Individual researchers may already apply and submit their Expression of Interest to be nominated as a Management Committee (MC) member for the COST Actions, related to their scientific area of expertise, that were recently approved.

Important notes:

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) coordinates the promotion and participation of the national scientific community in COST and is responsible for the nomination processes of the Portuguese members to the Actions’ Management Committees;

Every single action can include in its MC a maximum of two national members;
Priority is given to the individual applicants that were part of a group proposing the new action.
– All other researchers can submit their Expressions of Interest to become the MC member until 20 July.


Important documentation:

ACCESS THE FOLLOWING LINK TO SUBMIT THE FORM: https://forms.office.com/r/EjWVa6VVLG

You will not receive an automatic reply after submission of the form. You will send the complementary information (letter of commitment of the institution and the statement of applicant commitment) to cost@fct.pt according to the guidelines. No application is disregarded for technical issues, so we will always communicate with applicants if there is missing information.

O prazo para submissão de Manifestações de Interesse para estágios de curta duração, na Universidade do Texas, em Austin, promovidos pelo Programa UT Austin Portugal, foi alargado para o dia 15 de junho. Estes estágios têm a duração de entre dois e três meses, entre setembro e dezembro de 2023, e são dedicados a atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) nas áreas de Computação Avançada, Nanotecnologias, Interações Espaço-Terra ou Física Médica. 

Esta oportunidade destina-se a pessoas:

  1. Com cidadania portuguesa ou residência permanente em Portugal;
  2. Que possuam Mestrado ou Doutoramento ou que estejam inscritas num programa de Mestrado ou Doutoramento em Portugal;
  3. Com vínculo a uma instituição, universidade ou empresa estabelecida em Portugal que execute atividades de I&D;
  4. Motivadas a desenvolverem o seu trabalho sob a supervisão de especialistas de uma das principais universidades públicas dos Estados Unidos.

Todas as informações sobre a candidatura e documentos necessários estão disponíveis aqui

What is the Mission?

With a 2030 target, the EU Mission “Restore our Ocean and Waters” aims to protect and restore the health of our ocean and waters through research and innovation, citizen engagement and blue investments. The Mission’s new, systemic approach addresses the ocean and waters as one and play a key role in achieving climate neutrality and restoring nature.The Mission supports regional engagement and cooperation through so-called area-based “lighthouses”. Mission lighthouses are research and innovation project portfolios, hubs for the development, demonstration and deployment of new solutions in major sea/river basins. In the first phase, there are four Mission lighthouses at basin scale in the Atlantic-Arctic, the Mediterranean Sea, the Baltic and North Sea, and the Danube river basin. 

Mission Charter

The Mission Charter calls for joining efforts, and publicly demonstrating them, to achieve the three objectives of the Mission Restore our Ocean and Waters by 2030 to:

  1. Protect and restore marine and freshwater ecosystems and biodiversity, in line with the EU Biodiversity Strategy 2030;
  2. Prevent and eliminate pollution of our ocean, seas and waters, in line with the EU Action Plan Towards Zero Pollution for Air, Water and Soil;
  3. Make the sustainable blue economy carbon-neutral and circular, in line with the proposed European Climate Law and the holistic vision enshrined in the Sustainable Blue Economy Strategy.

To reach these objectives the Mission is also putting in place two enablers:

Digital Ocean and Water Knowledge System;  

Public mobilization and engagement. 

How to join the Mission Charter?

You may adhere to this Charter (non-binding and open to any public or private interested parties) by submitting relevant actions, programmes or projects, already ongoing or started or about to start,  through a dedicated online platform.
Submitted actions will be assessed every month by the European Commission for their coherence with the Mission objectives.

All Mission Ocean and Waters actions are made publicly available on the EC website.

By adhering to the Charter, you will be able to access services and tools the Mission Ocean and Waters will deploy, best practices from previous projects as well as tools to empower citizens to take action.

You will become part of the Mission community and be involved in major Mission fora and events, allowing you to network with other participating communities.

