O CESAM marcou presença na SINOPORT Ocean Conference 2024, a 5.ª Reunião Anual do Centro Internacional de Investigação Conjunta Portugal-China em Biologia Marinha, que decorreu em Macau nos dias 27 e 28 de novembro. Este evento, coorganizado pela Shanghai Ocean University e pela Universidade do Algarve, contou este ano também com a participação da Universidade de São José de Macau, sendo um marco na cooperação sino-portuguesa, com edições alternadas entre Portugal e a China.

Os principais objetivos do encontro incluem:

  1. Reforçar a colaboração sino-portuguesa em investigação biológica marinha,
  2. Facilitar a troca de conhecimentos e avanços científicos entre investigadores chineses e portugueses,
  3. Promover iniciativas conjuntas em áreas como aquacultura, ecologia marinha e biotecnologia,
  4. Discutir práticas sustentáveis e inovações na gestão de recursos marinhos, e
  5. Fortalecer parcerias académicas e fomentar a cooperação internacional nas ciências marinhas.

O coordenador do CESAM, Professor Amadeu Soares, esteve presente no evento, onde realizou uma apresentação oral intitulada «CESAM, oportunidades para cooperação em Investigação, Desenvolvimento e Inovação». Durante a sua intervenção, apresentou as diversas valências do CESAM, na completude da sua transversalidade, com um enfoque particular na área das Ciências do Mar, bem como os inúmeros exemplos de projetos de investigação do CESAM com parcerias Chinesas. De realçar que de entre todos os representantes de Universidades e Unidades de Investigação/Laboratórios associados presentes, o CESAM é a UI/LA com maior número de colaborações científicas com a China.

Além disso, o Professor Amadeu Soares explorou oportunidades em Macau para a empregabilidade de investigadores do CESAM, destacando as condições atrativas das Universidades de Macau, incluindo a Universidade de São José. Macau, com as suas dez instituições de ensino superior, públicas e privadas, é o território com o maior número de publicações científicas per capita no mundo e oferece vagas, abertas quase em contínuo, para docentes/investigadores na área das Ciências Marinhas e Biotecnologia Azul, com condições salariais muito competitivas, bem como acesso a infraestruturas e financiamento para investigação.

Para além da apresentação institucional, a Professora Rosa Freitas, do CESAM/DBIO, convidada pelos organizadores, também realizou uma comunicação oral sobre Ecotoxicologia Marinha, intitulada «Complex Interactions of Rare Earth Elements in Aquatic Ecosystems». Este trabalho é apenas um dos exemplos específicos sobre a relevância da investigação conduzida pelo CESAM em ecossistemas aquáticos, contribuindo para o avanço do conhecimento científico.

O projeto OCEAN4FUEL, que aposta na proteção dos oceanos e ecossistemas marinhos, destacou-se como um dos vencedores do Prémio TransforMAR 2024, promovido pelo Lidl Portugal. Este prémio reconhece iniciativas inovadoras que contribuem para a sustentabilidade ambiental.

Desenvolvido por Catarina Costa Marques, bolseira de doutoramento do CESAM e do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, sob a orientação da professora Maria Isabel da Silva Nunes e do professor Luís António da Cruz Tarelho, o projeto apresenta uma solução inovadora e sustentável para a poluição marinha. O OCEAN4FUEL transforma plásticos marinhos em combustível líquido reciclado através do processo de pirólise, abordando simultaneamente dois grandes desafios globais: a poluição dos oceanos e a redução da dependência de combustíveis fósseis.

O CESAM apoiou ativamente esta candidatura, pois o destaque do projeto também contou com um vídeo (pitch) de apresentação, produzido pelo Serviço de Comunicação, Promoção e Divulgação do CESAM, que ilustra os objetivos, metodologia e impacto ambiental desta investigação. Este é um exemplo de como o uso estratégico dos recursos internos do CESAM, incluindo a valiosa colaboração dos Técnicos de Apoio à Gestão (TAG), muitas vezes invisíveis, mas cruciais nas suas variadas valências — administrativas, contabilísticas e outras — contribui de forma decisiva para o sucesso das propostas e da sua implementação.

Esta distinção sublinha o papel crucial da investigação científica na criação de soluções para os desafios ambientais que o planeta enfrenta atualmente.

