No dia 21 de maio, entre as 13h e as 17h, realizou-se a primeira reunião do projeto CCFORBIO – “Conservation corridors in woodlands: A win-win for biodiversity, wood production, and carbon sequestration”, coordenado pela investigadora Bruna Oliveira (CESAM/DAO). Esta reunião contou com a participação dos membros do projeto (Tiago Silva, Paula Maia, Diana Rodrigues, Bruna Oliveira, Sofia Corticeiro, João Puga e Luís Tarelho – CESAM/DBIO; CESAM/DAO), da diretora do DAO Fátima Alves (CESAM/DAO) e de Mónica Almeida, Chefe da Divisão de Gestão Florestal do Centro Litoral do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).

CCFORBIO foi distinguido com o Prémio Belmiro de Azevedo 2023, prémio dedicado à conservação, restauro e monitorização da biodiversidade em Portugal. O projeto tem como objetivo apoiar a criação e manutenção de corredores de conservação em áreas de produção de madeira. CCFORBIO procura alterar a perceção das florestas, destacando não apenas o seu valor como fonte de madeira, mas também como locais que prestam outros importantes serviços ecossistémicos, tais como providenciar habitat para espécies vegetais e animais nativos, sequestro de carbono e oportunidades de lazer.

No âmbito do projeto CAPMOZ (Capacity building towards the implementation of an EcoHealth framework in Northern Mozambique), financiado pelo programa FCT-AKDN, os investigadores Eduardo Ferreira e João Carvalho, da Unidade de Vida Selvagem, do CESAM / DBIO da Universidade de Aveiro encontram-se na primeira missão do projeto em Moçambique.

Entre os dias 9 e 13 de Maio, visitaram a Reserva Especial do Niassa (REN) onde reuniram com a equipa da REN, da Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC) e da Wildlife Conservation Society (WCS) Moçambique (parceiro do projeto).

Acompanhados por colegas da REN, visitaram as áreas da reserva onde serão implementadas as tarefas de investigação e capacitação, em conjunto com os restantes parceiros do projeto, nomeadamente, a Universidade Pedagógica de Maputo e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Durante este período, os investigadores do CESAM, fizeram um levantamento dos desafios logísticos e científicos relativos à implementação das ações de investigação e capacitação, que irão envolver investigadores de diferentes entidades e alunos dos parceiros moçambicanos, naquela que é ainda uma das regiões mais remotas e pristinas de Moçambique.

Durante este ano irão decorrer atividades de capacitação e investigação no Sul de Moçambique, embora esteja previsto que as atividades do projeto na Reserva Especial do Niassa aconteçam em 2025.

A equipa da REN dinamizou ainda o contacto com alguns dos concessionários desta área de conservação com mais de 40 mil km2, tendo sido possível visitar as povoações do distrito de Mecula, onde serão desenvolvidas atividades com as comunidades.

Durante os próximos dias, os investigadores do CESAM e da UA estarão em Maputo, para um conjunto de reuniões com a equipa da Universidade Pedagógica de Maputo, visita às instalações desta universidade e às áreas naturais onde será implementado o projeto.

O Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) lança um novo projeto de divulgação científica, chamado Science Cast, que tem como objetivo promover a ciência e os cientistas portugueses.

O podcast, que estreia a 16 de maio, Dia Nacional dos Cientistas, convida a conhecer cientistas de várias áreas do conhecimento em conversas informais e aprofundadas. Science Cast é um projeto colaborativo entre o CESAM, o Instituto dos Materiais de Aveiro (CICECO), ambos da Universidade de Aveiro, e a PlaySolutions Audiovisuais.

Joaquim Pedro Ferreira (CESAM) é um dos autores deste projeto, juntamente com Pedro Miguel Ferreira (PlaySolutions Audiovisuais), e que conta com Mónica Ribau (CICECO) como anfitriã deste podcast, recebendo semanalmente cientistas das mais variadas áreas da ciência, para uma conversa sobre seus trabalhos e descobertas, Uma Conversa com Ciência.