Decorreu no passado dia 5 de junho, na Fábrica da Água de Alcântara (Lisboa), a cerimónia de entrega dos prémios Verdes VISÃO+ADP 2023. José Alves, investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, conquistou a menção honrosa na categoria Investigação. Em primeiro lugar, nessa categoria, ficou o investigador Miguel Araújo do CSIC no Museo Nacional de Ciencias Naturales (Madrid) e Professor Catedrático da Universidade de Évora, que em 2018 recebeu também o Prémio Pessoa.  

A cerimónia contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires e com o professor Tiago Domingos (FCUL), que na sua intervenção abordou o tema da conciliação dos compromissos climáticos com crescimento económico. 

Estes prémios são uma iniciativa da VISÃO, em parceria com o Grupo Águas de Portugal e com o alto patrocínio da Presidência da República Portuguesa. E visam reconhecer, divulgar e premiar as boas práticas e os exemplos de excelência que se destacam pelo contributo para o ambiente e desenvolvimento sustentável no quadro da atual emergência climática. 

A seleção dos vencedores ocorreu por um júri independente, presidido por Filipe Duarte Santos atual presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS). Nesse processo de avaliação dos candidatos foram avaliados critérios como a qualidade e originalidade do projeto, impacto na sociedade e o potencial de replicação. 

O trabalho de José Alves, em representação da equipa EcoFlyway, foi galardoado com uma das 15 menções honrosas e 8 prémios atribuídos em 10 categorias de entre de mais de 170 candidaturas recebidas. Com artigos publicados nalgumas das mais reputadas revistas científicas, José Alves tem-se destacado sobretudo nos estudos sobre aves migradoras, com ênfase nas ameaças que sobre elas pendem devido aos efeitos das alterações climáticas e destruição de habitat. 

Para mais informações sobre este prémios e processo de candidatura, consultar aqui

International Union for Conservation of Nature (IUCN) is the world’s largest and most diverse environmental network, harnessing the knowledge, resources and reach of our more than 1,400 Member organizations and 15,000 experts. This diversity and expertise make IUCN the global authority on the status of the natural world and the measures needed to safeguard it.

IUCN Leaders Forum Changemakers brings together young leaders and innovators who are designing or implementing innovative nature conservation or biodiversity action projects in their communities.  Selected young changemakers will join leaders from around the world at the IUCN Leaders Forum in Geneva in October 2023, to advance nature-positive solutions and design concrete actions for the implementation of the Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework goals and targets at the local, national and regional levels.

Young changemakers will have an exclusive opportunity to pitch their projects to influential global leaders from the private sector, government and civil society.

Benefits for selected IUCN Leaders Forum Changemakers:

  • Delegate access to the IUCN Leaders Forum in Geneva, Switzerland from 11 to 13 October 2023.
  • An exclusive opportunity to pitch your environmental action project to influential global leaders from the private sector, government and civil society.

Who should apply?

You should apply to be an IUCN Leaders Forum Changemaker if you:

  • Are aged 18 – 35*.
  • Have a track record of leadership and innovation in the fields of nature conservation, biodiversity, climate change and / or sustainable development.
  • Are currently working on an innovative project that is or will contribute to the Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework goals and targets.

*The One Young World team will consider applications from those who are older than 35, pending demonstration of appropriate personal impact, initiative, and willingness to engage. We are not able to accept applications from those who will be aged under 18 at the time of the IUCN Leaders Forum.

IUCN Leaders Forum – Call for Changemakers | One Young World

No passado dia 5 de junho de 2023 celebrou-se o Dia Mundial do Ambiente, num ano que marca também o 50º aniversário do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), o organismo responsável pela celebração anual desta data.  A criação deste organismo em 1973 ocorreu um ano depois da primeira conferência mundial sobre o meio ambiente, a ‘Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano’. Tendo reunido 122 países, esta conferência marcou a primeira vez que o meio ambiente se tornou uma questão verdadeiramente global.  