Para saber mais sobre o projeto e o Prémio TransforMAR, visite o site oficial do Lidl e assista ao vídeo de apresentação para conhecer esta iniciativa transformadora.

Veja o vídeo aqui

Ana Lillebø, investigadora do CESAM e vice-reitora da UA para os assuntos da sustentabilidade participou no fórum internacional “Navigating a Sustainable Blue Economy: Maritime Transport’s Pathway to Climate Resilience”, organizado pela Liga dos Estados Árabes durante a COP29.

No evento, a investigadora contribuiu para a discussão sobre o imposto sobre o carbono e o alargamento do sistema de comércio de licenças de emissão (CELE) ao setor do transporte marítimo, instrumento no quadro da política climática da União Europeia que visa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Contribuiu ainda para a discussão sobre a descarbonização do setor numa perspetiva integrada no território, tendo feito referência à solução inovadora em desenvolvimento no âmbito do projeto A-AAGORA, que coordena. Financiado no âmbito da Missão Restaurar Oceanos e Águas da União Europeia, a solução integra a descarbonização da atividade marítimo-portuária, com o uso de formulações de combustíveis mais verdes no setor náutico-turístico local, e com o restauro em larga escala de ecossistemas de carbono azul, que, em conjunto, contribuem para a redução de emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e, assim, para mitigar os efeitos das alterações climáticas. No contexto do restauro em larga escala de ecossistemas de carbono azul, fez ainda referência às sinergias existentes com outras iniciativas europeias, como os projetos RESTORE4Cs, REWRITE e LIFE SeaGrassRIAwild, que envolvem ações de ciência cidadã, como exemplo de colaboração entre as partes interessadas ao nível local/regional para a resiliência climática.

No centro da discussão estiveram as metas europeias e internacionais definidas pela Organização Marítima Internacional (IMO), com ênfase na descarbonização, na resiliência climática e em soluções inovadoras capazes de posicionar o setor como um pilar da economia azul sustentável. O evento destacou a necessidade de uma abordagem integrada e colaborativa, promovendo o intercâmbio de experiências entre países e o alinhamento estratégico com os objetivos globais.

O Projeto A-AAGORA foi galardoado com o Prémio Atlantic Project Awards 2024, na categoria de Cooperação Internacional. A cerimónia de entrega do prémio decorreu no dia 22 de novembro durante a 11.ª Conferência da Plataforma de Stakeholders do Atlântico (ASPC 2024), em Bordéus, França.

No A-AAGORA, a génese da cooperação internacional remonta ao conceito de ÁGORA da Grécia antiga, “espaço aberto para reunião”, que se quer ver alargada às bacias do Atlântico-Ártico. Uma grande ÁGORA onde três laboratórios vivos, situados no norte da Noruega, na Irlanda e em Portugal, são agora palco de soluções inovadoras co-desenvolvidas e validadas com os atores locais. Inserido na Missão Restauro dos Oceanos e Águas da Comissão Europeia, a cooperação internacional estende-se ainda às regiões associadas que vão da Islândia ao Chipre, envolvendo as quatro bacias marítimas europeias.

As investigadoras Dionísia Laranjeiro e Mariana Pinho receberam o prémio em representação da coordenação científica e em nome de todos os envolvidos.

O prémio reconhece as contribuições significativas do projeto para enfrentar os desafios nos ecossistemas marinhos e costeiros por meio de abordagens colaborativas e inovadoras.

A Universidade de Aveiro (UA) é a instituição de ensino superior nacional com o maior número de investigadores, cujos trabalhos científicos estão entre os mais citados do mundo por outros cientistas. A Clarivate’s Highly Cited Researchers 2024 list, um dos mais importantes rankings do mundo académico, foi conhecida esta semana e identifica três investigadores desta academia.

Armando da Costa Duarte e Teresa Rocha Santos, ambos investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), e Jorge Alexandre Saraiva, do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE), são os três investigadores da UA presentes na Clarivate’s Highly Cited Researchers 2024; uma lista que analisou o trabalho de 6636 cientistas de 59 países.