A cooperação entre o CESAM e o CICECO na área de comunicação e divulgação é estratégica, pois ambos possuem competências comunicacionais em áreas como gestão e análise de redes sociais, jornalismo de ciência e audiovisual, características, quase únicas, em relação à maioria das unidades de investigação a nível nacional. Por isso, a cooperação na partilha de competências, na área da comunicação e divulgação, é do maior interesse estratégico para ambos os centros de investigação, fortalecendo a estratégia de comunicação e divulgação do CESAM.

O objetivo do Science Cast é promover a literacia em ciência e proporcionar um espaço de divulgação para investigadores de diversas áreas do conhecimento. Além disso, o podcast serve como um exemplo da cooperação entre o CESAM e a sociedade, contribuindo para a disseminação da ciência e a valorização dos cientistas portugueses, de todas as áreas do conhecimento.

ScienceCast – Uma Conversa com Ciência está disponível nas plataformas de podcast Spotify, Apple Podcast, e também no canal de youtube na versão vídeo.

Veja o vídeo promocional aqui.

A nomeação de Susana Loureiro (CESAM/DBIO) foi feita na 34ª Reunião Anual da SETAC Europa, que se realizou de 5 a 9 de maio de 2024 em Sevilha, Espanha, contando com a presença de mais de três mil participantes. A eleição foi efetuada no início do ano no SETAC Europe Council e ratificada na Annual General Assembly que decorreu em Sevilha.

A SETAC dedica-se ao avanço da ciência ambiental e à tomada de decisões com base científica através da colaboração, comunicação, educação e liderança. Um propósito cumprido por meio de eventos, publicações, prémios, programas educacionais e a colaboração com agências regulamentares e legislativas.

A reunião deste ano tem como tema abrangente as “Soluções Baseadas na Ciência em Tempos de Crise: Integrando Ciência e Política para Desafios Ambientais”.

O SETAC Europa 2024 reúne cientistas de várias áreas do conhecimento, das empresas/indústria e do governo para partilhar, debater, discutir, disseminar e facilitar a utilização e reutilização dos seus conhecimentos científicos mais recentes para apoiar a gestão e proteção ambiental adaptativa e responsiva.

Saiba mais aqui.

(Texto por: Joaquim Pedro Ferreira e Tânia Barros)

Nos passados dias 30 de Abril, 2 e 3 de Maio, um grupo de estudantes de doutoramento do CESAM e do Laboratório de Lipidómica do Centro de Espectrometria de Massa da Universidade de Aveiro (CEM-UA) (Helena Ferreira, Inês Guerra, Marisa Pinho e Tatiana Maurício) apresentou no evento Xperimenta 2024 a atividade “À descoberta de lípidos – o Lipodrome em ação”. Nesta atividade, foi apresentado o jogo de tabuleiro Lipodrome desenvolvido pela COST Action CA19105 EpiLipidNET, coordenada pela investigadora Rosário Domingues (CESAM/QUI). Este jogo permitiu apresentar, de maneira didática e lúdica, como os diferentes tipos de alimentos transportam lípidos essenciais ou prejudiciais à nossa saúde. Assim, esta atividade, que contou com um grupo diversificado de participantes, proporcionou a oportunidade de se explorar a relação entre escolhas alimentares e a saúde.

A realização deste evento permitiu que o Laboratório de Lipidómica (CEM-UA), o CESAM e CA EpiLipidNET contribuíssem para a educação e envolvimento do público em geral no complexo mundo dos lípidos.

O Lipodrome está incluído como atividade permanente na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

(Texto adaptado por: Tânia Barros; Texto original por: Inês Guerra)

Este ano, o Dia da Marinha completa os seus 526 anos e a cidade de Aveiro será palco para as celebrações desta efeméride. Um evento que conta com um reforçado envolvimento da Universidade de Aveiro, que se reflete na relação que a UA tem com a Marinha Portuguesa e com o Mar. Vários membros da UA integram a comissão organizadora das comemorações, incluindo 6 membros do CESAM.