Ao longo dos anos, a celebração desta data tem aproximado organizações da sociedade civil, academia, indústria e poder político, transformando-se numa das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental. Em 2023, a celebração deste dia focou-se na temática da poluição por plásticos, sob o lema “Combater a poluição por plásticos”, tendo como países anfitriões, a Républica da Costa do Marfim e os Países Baixos.  

O Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro (UA) participou nesta celebração com um evento público que contou com a inauguração de uma exposição fotográfica e um conjunto de oradores que abordaram a construção de parcerias para um futuro sustentável. Este evento decorreu entre as 10:30 e as 13:00 no Edifício da Reitoria da Universidade de Aveiro. 

Pelas 11:00, foi inaugurada a exposição fotográfica “Bichos de cá, Bichos de lá”, com intervenções de Paulo Jorge Ferreira, Reitor da Universidade de Aveiro, José Luis Cordeiro, Pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz (Brasil) e Amadeu Soares, Coordenador Científico do CESAM. 

A exposição fotográfica “Bichos de cá, Bichos de lá” resulta de uma parceria CESAM-UA (Portugal), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, Brasil) e Associação Osuwela (Moçambique), estando patente e disponível a todos os interessados até ao dia 30 de junho de 2023, no átrio do Edifício da Reitoria da Universidade de Aveiro. 

Esta exposição consiste numa apresentação com 41 painéis, que abordam conceitos, comportamentos e aspetos de conservação com exemplos de espécies de fauna de Portugal, Brasil e Moçambique. Onde o visitante poderá observar como a natureza une estes três países e fala uma só língua, através das semelhanças nas funções desempenhadas pelas diferentes espécies nestes países.  

Parcerias para um futuro sustentável 

Como refere a UNEP “o rápido crescimento dos níveis de poluição por plásticos representa uma séria ameaça global, impactando negativamente as dimensões ambiental, social e económica do desenvolvimento sustentável. Mantendo-se o rumo atual, a quantidade de resíduos plásticos que vão entrar nos ecossistemas aquáticos pode quase triplicar: de entre 9 a 14 milhões de toneladas por ano em 2016, para entre 27 a 37 milhões de toneladas por ano em 2040”. 

Nesse âmbito, a sessão comemorativa, sob o tema “Parcerias para um Futuro Sustentável”, incluiu ainda uma palestra diretamente relacionada com a problemática da poluição por plásticos, e apresentou um conjunto de convidados que abordaram as possíveis parcerias estratégicas, atuais e futuras, bem como as oportunidades e mecanismos para as estabelecer e/ ou reforçar (e.g. missões da União Europeia). 

Foram oradores: Jorge Ferrão, Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Moçambique; Maria de Jesus Fernandes, Bastonária da Ordem dos Biólogos; Márcia Chame, Investigadora, Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre, Presidência da Fundação Oswaldo Cruz, Brasil; Teresa Rocha Santos, Investigadora, CESAM/DQ, Univ. de Aveiro; Teresa Pinto Correia, “Missões Solos” da UE, Professora Catedrática, MED-CHANGE, Univ. de Évora; Helena Vieira, “Missões Oceano e Águas” da EU, investigadora CESAM/DAO, Univ. de Aveiro; Mariana Alves, Codiretora do programa “Cartas com ciência” e investigadora CIDTFF, Univ. de Aveiro. 

Para recordar o programa do evento pode consultar aqui e alguns dos seus momentos mais significativos (registados nas redes sociais) pode aqui: Twitter 1 / Twitter 2 / Twitter 3 

Pode ainda ler aqui a entrevista com dois investigadores do CESAM, cujo trabalho está relacionado com a temática da poluição por plásticos.

No passado dia 5 de junho, durante a Feira Nacional de Agricultura 2023 (Santarém), ocorreu a sessão de encerramento e apresentação de resultados do projeto NETA (Novas Estratégias no Tratamento de Águas Residuais). Evento que contou com a participação dos investigadores Rita Silva (CESAM/DBIO) e Diogo Cardoso (CESAM/DBIO). 

