integrou uma equipa multidisciplinar que estudou a biodiversidade deste ecossistema único no Atlântico. O objetivo da missão foi documentar a diversidade biológica e destes habitats submersos. A ideia é recolher informação que suporte a criação da primeira Área Marinha Protegida offshore em Portugal, um objetivo alinhado com o desafio global de proteger 30% dos oceanos até 2030.

O Monte submarino Gorringe é um refúgio e área de reprodução para várias espécies marinhas vulneráveis, como raias, para além de incluir habitats únicos como as florestas de algas profundas.

Helena Vieira, Investigadora Coordenadora e titular da ERA CHAIR BESIDE no CESAM/DAO, foi convidada do programa Sociedade Civil da RTP2 para discutir a importância da biotecnologia, incluindo o seu contributo em setores como o da alimentação, farmacêutica, energia e têxteis. Foi ainda destacado o potencial de Portugal na área da biotecnologia, em particular da biotecnologia marinha. Assista ao episódio completo no RTP Play.

A série documental “Guerreiras pela Natureza”, produzida pela PlaySolutions Audiovisuais e com autoria de Joaquim Pedro Ferreira, do CESAM/UA, foi premiada com o 2º Prémio na categoria de Ambiente e Ecologia na 17ª Edição do Festival ART&TUR, que decorreu na cidade da Lousã no passado dia 25 de outubro.

A distinção foi compartilhada com a reportagem “Vou Voar Contigo”, da RTP, que também recebeu o 2º lugar na mesma categoria. Esta reportagem, assinada pela jornalista Mafalda Gameiro, destaca o trabalho de investigação de José Alves, Investigador Principal do CESAM/DBIO e da Universidade de Aveiro, sobre os padrões de migração de aves limícolas, entre a Islândia e o estuário do Tejo.

O festival ART&TUR 2024 contou com quatro dias de programação, exibindo 67 filmes selecionados entre 302 inscritos de 43 países. A seleção foi feita por um júri internacional composto por 44 membros, reforçando o prestígio e a importância do evento na promoção de produções audiovisuais sobre meio ambiente e sustentabilidade.

Guerreiras pela Natureza” destaca também a investigação desenvolvida por Isabel Lopes, Investigadora Principal e Susana Loureiro, Professora Associada, ambas do CESAM/DBIO e da Universidade de Aveiro, cujo compromisso com a ecologia e conservação é sublinhado na série.

É de salientar que, já este ano, “Guerreiras pela Natureza” havia sido distinguida com o “Silver Award” na categoria Wildlife and Conservation no International Tourism Film Festival Africa 2024 que decorreu na cidade de Joanesburgo, na África do Sul.

O mais recente relatório da Comissão Europeia sobre o Estado dos Solos na Europa, divulgado no dia 22 de outubro, contou com a participação de Dalila Serpa, Investigadora do CESAM/DAO e UA, e trouxe dados alarmantes sobre a degradação do solo no continente europeu. A investigação, realizada em parceria com Joint Research Centre (JRC) e a Agência Europeia do Ambiente (EEA), revela que 1 bilião de toneladas de solo são afetadas pela erosão anualmente, sendo a erosão hídrica a mais comum.

O relatório alerta, também, para o aumento dos desequilíbrios nutricionais, que impactam 74% das terras agrícolas, e para a preocupante redução do carbono orgânico, essencial para a saúde do solo. A necessidade urgente de melhorar os sistemas de monitorização e de adotar práticas sustentáveis de gestão dos solos são consideradas como fundamentais para atingir os objetivos ambientais e climáticos da União Europeia.

Saiba mais aqui.

Na passada semana, membros do CESAM e do DAO (Grupo de Emissões, Modelação e Alterações Climáticas) estiveram presentes no ITM2024 – International Technical Meeting On Air Pollution Modeling And Its Application, que decorreu entre 14-18 de Outubro em em Copenhaga. A conferência internacional reúne especialistas de todo o mundo para discutir os avanços e inovações na área da modelação da poluição atmosférica.

Entre os participantes estiveram os membros do CESAM/DAO Alexandra Monteiro, Investigadora Auxiliar, Ana Isabel Miranda, Professora Catedrática, Michael Russo, investigador, e os estudantes de doutoramento André Barreirinha e Daniel Helm, que tiveram a oportunidade de apresentar os seus trabalhos e discutir os mais recentes desenvolvimentos com outros investigadores.

Alexandra Monteiro apresentou o poster intitulado: “Qualidade do ar em Portugal em diferentes cenários de alterações climáticas”, André Barreirinha participou com uma apresentação oral sobre o tema: “Melhorar o esquema de deposição seca LOTOS-EUROS para condições climáticas mediterrânicas”, e Daniel Helm com uma apresentação oral, abordando o tema: “Acoplamento de inversões de emissões em estado estacionário de NO₂ e NH₃ com um modelo de transporte químico na Península Ibérica”.

Reconhecimento especial

André Barreirinha, aluno do Programa Doutoral em Ciências e Engenharia do Ambiente, foi premiado com o 3º lugar no prémio de Melhor Jovem Investigador do ITM2024, graças à qualidade científica de sua apresentação oral, realizada durante uma sessão especial sobre modelação do azoto, organizada pelo projeto FONDA.

Este reconhecimento é um testemunho da excelência do trabalho que André e toda a equipa do CESAM/DAO têm desenvolvido, consolidando a importância da investigação realizada no âmbito da modelação atmosférica e o seu impacto na compreensão das mudanças climáticas e da qualidade do ar.