No âmbito comemorações do dia da Marinha a Universidade de Aveiro organizará o Colóquio “O Mar: Tradições e Desafios“. Este colóquio tem como ideia central ampliar o conhecimento sobre o mar, divulgar a importância das várias Marinhas ao longo do tempo e, também, discutir tradições e desafios. Através de uma abordagem interdisciplinar, este evento tem como objetivo compreender o passado como base para construir o presente e projetar um futuro comum.

Serão, ainda, organizadas um conjunto de atividades no âmbito da temática marinhense, gratuitas e abertas para todos.

O mar é um ponto de encontro de convergência entre as comunidades que, ao longo da história, exploraram os seus recursos naturais de variadíssimas formas. Assim, a necessidade de estudar e compreender o mar em diferentes aspetos é fulcral, explorando-o de uma forma sustentável, suportada por alicerces científicos.

A entrada no Colóquio “O Mar: Tradições e Desafios“ é gratuita e sujeita a inscrição através deste link, até ao dia 10 de maio.

(Texto por: Joaquim Pedro Ferreira e Tânia Barros)

As alterações climáticas afetam as florestas na região mediterrânea, em particular no sul da europa, onde estes ecossistemas, cada vez mais sujeitos a altas temperaturas e baixa precipitação devido às alterações climáticas, são degradados por incêndios de grandes dimensões e intensidade, e que ocorrem com cada vez mais frequência.

Preparar a floresta e planear a sua gestão considerando cenários de clima futuro torna-se imperativo, uma ideia incorporada do projeto “FoRES – Desenvolvimento da Resiliência da Floresta ao fogo, num cenário de alterações climáticas”, que no passado dia 30 de Abril teve o seu encontro final, intitulado “Desafios da gestão florestal e risco de incêndio. Capitalizar os resultados do projeto FoRES”.

O departamento de Física da Universidade de Aveiro acolheu a iniciativa em que estiveram presentes representantes do ICNF, Camara Municipal de Ovar, Forestwise, AGIF (Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais), UTAD, CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro) e AFBV (Associação Florestal do baixo Vouga).

Coordenado pelo CESAM, o projeto FoRES, tem como parceiros o Instituto Norueguês de Investigação em Bio economia (NIBIO), o Laboratório Colaborativo para a Gestão Integrada da Floresta e do Fogo – Forestwise e a Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais – APATA.

No encontro foram apresentados cenários de gestão florestal sujeitos a modelação de propagação de fogos florestais, em cenários de clima futuro, onde se analisaram, igualmente, que estratégias de gestão ou transformação da paisagem podem resultar numa menor área ardida.

Os cenários de gestão florestal, foram criados em colaboração com stakeholders, e analisados na sua relação com o fogo e o clima, mostraram ser uma ferramenta útil para a avaliação da resistência da paisagem à propagação do fogo, altamente dependente das estratégias de gestão florestal implementadas.

A metodologia desenvolvida pelo projeto FoRES, potencialmente aplicável a qualquer área florestal do território e considerando as projeções de clima futuro, combina vários aspetos fundamentais para a conservação dos ecossistemas, para a gestão de risco de incêndios rurais e para a gestão da paisagem, numa ótica integrada com os interesses dos gestores e proprietários.

Veja o vídeo do projeto aqui.

(Texto por: Joaquim Pedro Ferreira)

Um estudo recente conduzido pelo DBio/CESAM em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) apresentou resultados relevantes acerca da população de animais errantes em Portugal Continental. O primeiro Censo Nacional dos Animais Errantes revela que existem mais de 930 mil animais sem lar, dos quais 830 541 são gatos e 101 015 são cães. O censo, financiado pelo Fundo Ambiental, não apenas quantificou a população de animais errantes, mas também investigou as atitudes e perceções da população portuguesa em relação a esses animais, bem como estratégias para controlar e reduzir as suas populações.

Os resultados destacam disparidades significativas entre gatos e cães em termos de responsabilidade dos seus donos. Enquanto a maioria dos detentores de cães demonstra altos índices de detenção responsável, incluindo identificação e registo dos animais, bem como a supervisão adequada ao acesso ao exterior, os detentores de gatos apresentam níveis mais baixos de responsabilidade, com uma proporção considerável permitindo que os seus gatos tenham acesso ao exterior sem supervisão. A esterilização emergiu como o método predominante de controle populacional de gatos, enquanto uma parcela significativa de detentores de cães não utiliza métodos contracetivos nos seus animais.