O projeto foi liderado pela empresa Ingredient Odyssey S.A., em parceria com a Universidade de Aveiro (através do CESAM), a Agrotejo, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Instituto Politécnico de Beja, o Instituto Superior Técnico e a Universidade Lusófona. Tendo sido apoiado pela ANI (Agência Nacional de Investigação) através de projetos em copromoção e cofinanciado pelo COMPETE2020, Lisboa2020, PORTUGAL2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). 

O projeto NETA agregou estas sete instituições em torno de um objetivo comum:  transformar uma ameaça ambiental, as águas residuais e efluentes, numa fonte de nutrientes e recursos hídricos, que vai da rega a fertilizantes e até mesmo a novas soluções bioindustriais. De forma que o conhecimento científico nacional se possa transformar numa mais-valia empresarial e ambiental. 

Ao longo do projeto, a Técnica de Precipitação Química foi aplicada no tratamento de águas residuais, reutilizando a água tratada para fins agrícolas em processos que vão da rega à aquaponia. Já as lamas geradas neste processo foram tratadas por insetos, nomeadamente larvas de mosca soldado negro (Hermetia illucens), transformando-as em fertilizantes estáveis, sem cheiro e prontos a serem usados nos terrenos agrícolas. 

Estas larvas de inseto foram ainda utilizadas em processo de biorefinaria, como a extração de óleo para biocombustíveis, cosméticos e outros usos químicos, e a quitina foi usada para transformação em quitosano e posterior uso na criação de bioplásticos biodegradáveis. 

Num quadro de atuação multidisciplinar, os investigadores do CESAM, sob a coordenação de Susana Loureiro (CESAM/DBIO), tiveram a seu cargo a caracterização ecotoxicológica das águas tratadas pela técnica de precipitação química (TPQ), utilizando diferentes espécies dulçaquícola, como a microalga Raphidocelis subcapitata, o microcrustáceo Daphnia magna e o peixe-zebra Danio rerio. Foram ainda responsáveis pela avaliação da qualidade e saúde dos solos depois da aplicação das lamas residuais, analisando para tal, os efeitos na sobrevivência e reprodução de espécies modelo em ecotoxicologia: o colêmbolo Folsomia candida, o oligoqueta Enchytraeus crypticus e a planta dicotiledónea Brassica oleracea.  

Para mais informações sobre o projeto NETA, pode consultar aqui.

O Dia Mundial do Meio Ambiente celebra-se a 5 de junho. O ano de 2023 marca o 50º aniversário do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), que é o organismo responsável pela celebração anual do Dia Mundial do Meio Ambiente. Ao longo dos anos, a celebração desta data tem aproximado organizações da sociedade civil, academia, indústria e poder político, transformando-se numa das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental.

Em 2023, a celebração deste dia foca-se na temática da poluição por plásticos, sob o lema “Combata a poluição por plásticos”. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no seu website, refere que “o rápido crescimento dos níveis de poluição por plásticos representa uma séria ameaça global, impactando negativamente as dimensões ambiental, social e económica do desenvolvimento sustentável. Mantendo-se o rumo atual, a quantidade de resíduos plásticos que vão entrar nos ecossistemas aquáticos pode quase triplica até 2040”.

No âmbito da celebração deste dia, fomos conversar com Miguel Oliveira (CESAM/DBIO), cujo trabalho se relaciona com a temática da poluição por plásticos.

Comunicação CESAM: Se tivesse de selecionar apenas um, qual seria o risco da poluição por plásticos que salientaria?

Miguel Oliveira: Diria que o principal risco são os efeitos a longo prazo e questão dos aditivos. Os plásticos têm diferentes constituintes, mas são estas substâncias químicas, os aditivos, que lhes vais permitir, por exemplo, que tenham a sua cor característica, a sensação de plasticidade, ou resistência térmica, por exemplo.