Armando Duarte e Jorge Saraiva estão há quatros anos consecutivos na lista da Clarivate e Teresa Rocha Santos há três. Da lista já fez igualmente parte em 2015, 2016, 2017 e 2019, Delfim F. Marado Torres, do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Matemática e Aplicações (CIDMA).

Da responsabilidade da Clarivate, uma consultora mundial na área da investigação, a lista de nomes advém de artigos classificados no top 1 por cento dos artigos de investigação mais influentes do mundo por área científica. Contempla publicações em revistas indexadas na Citation Index Expanded e Social Sciences Citation Index, entre janeiro de 2013 e dezembro de 2023, e baseia-se em dados do índice de citações da Web of Science e em análises qualitativas de especialistas do Institute for Scientific Information, da Clarivate.

Este ranking visa reconhecer os cientistas mais influentes em todo o mundo, com contributos relevantes nas suas áreas científicas e para o futuro da ciência, da tecnologia e da academia a nível mundial, divulgar o impacto da investigação mundial e promover a inovação em colaboração, assim como fornecer insights sobre as tendências globais de investigação e inovação.

Portugal tem 18 cientistas listados, representando um total de 11 instituições de ensino superior. Mundialmente, a influência científica concentra-se nos EUA, China e Reino Unido.

A edição 2024 da Clarivate’s Highly Cited Researchers 2024 foi divulgada a 19 de novembro e pode ser consultada aqui.

Nota: Texto e imagem da notícia no site web da UA

No dia 30 de outubro, 65 alunos do 6º ano do Agrupamento de Escolas Rio Novo do Príncipe realizaram uma visita ao ECOMARE, um centro de investigação e preservação dos ecossistemas marinhos da Universidade de Aveiro. A atividade fez parte do demonstrador português (DEMO-PT) do projeto A-AAGORA, para promover a literacia do oceano e contribuir para a solução de redução do lixo marinho.

Durante a visita, os estudantes participaram de uma oficina de arte com o artista Bruno Costa, que cria obras utilizando lixo recolhido nas praias. Sob a sua orientação, os alunos produziram peças artísticas com resíduos marinhos, enquanto aprendiam sobre o impacto do lixo nos ecossistemas e a importância da reciclagem e redução do plástico no consumo.

Além disso, os alunos visitaram as instalações do ECOMARE, onde conheceram a investigação realizada com diversas espécies e ouviram histórias de animais resgatados e em recuperação. A visita e as atividades interativas permitiram que os estudantes desenvolvessem uma compreensão mais profunda dos problemas ambientais e do papel de cada um na preservação dos mares.

No dia 25 de novembro, às 21h, a Biblioteca Municipal de Estarreja será o palco da sessão pública de apresentação do “Guia de Anfíbios e Répteis do BioRia”. Este evento contará com a presença dos autores Ivo Santos, Alexandre Azevedo, Fernando Correia e Victor Bandeira (CESAM/DBIO).

O guia, editado pelo BioRia em colaboração com a Câmara Municipal de Estarreja e o CESAM/DBIO da Universidade de Aveiro, destaca os anfíbios e répteis que habitam a região e representa a terceira publicação do BioRia, após os guias de campo dos Mamíferos e da Flora do Baixo Vouga Lagunar.

Com o objetivo de facilitar a identificação de anfíbios e répteis e desfazer mitos negativos associados a esses animais, o guia abrange diversas espécies, incluindo a rã-ibérica, o tritão-de-ventre-laranja e a salamandra-lusitânica, todas ameaçadas e endémicas da Península Ibérica.

Além de informações sobre características e habitats, o guia inclui fotografias, ilustrações e mapas de distribuição, contribuindo assim para o conhecimento científico e para a conservação do património natural da região.

Para mais informações: Câmara Municipal de Estarreja.

O perigo de extinção para 16 espécies de aves limícolas aumentou significativamente, de acordo com uma notícia recente publicada pelo jornal Público. Para todas elas, a classificação na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) aumentou. Para algumas espécies saltou duas categorias, como é o caso da Tarambola cinzenta (Pluvialis squatarola) que passou de “Pouco preocupante” a “Vulnerável” devido a declínios muito acentuados na ordem dos 30%, uma espécie (ainda) fácil de observar nas zonas húmidas nacionais. De acordo com José Alves, investigador do CESAM e da Universidade de Aveiro, quatro destas espécies encontram refúgio em território português durante a maior parte do seu ciclo anual e outras só durante o inverno, o que reforça a importância do país na conservação destas aves.