O estudo também revela uma correlação entre os menores rendimentos familiares e a presença mais acentuada de animais errantes, sugerindo que dificuldades económicas podem ser um fator limitante para práticas de detenção responsável.

Adicionalmente, foram identificadas 334 espécies silvestres vulneráveis à predação por gatos e cães, evidenciando o impacto desses animais errantes na fauna silvestre. O estudo destaca a importância para a sensibilização da sociedade civil para a problemática dos animais errantes e salienta a necessidade de estratégias eficazes para a sua gestão.

Em resposta aos resultados do censo, o ICNF ajustou a Estratégia Nacional para os Animais Errantes, enfatizando a importância da detenção responsável e capacitação de profissionais nas áreas de avaliação do bem-estar animal.

Este estudo representa um marco importante na compreensão e abordagem dos desafios associados aos animais errantes em Portugal Continental e destaca a necessidade urgente de ações coordenadas para mitigar este problema complexo.

Para mais detalhes, por favor clique aqui.

(Texto por: Tânia Barros)

De 23 a 25 de abril, a conferência internacional inaugural RethinkBlue foi realizada, facilitada pela Ação COST da UE CA22122 – Rethinking the Blue Economy: Impactos e Oportunidades Socioecológicas. O evento, apoiado pela COST – Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia, pela Universidade de Zadar e pela Fundação Croata de Ciências, serviu como um fórum para investigadores e especialistas explorarem as múltiplas dimensões da Economia Azul.

Ao longo da conferência, os participantes debateram acerca de aspetos sociais, ambientais e económicos no âmbito da Economia Azul. Os tópicos do debate abrangeram as ocupações marítimas, segurança alimentar, consumo azul sustentável, cidades portuárias, comunidades costeiras, governança das pescas, turismo marinho, atividades emergentes, alterações climáticas e riscos ambientais.

Cristina Pita (CESAM/DAO) desempenha um papel fundamental nesta Ação COST como membro do Comité de Gestão e, também, como líder do Grupo de Trabalho “Segurança Alimentar e Consumo Azul Sustentável”.

Informações adicionais sobre esta Ação COST podem ser encontradas aqui e aqui.

(Texto por: Tânia Barros)

Um estudo levado a cabo por investigadores do CESAM revelou que os esforços de rewilding no Grande Vale do Côa, em Portugal, estão a facilitar o retorno do corço (Capreolus capreolus) à região, benéfico para o lobo-ibérico e os produtores locais. A equipa da Rewilding Portugal tem trabalhado para apoiar a recuperação da população de lobo-ibérico (Canis lupus signatus) ao sul do rio Douro, onde a falta de presas naturais tem causado conflitos com os produtores locais. O programa inclui medidas para promover o retorno dos corços, o que pode ajudar a reduzir a predação do gado pelos lobos. A investigação mostra um aumento na população de corços em áreas onde medidas de rewilding foram implementadas. A criação de charcos, recuperação de áreas incendiadas e limpeza de arbustos são algumas das medidas tomadas para restaurar o habitat dos corços.

O estudo indica que os corços estão a migrar para o norte e oeste do Grande Vale do Côa, e esforços futuros devem focar-se na expansão da espécie para oeste. A reintrodução de outras espécies de presas selvagens, como veados e cabras-monteses, também está a ser considerada para reduzir a predação do gado pelos lobos.

Futuramente, as equipas do CESAM e da Rewilding Portugal continuarão a monitorizar o corço nas áreas de rewilding distribuídas pela paisagem do Grande Vale do Côa. Esta monitorização fará também parte integrante do projeto LIFE LUPI LYNX, coordenado pela investigadora Rita Torres, do CESAM/DBIO, que será lançado para apoiar a recuperação das populações de lince-ibérico e lobo-ibérico ao sul do rio Douro em Portugal e Espanha.

Para mais detalhes, leia a notícia original aqui.

(Texto por: Tânia Barros; Imagem: Staffan Widstrand, Rewilding Europe)