O que acontece, muitas vezes, é que com o envelhecimento dos plásticos, em determinadas condições, começa-se a libertar esses produtos químicos e esses produtos químicos, sabe-se que são perigosos para os organismos aquáticos e para os humanos. Uma questão muito conhecida é o bisfenol A, onde agora vemos, especialmente nos produtos para crianças, que essa substância foi retirada. No ambiente, um dos principais riscos é a capacidade de as partículas adsorverem os contaminantes. Os microplásticos podem adsorver à sua superfície ou no seu interior, por exemplo fármacos, e que quando ingeridos pelos organismos podem libertar essas substâncias ativas, cumprindo assim um efeito conhecido por “cavalo de tróia”.

Mas é necessário esclarecermos que a presença não indica necessariamente efeito. Ou seja, temos de ter algumas precauções, é certo e nós já detetamos, nos nossos estudos, alguns efeitos dos plásticos nos organismos – como alterações imunológicas, ao nível de reprodução dos organismos – mas apenas em concentrações muito elevadas. São necessários mais estudos e principalmente é necessário perceber quais os efeitos a longo prazo da presença e ingestão destes plásticos pelos organismos.

Comunicação CESAM: “Quais as principais problemáticas [relacionadas com plásticos], que a sua investigação atual procura responder?

Miguel Oliveira: Nós temos diferentes linhas de investigação no nosso laboratório, mas numa dessas linhas estamos a testar polímeros alternativos – os biopolímeros. A ideia é que os biopolímeros são mais seguros (…) substituindo os polímeros derivados do petróleo, como polietileno por exemplo, por outros de origem natural e que são sintetizados, por algas ou por bactérias.” O que nós estamos a testar, em colaboração com outros grupos de investigação, são possíveis novos polímeros que representem um menor perigo para os organismos aquáticos e para os humanos e que se degradem mais facilmente. Isto com o objetivo de promover alterações, de forma a diminuir a libertação destas substâncias para o meio ambiente.

Sendo que, para além das linhas de investigação, outra área de ação em que apostamos é na divulgação científica. Nós estamos também a desenvolver estudos, em colaboração com pessoas da área da psicologia social, que tentam analisar as perceções do público sobre os plásticos – se estes são inócuos, se vêm diferenças entre tipos de plásticos, etc. Isto para possamos desenvolver ferramentas para uma comunicação mais eficaz com o público.

Comunicação CESAM: Que tipo de ação ou comportamento, recomendaria a um cidadão comum para ajudar neste ‘combate’ à poluição por plásticos?

Miguel Oliveira: Eu diria a utilização consciente dos plásticos e a reutilização dos plásticos. Porque se todos nós tivermos em conta o destino dos plásticos e o fim de vida, isso vai ajudar muito. Não podemos ignorar o facto de que os plásticos são muito úteis e podem ser benéficos, e temos exemplos, como na biomedicina, onde os materiais plásticos são muito mais baratos, eficazes e facilmente esterilizáveis.

A questão deve ser então limitar a utilização de plásticos de uso único. E como podemos nós, consumidores, fazer isso? Podemos, por exemplo, escolher produtos que requeiram menos plástico – utilizar sacos de pano em vez de plástico, comprar cosméticos que não tenham este tipo de polímeros ou comprar produtos a granel, entre outros. São pequenos gestos, mas que podem ajudar a limitação da presença destas substâncias no meio ambiente.

O Dia Mundial do Meio Ambiente celebra-se a 5 de junho. O ano de 2023 marca o 50º aniversário do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), que é o organismo responsável pela celebração anual do Dia Mundial do Meio Ambiente. Ao longo dos anos, a celebração desta data tem aproximado organizações da sociedade civil, academia, indústria e poder político, transformando-se numa das maiores plataformas globais para a sensibilização ambiental.

Em 2023, a celebração deste dia foca-se na temática da poluição por plásticos, sob o lema “Combata a poluição por plásticos”. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no seu website, refere que “o rápido crescimento dos níveis de poluição por plásticos representa uma séria ameaça global, impactando negativamente as dimensões ambiental, social e económica do desenvolvimento sustentável. Mantendo-se o rumo atual, a quantidade de resíduos plásticos que vão entrar nos ecossistemas aquáticos pode quase triplica até 2040”.