Em declarações ao Público, José Alves reforçou a ideia da importância que “os habitats costeiros portugueses, como a Ria de Aveiro, o Estuário do Tejo e a Ria Formosa, nomeadamente durante a migração” possuem para a conservação destas aves. Estes locais, usados também como áreas de descanso e alimentação, estão sob ameaça devido à poluição, destruição de zonas húmidas e alterações climáticas.

A notícia do Público salienta ainda o papel dos investigadores portugueses em alertar para o impacto global da degradação dos ecossistemas costeiros. José Alves reforçou que o declínio das populações destas aves tem efeitos em cascata nos ecossistemas, sendo urgente a adoção de medidas de conservação, como a proteção das áreas costeiras e a redução da poluição.

O apelo é claro: Portugal, um país com longa linha de costa e um ponto estratégico nas rotas migratórias entre o norte da América e Eurásia e África, deve intensificar esforços para garantir a proteção destas espécies, contribuindo para a biodiversidade global e o equilíbrio ecológico. A perda destas aves representaria um impacto significativo não apenas a nível local, mas também para os ecossistemas costeiros de todo o mundo.

A Universidade de Aveiro, através do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), vai acolher a Conferência Alternet 2025, de 13 a 16 de maio de 2025.

Com o tema “Alcançar uma Mudança Transformadora para a Biodiversidade”, o evento reunirá especialistas para discutir a investigação e as políticas que promovem a conservação da biodiversidade e práticas ambientais sustentáveis.

A conferência é promovida pela Alternet, uma rede europeia sediada em Bruxelas, que liga ciência e políticas públicas. Este encontro visa explorar temas de relevância global, como monitorização da biodiversidade, soluções baseadas na natureza e resiliência climática, com o objetivo de promover mudanças sistémicas para restaurar ecossistemas e enfrentar os desafios das alterações climáticas.

Destaques do Evento

  • Interface ciência-política: A Alternet reafirma o compromisso em apoiar projetos em toda a Europa que abordem os desafios relacionados à biodiversidade.
  • Diálogo interdisciplinar: A conferência encoraja investigadores e decisores políticos a apresentarem propostas de sessões que fomentem debates sobre transformação ambiental e soluções sustentáveis.
  • Colaboração europeia: Como uma rede de instituições de investigação de referência, a Alternet trabalha para integrar ciência interdisciplinar nas decisões políticas, reforçando a resiliência de paisagens naturais.

A Conferência Alternet 2025 é uma oportunidade para unir esforços no combate às várias crises ambientais, promovendo soluções práticas para um futuro sustentável.

Informações adicionais

Informações sobre a conferência: Conferência Alternet 2025
Propostas de Sessões:
para além das 7 sessões temáticas já definidas, até 22 de novembro ainda podem ser propostas mais sessões

Organizado pela Native Scientists, a 4ª edição do programa Cientista Regressa à Escola começou oficialmente no dia 31 de outubro, em Vila Franca do Campo, na Ilha de São Miguel, Açores. A edição deste ano foi conduzida por Ana Cristina Esteves, Professora Auxiliar do CESAM/DBIO da Universidade de Aveiro, que preparou atividades dinâmicas e interativas, introduzindo a ciência na aprendizagem, tornando o dia ainda mais especial para as crianças participantes.

A edição deste ano foi marcante, pois, pela primeira vez, o programa esteve presente em todas as ilhas dos Açores, ampliando o alcance e o impacto educativo em todo o arquipélago. O objetivo para o ano letivo de 2024/2025 é que todas as ilhas possam ter esta experiência única, e que na edição deste ano contou com o apoio do Governo dos Açores, do Grupo Bensaude, da Embaixada dos EUA e da Fundação Luso-Americana.

Este esforço coletivo visa despertar o interesse das novas gerações pela ciência, promovendo o conhecimento de forma lúdica e prática, enquanto fortalece os laços entre cientistas e a comunidade escolar açoriana.

O evento foi destacado na RTP Açores, no programa “Açores Hoje”. Pode ver a reportagem (15:03 até 23:30min) aqui.