No âmbito da celebração deste dia, fomos conversar com Teresa Rocha Santos (CESAM/DQUA), cujo trabalho se relaciona com a temática da poluição por plásticos.

Comunicação CESAM: Se tivesse de selecionar apenas um, qual seria o risco da poluição por plásticos que salientaria?

Teresa Rocha Santos: O principal problema da poluição por plásticos são os potenciais efeitos no ecossistema e na saúde humana. Quando se pensa em plásticos (tamanho superior a 5 mm) esses efeitos são óbvios e tem havido ações no sentido de diminuir os efeitos o mais possível. No que concerne os plásticos com tamanhos inferiores a 5 mm nomeadamente os microplásticos e os nanoplásticos o problema é mais complicado, pois, entre outros, têm sido efetuados ensaios com concentrações muito elevadas numa tentativa de prever os seus efeitos. Estas concentrações muito elevadas normalmente não são ambientalmente relevantes, ou seja, são muito superiores às concentrações de microplásticos e nanoplásticos existentes no ambiente. Isto faz com que se desconheça os efeitos destes nas concentrações em que efetivamente existem no ambiente.

Comunicação CESAM: “Quais as principais problemáticas [relacionadas com plásticos], que a sua investigação atual procura responder?

Teresa Rocha Santos: Para termos noção dos efeitos dos microplásticos e nanoplásticos é necessário conhecermos as suas concentrações no ambiente e para isso é importante desenvolver metodologias capazes de quantificar e identificar os micro e nanoplásticos.

Os microplásticos podem ser vetores de contaminantes e por isso estudamos a absorção de compostos químicos tais como metais e PAHs em microplásticos. Também utilizamos fungos tais como o Z. maritimum para remover microplásticos podendo ser aplicados como tratamento terciário em estações de tratamento ou aplicados em novas estações de tratamento.

Comunicação CESAM: Que tipo de ação ou comportamento, recomendaria a um cidadão comum para ajudar neste ‘combate’ à poluição por plásticos?

Teresa Rocha Santos: Os princípios dos 3 R: reduzir, reciclar e reutilizar continuam a ser extremamente importantes para a não entrada de mais plásticos no ambiente. Também é importante evitar plásticos de uso único e deitar plásticos indiscriminadamente no lixo comum ou diretamente no ambiente e quando possível optar por plásticos de base biológica que sejam biodegradáveis.

Heliana Teixeira (CESAM/DBIO) é uma das proponentes de uma Ação COST, aprovada com a classificação máxima em todas as suas componentes, intitulada Insect AI – Using Image-based AI for Insect Monitoring & Conservation. O objetivo desta COST é fortalecer as capacidades e as redes de colaboração para o desenvolvimento de aplicações de tecnologias de IA baseadas em imagens e ferramentas de visão computacional impulsionando a agenda de investigação na área da monitorização e conservação da natureza, em particular dos insetos.  As populações mundiais de insetos encontram-se em declínio acentuado em todo o mundo, e esta Ação pretende contribuir para um dos desafios críticos identificado pela Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 que é a recolha de informação padronizada sobre o estado da natureza.

A participação da investigadora nesta Ação COST decorre da sua colaboração com o coordenador da proposta Tom August, do UK Centre for Ecology and Hydrology, Reino Unido. Essa colaboração teve início na Ação COST AlienCSI, que foi concluída recentemente em janeiro de 2023, e cujo enfoque era o uso da ciência cidadã para aprimorar o conhecimento sobre espécies exóticas, especialmente as invasoras.

Para mais informações sobre as ações COST aqui.

Mais informação sobre a imagem: Tecnologias de Inteligência Artificial (IA) tais como Visão Computacional aplicada à conservação da natureza: processo de treino um modelo de deteção de objetos de imagem (exemplo fictício).